Fanfic: Outra vez casados - AyA ( Adaptada) {FINALIZADA}

Quando saíram da creche, Annie pediu para ele lhe entregar Miguel para que ela o levasse para casa.

— Você o carregará? Parece não agüentar consigo mesma.

— Eu o levarei!

Mal alcançara o chalé, Miguel descerrou as pálpebras, sonolento, no colo de Alfonso.

Abrindo a porta, Annie entrou e esticou os braços, mas, para sua desdita, Miguel virou de costas para ela, enterrando a cabeça no peito de Poncho e voltando a adormecer.

Uma pontada aguda lhe atingiu o coração. Aquela era a primeira vez que Miguel a rejeitava em favor de outra pessoa. Mas Alfonso era o pai dele.

— Acho melhor entregá-lo a mim — declarou em tom seco. — Estou certa de que não vai gostar se ele vomitar em seu terno.

Ele entregou-o e a observou pousá-lo gentilmen­te no sofá surrado que ocupava uma das paredes da sala.

— Na verdade o que não gosto é de saber que não tardou a se deitar com outro homem logo depois que nos separamos.

O corpo de Annie ficou tenso de pronto.

— Não tem direito de dizer isso.

— Acha que não sei que foi isso que aconteceu? Que abri mão de todos os meus direitos no que con­cernia a você?

— Todos os seus direitos? — Petrificada, Anahi imaginou que onda de autodestruição havia incitado aquelas palavras ditas em tom sensual e desafiador. E viu-se fitando, hipnotizada, os lábios de Alfonso, en­quanto recordava o prazer que ele um dia lhe dera...

—  Pelo amor de Deus, Annie! Quer parar de me olhar desse jeito?

Mortificada, ela tratou de se defender.

— Não sei do que está falando.

Poncho deu alguns passos em sua direção com um brilho tão intenso no olhar que fez com que seu corpo estremecesse.

— Mentirosa! Sabe perfeitamente bem o que quero dizer. Está olhando para a minha boca como se a qui­sesse na sua.

Que diabos estava fazendo? indagou ele a si mes­mo. A única razão que o trouxera ali era oferecer um suporte financeiro a Anahi. Nada além disso.

Ainda assim, segundos depois de se repreender, Alfonso ouviu a própria voz.

— É isso que você quer? Por que se for...

O simples tom da voz de Poncho estava surtindo um efeito excitante e perturbador em seu corpo. Na defen­siva, Annie fechou os olhos para descobrir que fizera o movimento errado quando foi tomada por sensuais lembranças do passado.

Antes que pudesse perceber o que estava fazendo, sentiu os dedos esticando-se e encolhendo, como se pudessem sentir a pulsação e a rigidez da ereção de Alfonso.

Tão logo se deu conta do que estava sentindo, le­vou as mãos para trás das costas, rubra de vergonha.

— Está enganado — afirmou, odiando a si mesma por se sentir daquela forma. — Por que eu desejaria alguém que quebrou os votos do casamento e levou outra mulher para a cama?

— É exatamente assim que me sinto em relação a você — retrucou Poncho, colérico. — Sabe que posso lhe imputar as mesmas acusações, não é? Como acha que me sinto com o fato de não ter esperado sequer um mês para se atirar na cama de outro homem?

—  Eu não fiz isso — negou Annie, veemente. As palavras do ex-marido tocaram a ferida que pensava cicatrizada em seu coração e a dor aguda voltou, ine­xorável.

A cor fugiu da face de Anahi, mas antes que pudesse acrescentar qualquer coisa, Alfonso girou nos calcanha­res e se encaminhou à porta.

— Não vá trabalhar amanhã. Se Miguel não tiver melhorado até segunda-feira, avise-me. Isso é uma or­dem — anunciou Poncho, em tom severo. — Providen­ciarei para que seu carro seja trazido até aqui.