Fanfic: Um homem sem coração. - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA}

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Capítulo: CAPÍTULO 7

CAPÍTULO 7

A viagem para Nice ocorreu sem novidades. Quando Anahí desceu do avião, o céu estava cinzento e caía uma garoa fina. Sem dúvida o clima combinava com seu estado de alma. Pensando mais uma vez em Alfonso, sentiu um nó na garganta, e só com grande esforço con­teve as lágrimas. Era uma agonia imaginar que ele esta­ria na companhia de Claudia.

"Eles vão se divertir muito, fazer amor, enquanto eu...", Anahí constatou, desolada.

Rapidamente, ela passou pela alfândega e encontrou os LeBrun, que a cumprimentaram num inglês razoável.

Annie falava o francês bem e os empregados gosta­ram muito disso; ficava tudo mais fácil. Afinal, Alfonso também se comunicava com eles nesse idioma.

— O sr. Herrera nos recomendou que a levássemos para fazer compras. Disse que a senhora não teve tempo de arranjar todas as roupas necessárias ao sair de Lon­dres — madame LeBrun informou, enquanto iam pegar o carro no estacionamento.

 

Vendo o céu cinzento, Annie concluiu que as roupas que trouxera de Londres eram bastante adequadas ao clima do momento.

Antes de partir havia telefonado para Christian e Christopher lhe assegurara que Ronaldo seria bem-cuidado.

— Trate de sarar logo — foram as palavras dele, ao despedir-se.

"Qual é a cura para um coração ferido", pensou ela, quando já estavam na entrada.

A villa de Alfonso ficava perto de Juan Les Pins,

Ao sair de Londres, era época de Natal e a cidade se enfeitava. Muita gente nas ruas, fazendo compras, escolhendo presentes. Annie sentia uma grande triste­za porque passaria as festas de fim de ano completamente sozinha. Na Inglaterra, pelo menos, o ambiente lhe era familiar. Fora isso, sempre havia a ceia na casa de San Brockbank e talvez Jeff Gibson a levasse a um baile.

Ela se perguntou:

"Como Alfonso vai passar o Natal? Esquiando em Gstaad, com Claudia?" Sentiu um aperto no coração e disfarçou olhando pela janela. Não queria que os LeBrun percebessem a intensidade de seus sentimentos quanto ao patrão.

Meia hora depois a criada avisou:

—  Estamos chegando.

A villa de Alfonso era uma antiga construção coberta de hera, que se estendia por um vasto terreno. Annie sentiu-se envolvida por uma aura de paz.

—  Que beleza! — exclamou, saindo do carro depres­sa para examinar os arredores.

Madame LeBrun informou:

— Há muitos anos estas terras foram propriedade dos monges. Eles preparavam remédios com ervas que crescem por aqui.

Então Anahí imaginou que a admiração pelos anti­gos mosteiros levara Alfonso a comprar Abbotls Meade. Como não se influenciar pela calma atmosfera desses lugares? Apesar de menor, Abbofs Meade também era muito tranquila.

— Venha... -A sra. LeBrun indicou-lhe o cami­nho, percebendo como Anahí estava impressionada.

A porta principal se abria para um hall com piso de cerâmica, em tom terracota. Havia várias portas que davam para o interior da casa. A sra. LeBrun a condu­ziu para um salão muito acolhedor e elegante, com móveis de linhas sóbrias.

Através das janelas via-se o amplo jardim, com can­teiros cheios de flores.

— A piscina e as quadras de tênis ficam depois daquela cerca — explicou a governanta. — A piscina está vazia no momento, mas se quiser usá-la...

Annie recusou com gesto de cabeça.

— Você deve estar exausta. Vou lhe mostrar seu quarto e amanhã poderemos fazer compras. Por aqui, por favor.

Sorrindo, a sra. LeBrun seguiu em frente. No fim do corredor havia uma escada em caracol que conduzia aos aposentos. A governanta disse:

— São seis dormitórios aqui dentro. Meu marido e eu ocupamos um apartamento sobre a garagem, lá fora.

Dizendo isso dirigiu-se a um dos quartos, por sinal, muito agradável e de bom tamanho. Dava para um pátio onde havia um pombal. Anahí fechou os olhos, encan­tada. O arrulhar dos pombos fazia com que se lem­brasse de Abbot`s Meade.

— Gostou do quarto? O sr. Herrera fez questão de reservá-lo para a senhora.

—  Adorei!

De fato, era um lugar muito bonito, em tons de pêsse­go, o que lhe dava bastante claridade, apesar do céu nublado lá fora. Tinha um pequeno banheiro anexo.

Quando a governanta a deixou sozinha, Annie sen­tou-se ao lado da janela e ficou olhando para o jardim.

"Qual será o quarto de Alfonso?", pensou, e isso lhe trouxe à mente toda a cena da noite anterior. Quase podia sentir o calor daquele corpo másculo fazendo amor com ela em um dos quartos da villa.

Nesse momento chegou a sra. LeBrun trazendo uma bandeja com chá e biscoitos, interrompendo a sequên­cia daqueles pensamentos perturbadores.

O chá ajudou-a a relaxar e dormir, protelando ques­tões inevitáveis, que certamente viriam à tona: Alfonso estaria com Claudia? Será que fazia amor com ela da mesma maneira que começara com Anahí na noite anterior? Teria, com Susan, o mesmo medo de com­promissos?

Uma coisa porém era fato: agora que Alfonso estava bem de vida, Claudia não lhe daria o fora como havia feito, anos atrás. Pelo contrário, estava divorciada e desejava um marido rico para manter seu alto padrão de vida.

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