Fanfic: Um homem sem coração. - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA}

Também amei , ele cuidado dela . *_*  Capitulo dedicado a vuxê Jl.

O dr. Peters era um homem pequeno, calvo, aparen­tando uns sessenta anos de idade. Ele a examinou com bastante cuidado e depois falou, com firmeza:

— Você teve sorte, porque o seu estado era grave. Mas vejo que tem passado por muitas tensões e está esgotada, precisa... — Nesse momento, Alfonso entrou no quarto.

— A paciente está dando trabalho? — perguntou, observando o embaraço de Anahí.

Ela não tinha a menor dúvida de que o médico pen­sava estar tratando de uma das amantes de Alfonso. Afi­nal, que estava fazendo na cama dele?

— Disse a ela que teve muita sorte — o dr. Peters respondeu. — Agora ela só precisa de mais uns dias de repouso e de boas férias... — Levantou-se, sorrindo para Annie. — Nos próximos dois dias nem pense em sair da cama. Depois comece a andar aos poucos, vinte minutos cada dia.

Os dois homens saíram do quarto, com certeza con­versando sobre ela. As vozes baixaram e finalmente Alfonso voltou, carregando uma bandeja.

— Trago uma canja deliciosa feita pela sra. Benson. É a minha diarista.

— Ela também deve pensar que sou sua amante.

— Também? Por acaso você acha que o dr. Peters se preocupa com bobagens desse tipo? Percebe por que fiz questão de envolver o mínimo de gente possível para cuidar de você? Vive confundindo as coisas!

— Mas podia ter contratado uma enfermeira.. . alguém que não trabalhasse para as Empresas Hart.

—  Por favor, Anahí, não tive a menor intenção de lhe causar embaraços cuidando de você no meu aparta­mento. Só agi assim porque era mais prático.

—  E o que Claudia acharia dessa história toda?

— Não sei — respondeu ele, lacónico, aproximando-se da cama e ajeitando os travesseiros. — Vamos, expe­rimente a sopa, está deliciosa... — E serviu-lhe a canja a colheradas, impedindo que Annie continuasse a falar.

— E amanhã, se você for uma boa menina, poderá tomar um banho — zombou, gargalhando quando viu o susto dela. — Não se preocupe, a sra. Benson irá ajudá-la. Podemos confiar nela.

— Você quer dizer com isso que ela não faz fofocas a respeito das suas amantes?

— Por que a ideia de ser minha amante a perturba tanto? — perguntou com naturalidade. — Posso lhe garantir que todas são famosas por sua beleza e...

— Sei muito bem por que são famosas — Annie o interrompeu, rápida. — Não quero ser considerada como uma delas!

No fundo, sabia que seu desejo era ser a única mu­lher na vida dele.

Alfonso acabou perdendo a paciência e revidou:

— Com sua falta de experiência, você nunca seria uma delas.

Annie começou a tremer.   

—  Está tremendo... o que aconteceu? Sente frio? Calor?

Preocupado, ele tocou-lhe as faces para sentir a tem­peratura e ajeitou as cobertas.

— Por que não posso vestir a camisola?

— Porque  há sempre  um  limite  aquilo  que  um pobre mortal pode aguentar. Depois de passar uma noite com você ao meu lado coberta só por aquele pedaço de pano que insiste em chamar de camisola, decidi que seria melhor se usasse alguma coisa menos provocante, um lençol, por exemplo.

—  Eu não...

—  Não nego que para mim foi uma experiência deli­ciosa, mas tinha que me lembrar o tempo todo de que estava cuidando de uma enferma. Você é muito sedu­tora, quando quer — concluiu, rindo por vê-la tão des­concertada.

—  Eu não sabia...

—  Tudo bem, não aconteceu nenhum absurdo. — E acrescentou, antes de sair: — Voltarei tarde hoje à noite.

Vendo-se sozinha, com grande esforço Anahí mudou-se para o quarto de hóspedes.

Poncho permaneceu indiferente a essa atitude. Entre­tanto Annie passou a noite em claro, consumindo-se no desejo que sentia de partilhar a cama daquele ho­mem. Não havia saída, pois se já era ruim amá-lo tanto, pior seria fazer amor com ele e depois perdê-lo. Isso só aumentaria sua infelicidade.