Fanfic: Um homem sem coração. - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA}

Christian olhava pela janela do segundo andar quando Anahi entrou no jardim. Adam lhe comunicara sobre a nova secretária e ele ficou aturdido. Conhecia os inú­meros casos amorosos do amigo, mas essa era a primei­ra vez em que ele misturava as coisas.

Sem dúvida, Anahi Portilla era uma mulher muito atraente, o que Chris pode constatar enquanto a admira­va aproximando-se da casa: feminina, andar delicado e ao mesmo tempo muito natural. Ficava fácil entender por que Alfonso estava tão interessado em contratá-la. Chris também já sabia que, vencidas as barreiras iniciais, o amigo sempre desistia dos namoros e logo procurava outras mulheres.

"E se com essa moça for diferente?", Christian se pergun­tou pondo de lado o projeto em que trabalhava. Algo lhe dizia que Anahi levava suas emoções muito a sério e não ficaria impassível se Alfonso tentasse descartá-la. Ela bateu à porta e foi convidada a entrar pelo homem de aspecto tímido, aparentando uns trinta anos, que se apresentou e sorriu ante a surpresa de Annie.

— Muito prazer, sou Christian Chavez. Desculpe, mas nosso presidente não pode vir para a entrevista. Foi chamado às pressas para uma reunião em Londres. Fui encarregado de cuidar de tudo no lugar dele. Sente-se, por favor.

Foi uma conversa agradável, pois além dos assuntos profissionais de praxe os dois falaram inclusive sobre a história de Abbot`s Meade. Annie aproveitou para explicar que seu falecido tio era o último descendente masculino.

—  É triste quando essas famílias antigas chegam ao fim, se bem que o título poderia sobreviver se você ti­vesse um filho homem.

Ela respondeu, depois de uma pausa:

—  No momento não estou preocupada com isso. Diga uma coisa: é verdade que o sr. Hart vai morar em Dower House?

— Sim, é verdade. E você acha que vai gostar de trabalhar para ele?

— Bem.. . ainda não o conheço, mas se ele quer me contratar mesmo assim.. - Christian hesitou ante a ideia de lhe dizer que ela já havia encontrado o sr. Hart, mas não poderia revelar nada, pois Alfonso deixara instruções bem claras: queria Anahi Portila como secretária, custasse o que cus­tasse!

Quando mencionou o salário, ela custou a acreditar.

—  Mas isso é o que pagam em Londres! - Chris sorriu, brincando.

— Pelo visto você é a primeira entrevistada que insiste era ganhar menos. — Havia simpatizado com ela e não gostaria de vê-la como mais um dos casos de Alfonso, mas por enquanto não poderia falar nada. — Só mais uma coisa: o sr. Hart gostaria que você come­çasse a trabalhar segunda-feira, de manhã. Ainda bem que mora perto. Neste fim de semana ele já deveria estar em Dower House.

— A casa está em péssimo estado. Foi desocupada há três anos, quando os últimos inquilinos se mudaram.

—  Contratamos uma equipe de trabalho para deixá-la em condições de ser habitada e abrigar o escritório da empresa. É só o sr. Rodriguez ligar um terminal ao nosso computador e as atividades poderão começar. Se você não se interessar... — argumentou, tentando dissua­di-la de aceitar o emprego.

—  Não posso me dar ao luxo de discutir condições — respondeu ela, com simplicidade, levantando-se para sair.

Christian fez o mesmo, constrangido por imaginar uma mulher delicada como ela sendo secretária de Alfonso.

Pela primeira vez, desde que começara a trabalhar com ele, sentia arrependimento.

—  Até amanhã, em Dower House. Foi muito bom encontrar esse emprego. Eu estava precisando mesmo.

Meia hora depois que ela saiu, o telefone tocou. Christian atendeu, já sabendo quem era. Alfonso foi direto ao assunto:

—  E então... Ela aceitou o emprego?

—  Sim, e achou o salário excelente.

—  Ótimo! Espero que ela não tenha estranhado nada.

—  Tudo bem, mas saiba que detesto meu papel den­tro dessa história.