Fanfic: Um homem sem coração. - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA}

Quando voltou à bibiloteca, Alfonso ainda falava ao telefone. Deixou a bandeja de café sobre a escrivaninha e foi até o terminal do computador, examinando-o com cuidado. A máquina lhe era um tanto familiar. Estu­dava seu funcionamento, quando teve a sensação de que alguém se aproximava... Levantou a cabeça e viu Adam, observando-a.

— Agora você parece uma mulher de negócios — murmurou, tocando-a de leve nas faces, deslizando as mãos pelos cabelos.

Perturbada, ela permaneceu estática, sem que lhe viesse à mente qualquer resposta. Não conseguia afas­tar-se daquele homem, cujo toque a deixava excitada. Seria difícil encará-lo como patrão e, ao mesmo tempo, reconhecer que ele era extremamente sedutor.

E o pior: sábia como lhe dar prazer e botar por terra as barreiras que Anahi procurava erguer. Agora, por exemplo, uma onda de calor a dominava e foi preciso um esforço sobre-humano para controlar-se. Queria os beijos alucinantes daquele homem.

—  Precisa de auxílio? — Poncho mudou de assunto, concentrando-se no computador.

Começou a explicar o funcionamento da máquina com a maior tranquilidade, como se não tivesse, alguns momentos atrás, criado um clima de extrema sensuali­dade, de envolvimento com Annie.

Ela então lembrou-se das palavras dele naquela pri­meira noite, no chalé: "Donzelas não são o meu fraco!"

Por que brincava com ela? Na certa, achava diver­tido ver a perturbação, a ansiedade que era capaz de provocar numa mulher inexperiente.

"Inexperiente.. . mas não idiota", Anahi pensou, com raiva.

Que direito ele tinha de brincar com os seus sen­timentos?

—  Entendeu bem a explicação? Afastando-se, ela falou, contendo-se:

— Acho que agora tudo está bem. — Buscando uma atitude mais confiante, correu os olhos peio corpo de Alfonso, imitando o gesto atrevido de avaliação que ele usara.

— Amanhã, venha com os cabelos soltos. Se quer mesmo parecer uma mulher de negócios, não precisa desse ar severo. Suas roupas também... estão muito formais.

Quando ela ia responder, o telefone tocou e Alfonso foi atender.

—  Não, claro que não esqueci, querida. Não se preocupe estarei aqui no dia combinado.

Pelo visto ele não discutia negócios. Annie saiu, indo até o saguão. Notou que tanto o hall como toda a casa precisava de reparos. As paredes tinham manchas de umidade, necessitando de pintura urgente. Podia-se ouvir o barulho dos operários trabalhando lá fora. E quanto observava cada detalhe, um rapaz apareceu na sala e sorriu, apresentando-se:                                 

— Boa tarde, sou Christopher Uckermann. Você deve ser  nova secretária de Alfonso não? Quando éramos meninos, nunca pensei que Poncho pudesse ter uma casa como esta. Sabe, não tínhamos um centavo para gastar. Bem... onde está ele agora?                              

— Na biblioteca — respondeu ela, sorrindo. Havia qualquer coisa em Tod que lhe despertava ternura. Tentou imaginá-lo na infância: um menino magro, de cabelos malcuídados e rosto sujo. Achava íncrível que tivesse crescido com o arrogante dono das Empresas Hart.

De repente, Alfonso apareceu.

—  Por que saiu da sala? — perguntou, sem prestar atenção em Christopher. — Quando quiser que você saia, pode deixar que eu aviso,

— Não costumo escutar conversas particulares - respondeu ela, lívida.

— Calma, Poncho — Christopher interveio, amável. — Dê a ela uma chance.                                                    

— Ainda bem que você veio, Ucker. Quero lhe falar sobre meus planos para este lugar. — Encarando Annie, continuou: — Vou a Abbot`s Meade, volto lá  pelas três horas. Aproveite para almoçar, enquanto eu estiver fora. Quando você voltar, cuide da pilha de documentos sobre a escrivaninha da biblioteca. Aquilo precisa ser classificado e arquivado.

E saiu antes que ela pudesse responder