Fanfic: Spring of Love - AyA [Adp] [Finalizada] | Tema: Anahí e Alfonso

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Nos dias que se seguiram Anahí manteve-se cortês, educada, porém distante em relação a Herrera. Mas alguma coisa havia mudado no relacionamento de ambos. Quanto ao médico, estava ciente da sutil diferença na atitude dela. Agora não mais o seguia com o olhar nem o procurava. Se tinha alguma duvida escrevia o que desejava saber e colocava o bilhete sobre sua mesa. Deixava com Dulce os recados a ele dirigidos. A única vez que conversaram foi na quinta feira à noite, enquanto fechavam a clínica.

— Encontrou alguém para me substituir? - perguntou ela educadamente.

— Não .Porque a pressa? - indagou Alfonso fitando-a com curiosidade.

— E que eu gostaria de estar em Cidade do México no Natal.

— Não seja tola. Você jamais conseguira viver naquela agitação. Vai odiar! - sorriu, indulgente – É uma excelente profissional e já fez seu nome aqui.

Vindo dele aquele era um grande elogio. Anahí olhou-o por sobre o ombro.

— Mas o que você tem com isso? Não disse que me detestava?

O médico nada responder. Não havia como contra argumentar. Anahí lançou-lhe um último olhar e o deixou.

Ela decidiu usar um discreto vestido preto de crepe ao sair com Christian para o jantar do Rotary Clube. No rosto aplicara uma leve maquiagem e o cabelo loiro, brilhante, caia solto até pouco abaixo dos ombros. Para Anahí a aparência há muito tempo deixara de ter importância. Mas a verdade era que, mesmo sem ter feito nenhum esforço, estava atraente como nunca e Christian notou isso,mas , ao tentar pegar-lhe a mão, foi solenemente afastado. Suspirou, resignado. Anahí era uma caixinha de surpresas. Queria-lhe muito bem e não desejava arriscar-se a ofende-la. Segurou-a pelo braço ao entrar no salão e Anahí prendeu o fôlego ao avistar Alfonso. Sua presença ali era uma surpresa. Pelo que ouvira falar ele raramente comparecia a eventos sociais, tentou descobrir se estaria acompanhado e não demorou muito para saber disso. Havia uma bela loira agarrada a seu braço como se ele fosse um passaporte para o céu. O médico no entanto, não parecia prestar atenção à acompanhante. Mantinha os olhos fixos em Anahí. Nunca a vira com o cabelo solto, e achou-a mais encantadora do que nunca. A médica, porém acompanhava Christian. Que ultimamente parecia mostrar-se muito interessado nela.

Mas era difícil imaginá-los na cama. Anahí era uma mulher de princípios rígidos. Era possível perceber isso pelo estilo sóbrio de suas roupas, pelo modo como trazia o cabelo sempre preso atrás da nuca.Só porque naquela noite usava o cabelo solto não significava que deixara de ser inibida. Entretanto, a mudança era adorável e para seu desespero, perturbava-o muito.

— Poncho está com uma nova namorada - comentou Christian com um sorriso - O nome dela é Jennifer Bolton, uma das enfermeiras do hospital. Um verdadeiro avião, mas quando abre a boca... meu Deus tenho pena dele. 

— Não a reconheci sem uniforme. È muito jovem para ele , não acha? - Anahí comentou com um sorriso indulgente.

Do outro lado da sala, Alfonso tentava se controlar. Anahí sempre evitava envolvimentos. Há poucos dias, quando atendiam um pequeno paciente, acidentalmente suas mãos se tocaram e ela se afastara no mesmo instante. No entanto, lá estava agora permitindo que Christian segurasse sua mão. E ainda por cima sorria, maravilhada. Jamais sorrira para ele daquela forma na verdade, de nenhuma outra forma.

— Alfonso? Estou aqui, lembra-se? – queixou–se Jennifer - Pare de encarar sua assistente. Vocês estão de folga hoje e não precisarão brigar - deu uma risadinha.

— Onde é que você quer chegar?

— Ora, Poncho, todo mundo sabe que ela é um espinho atravessado em sua garganta. A piada mais constante do hospital é que você implica tanto com a pobrezinha que a faz falar sozinha pelos corredores, louca de ódio. O Dr. Simpson já a encontrou aos prantos na enfermaria. - Jennifer olhou na direção da Dra. Portilla. –Acho-a bonita, e deve possuir um caráter forte. Provavelmente lutou contra fortes preconceitos para ter chegado onde está.

Alfonso ficou realmente intrigado. Até aquela tarde jamais vira Anahí chorar e não conseguia imaginá-la sofrendo por sua causa, por suas explosões temperamentais. Mas se era tão sensível, sabia como ninguém dissimular os próprios sentimentos. 

Agora tá ficando bom *--*