Fanfic: Caminhos da Sedução Adaptada AyA (Terminada) | Tema: Ponny

Depois da surpresa inicial, Annie conseguiu conter a emoção e voltou a atenção ao quadro.

— Onde está Polly? - ele indagou sem outro comentário.

Por um instante, Annie desejara que Poncho tivesse aparecido para pedir-lhe desculpas pela noite anterior, mas não era essa a intenção dele. Assim, não o olhou para que ele não visse desapontamento em seus olhos.

— Se não está no escritório, deve estar a caminho daqui - respondeu ela. — Disse que vem almoçar em casa.

Poncho olhou para ela com indecifrável interesse.

— Polly disse que tinha um negócio interessante para mim. Sabe algo a respeito?

— Sinto muito - ela respondeu, sem tirar os olhos da pintura que já tomava formas. — Se quiser esperar, entre. Peça um refresco a Lori.

— O quê? - brincou ele.  — Não vai querer que eu a ame sobre os canteiros floridos do jardim?

— Eu decidi crescer,Poncho - a voz dela soou grave.  — A partir de agora só me aproximarei de homens que me queiram por perto.

— Randall, por exemplo?

— Por que não? - Annie o desafiou.

A atitude dela deixouPoncho perturbado. Recostou-se contra o cercado de madeira de lei e procurou mudar de assunto.

— Eu não sabia que você pintava.

— Você não sabe muitas coisas a meu respeito, Poncho. Mas não se preocupe: deixei de ser a garota inconveniente de antes.

— Annie, eu...

— Sinto muito pelos constrangimentos que causei. Não vou incomodá-lo outra vez, prometo.

Poncho se sentiu vazio. Observou, em silêncio, a garota que retomava os pincéis e se concentrava no trabalho. Não parecia a menina que conhecera e que nunca levara a sério.

— Você e Polly vão ao churrasco de Ballenger no final da semana? - ele indagou, desviando o olhar das formas do corpo dela.

— Não sei. A única coisa que sei é que não irei aonde você for. Não quero forçá-lo a suportar minha presença.

Decididamente aquelas palavras não pareciam vindas de Annie Poncho ia responder algo, mas o barulho do carro de Polly quebrou o silêncio do jardim.

Minutos depois ela se juntava a eles.

— Aí está você, sumido! As propostas já estão comigo.

— Ótimo!

— Annie - Polly dirigiu-se à filha —, o almoço está pronto?

— Lori preparou tudo. Vou entrar num instante, quero terminar algo neste trabalho enquanto o sol está alto.

— Artistas... - A mãe sorriu.  — Quem os compreende vive bem com eles! Está bem, querida. Poncho fique para almoçar comigo.

— Preciso voltar logo - ele comunicou depois de olhar para Annie.  — Estamos recebendo uma boiada hoje e estão esperando por mim. Sabe como é nada fazem sem minha ajuda.

— Por que não os deixa sozinhos desta vez? Seria bom que adquirissem confiança no trabalho de equipe...

— É verdade. - Poncho apanhou os papéis das mãos dela.  — Vou dar uma olhada nisso e falar com Harden e os outros. Ligo quando tiver uma decisão.

— Está bem. Não quer mesmo almoçar com a gente?

Poncho esperou que Annie dissesse algo que o encorajasse a ficar, mas ela continuou calada, envolvida nas formas delicadas da tela. Minutos mais tarde ele se despedia e deixava a casa.

— Vocês discutiram? - Polly indagou, olhando a filha com curiosidade.

— É claro que não. - Annie sorriu para a mãe. — Apenas resolvi deixar Poncho em paz.

— Estou certa de que ainda serão bons amigos, querida. Poncho não é um homem mau; é mais velho que você, só isso. Homens, na idade dele, fogem de jovens virgens como você!

— Tem razão - Annie se divertiu com as palavras da mãe. Polly retribuiu o sorriso da filha e beijou-lhe a face. A garota havia crescido, afinal.

Afastou-se em direção à casa ligeiramente preocupada. Não tinha dúvida de que Poncho saíra abalado. Annie, com a mudança de comportamento, impressionara o indiferente Poncho Tremayne.