Fanfic: Caminhos da Sedução Adaptada AyA (Terminada) | Tema: Ponny

Na idade de Annie, refletira, as paixões eram tão frequentes quanto passageiras. Decidira, então, controlar-se enquanto era tempo. Seria perigoso um romance com alguém tão jovem e atraente; estaria correndo o risco de perder o juízo e o equilíbrio, como acontecera com Louisa, anos antes.

Poncho jamais se esqueceria do caso de amor que vivera com Louisa. Tão jovem e inocente quanto Annie, ela fugira dele quando as carícias se tornaram mais intensas, o corpo inexperiente trêmulo pela insegurança.

Forte, alto e musculoso, Poncho fazia estremecer os corpos femininos mais experientes, mas assustava aqueles que não haviam despertado para o amor e o prazer. Agora, temia que o mesmo acontecesse com Annie, a doce criança que o deixava excitado com sua simples presença.

Desolada, Annie ficou remoendo as palavras de Poncho. Irritava-a ser tratada como uma adolescente, quando era adulta o suficiente para amar e ser amada.

— Onde está Poncho? - indagou Polly, retornando à sala. Alta, magra, morena, não aparentava os cinquenta anos de idade.

— Foi embora. Ficou com medo que eu o seduzisse sobre a mesa, por entre batatas, ervilhas e tomates.

— O quê? - Polly não conteve o riso.

— Poncho tem medo de ficar a sós comigo - desabafou Annie. — Pensa que ficarei grávida se me tocar.

— Querida! Modere sua linguagem - Polly recomendou com paciência.  — Não incomode Poncho; é melhor se relacionar com garotos da sua idade.

— Como Randall - Annie completou com ar de enfado.  — Já sei. Eu gosto de Randall, mas ele paquera todas as mulheres que encontra pela rua.

— Não seja exagerada, meu bem!

— É verdade, mamãe! Não acredito que ele queira ter um relacionamento mais sério comigo.

— Annie, você é jovem demais para um relacionamento sério, querida! -Polly abraçou-a com carinho.  — Randall tem vinte anos. É o par perfeito para você. Esqueça essa idéia fixa de conquistar Poncho! Com ele, seu casamento não seria feliz!

— Seu casamento não foi feliz, mamãe, mas isso não quer dizer que o meu também não será.

Polly se afastou um pouco, com uma sombra no olhar. Acendeu um cigarro e só respondeu depois de uma tragada.

— Seu pai e eu fomos felizes, a princípio. Então ele foi promovido e começou a voar para longe, sobre o oceano, para outros continentes. — Polly chegou perto da janela em busca do ar fresco da noite.  — Eu me envolvi no trabalho e nunca mais fomos os mesmos.

— Você ainda o ama?

— O amor é um mito, minha querida - murmurou a mãe, erguendo a sobrancelha espessa.

— Ora, mamãe...

— Continue sonhando, Annie. - Polly sorriu como se falasse a uma criança.

— Sonhar faz bem. Aliás, onde você arrumou essa roupa?

— É sua.

— Quantas vezes já lhe disse para ficar longe do meu guarda-roupa? - A mãe fingiu irritação, mas terminou dando uma risada.

— Vinte. Vinte vezes. Mas não compra roupas como esta pra mim.

— Imagino que usou esse modelo para chamar a atenção de Poncho - desconfiou Polly.

— Bem, acho que deve desistir, Annie. Poncho é maduro demais para você e ele sabe disso.

— Mas mamãe...

— Vá trocar de roupa - Polly a interrompeu com suavidade.

— Prometi que iríamos ao cinema, não foi?

— Está bem.

Annie saiu da sala em direção ao quarto. Era bom quando Polly se mostrava mãe e amiga, apesar de não levar a sério aquela paixão por Poncho. Ninguém levava, nem o próprio Poncho.