Fanfic: Outra vez casados - AyA ( Adaptada) {FINALIZADA}

Julikrbd , layzinha ,sejam bem vindas.

Jl , logo você vai saber o que Poncho fez.

Também amo seja de brigas Mile. 

CAPÍTULO DOIS

Quando Annie saiu do carro, percebeu que não de­veria estar dirigindo. Tremia dos pés à cabeça e não saberia dizer como chegara em casa. A viagem fora um tanto dolorosa, durante a qual lutara contra indesejadas lembranças enquanto ondas de pânico e raiva a oprimiam. Anahi!

Ela tentou parecer relaxada e sorriu quando Angelique, sua amiga e vizinha, veio correndo ao seu encontro.

O que está fazendo aqui tão cedo? — indagou Angel. — A entrevista foi tão proveitosa que seu novo chefe lhe concedeu o resto do dia de folga? — adicio­nou, provocativa.

Annie entreabriu os lábios para retornar uma resposta zombeteira, mas para sua vexação, descobriu os lá­bios tremendo quando as emoções a engolfaram.

—  Entreguei minha carta de demissão — infor­mou a Angelique com a voz trêmula. — Eu... tive que... meu... novo chefe é meu ex-marido! — Os olhos topázio se inundaram de lágrimas. Tremia tão violenta­mente que poderia se dizer que estava em estado de choque.

— Venha, vamos entrar — ouviu Angel dizer em tom maternal. — E então poderá me contar tudo sobre isso.

Dez minutos mais tarde, depois de preparar duas xí­caras de café e conversar calmamente sobre os filhos de ambas, Angelique se dirigiu à amiga em tom gentil.

— Não quero parecer intrometida, mas se quiser tirar esse peso do peito, sou uma excelente ouvin­te e prometo que o que me contar não sairá daqui.

 Quando Annie não lhe deu qualquer resposta e con­tinuou sentada na cadeira com a xícara de café nas mãos, Angelique acrescentou: — Nem mesmo para Aaron, se assim desejar.

Annie voltou a face para fitá-la com o olhar perdido e em seguida forçou-se a se concentrar no presente.

Inspirou todo o ar que podia para os pulmões e co­meçou a falar devagar e amarguradamente.

— Conheci Alfonso quando tinha 18 anos. Ele esta­va construindo a extensão da casa dos vizinhos dos meus tios. Estávamos em pleno verão e Alfonso traba­lhava com o peito nu, trajando apenas um jeans velho e apertado.

—  Hummm, bem sexy. Posso imaginar a cena.— Angel sorriu encorajadora, aliviada por perceber um leve traço de humor curvar os lábios de Anahi.

— Eu costumava caminhar em volta da casa apenas para vê-lo trabalhar — admitiu Annie. — Não sabia que ele havia me notado, até que uma noite ele estava em um clube local e convidou-me para dançar. Fan­tasiar sobre ele, enquanto passava pela casa era uma coisa, mas ficar frente a frente com Alfonso em carne e osso era outra! Senti-me intimidada. — Annie deu de ombros e fitou a amiga. — Eu era uma virgem ingê­nua de 18 anos e a sensualidade masculina forte e determinada que ele possuía era um tanto avassaladora. Infelizmente ele pensou que eu o estava rejeitando e... Anahi meneou a cabeça. — Na ocasião não percebi, mas assim como eu,Alfonso tivera uma infância infeliz e solitária, o que o deixou com um tanto carrancudo e determinado a prosperar. Agora percebo que eu era como um desafio para ele, pois era uma moça de um nível diferente. Uma namorada troféu, como a im­prensa denominaria nos dias atuais, e por algum tempo servi ao propósito dele. Boa o suficiente para casar. Mas tão logo Alfonso se tornou um homem de sucesso, penso que percebeu que eu não era mais um troféu que queria conservar. Com o dinheiro que possuía, poderia conseguir outros troféus melhores.

Angelique percebia a dor que pontuava o tom de voz de Anahi.

— Você o amava — afirmou com suavidade.

— Amar? — Annie a fitou nos olhos. — Sim, eu o amava. Completa, cega, loucamente. Porque naquela época achava que ele sentia o mesmo por mim!

— Oh, Annie! — exclamou Angel, sensibilizada, enquanto cobria com as suas as mãos frias que Anahi mantinha entrelaçadas. Annie engoliu em seco.

— Meus tios ficaram furiosos quando se espalhou a notícia de que eu o estava namorando. Principalmen­te minha tia. Tivemos uma terrível discussão na qual ela revelou que nunca gostara de minha mãe, e ficara furiosa quando o irmão se casou com seu desafeto. Disse-me que se eu não deixasse de me encontrar com Alfonso, eles lavariam as mãos e me renegariam. Mas eu não poderia abrir mão dele. Amava-o de todo coração. Ele havia se tornado meu mundo! E quando lhe con­tei o que minha tia dissera, Alfonso afirmou que não me deixaria voltar para eles, para ser ferida e rechaçada e que a partir daquele momento tomaria conta de mim. — Annie deixou escapar um profundo suspiro. — Ca­samos em seis semanas. Alfonso terminara a extensão e estava pronto para pegar o próximo trabalho.

Angelique podia perceber que os eventos daquele dia estavam começando a abater Anahi, e, examinando a sua face exausta, ergueu-se.

— Parece cansada. Por que não descansa um pouco? Vou buscar Miguel na creche, se quiser, e lhe dar o chá.

Annie sentiu-se tentada a recusar. Mas enquanto uma parte dela ansiava pelo calor do corpo robusto do filho em seus braços, abraçá-lo e se consolar com a presença dele, outra parte lhe dizia que aquilo não era justo com Miguel e que não deveria criar o hábito de depender emocionalmente dele. Além disso, tinha coisas a fazer, lembrou a si mesma. Como começar a procurar outro emprego!

— É muito gentil — agradeceu, abatida.

— Sei que faria o mesmo por mim.