Fanfic: Um homem sem coração. - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA}

—  Por que fez isso? — perguntou Poncho, apontan­do para o vaso.

—  Sou uma alcoólatra em fase de recuperação e não posso beber nada — respondeu ela, irônica.

Por um momento ele pareceu perplexo. Depois riu, divertindo-se com a resposta inteligente de Anahi.

—  Ah... e por que uma mulher bonita como você precisaria beber tanto?

—  Ora, o de sempre... — respondeu, maliciosa. — Talvez porque os homens geralmente olhem para mim como se estivessem diante de um objeto raro.

—  E isso a assusta?

—  Não, isso me ofende, como ofenderia qualquer um. — Como Alfonso continuasse com seu ar divertido, ela acrescentou friamente: — Aposto que você não gostaria de ser tratado como objeto, por mais que goste de mulheres.                                                               

—  É...  Nessas horas um "não", sempre funciona. — Ele sorriu com ironia.                                     

—   Então, eu lhe digo "não", agora mesmo — respondeu, nervosa. Não entendia por que estava tão per­turbada.

—  Mas, eu não lhe pedi nada...

Ela tentou responder, mas não tinha argumentos. Talvez fosse o modo como Adam a observava, o que a deixava tão aturdida. Sentia-se devassada pelo brilho dos olhos cinzentos, perspicazes, e isso a irritava. O que desejava aquele homem, afinal?

—  O que você está fazendo aqui? — Parece tão des­locada. ..

—  É... eu já estava de saída.

—  Ah. . . uma mulher que conhece o seu lugar... — ele provocou.

—  Claro. — Olhando o relógio de ouro, Annie acrescentou: — Agora, se você me permite. ..

—   Tá vai mesmo? Por quê?

A curiosidade de Alfonso a irritava.

—  Estou entediada.

—  Minha companhia e a de outras pessoas não lhe agradam? Talvez não haja por aqui ninguém bastante rico para lhe dar outro relógio como esse. — Alfonso segurou-lhe o pulso, provocando em Annie uma súbita sensação de prazer.

Ela espantou-se com essa reacão involuntária e Alfonso continuou:

—  Mas tenho certeza de que você poderia ganhar outro relógio se dedicasse um pouco mais de seu tem­po.

—  Só o meu tempo?

— Bem...talvez você prefira esquemas mais sofisticados... — acrescentou ele, cínico.

Não era a primeira vez que Anahi enfrentava uma atitude machista e duvidava que fosse a última. Por que os homens sempre interpretavam seu rosto expres­sivo, seu corpo como um eterno convite ao sexo? Será que o fato de não ser casada a tornava disponível, como se estivesse à venda? Alfonso não parecia diferente dos outros, e o que era pior: tinha muito dinheiro e estava acostumado a mandar. Talvez achasse que Annie deve­ria cair aos seus pés. Ela perguntou, atônita:

—  O que você quer dizer com isso?

—  Ora... estou em condições de aceitar propostas altas... — Um sorriso insolente acompanhou essas palavras. Era fácil adivinhar as intenções de Alfonso.

Annie teve vontade de explodir, mas pensou rapi­damente e arquitetou um plano com o objetivo de lhe dar uma boa lição.

Ele continuou:

—  O que você prefere, dinheiro ou presentes? É melhor acertar os detalhes antes, não acha? Fica tudo mais fácil. — Fez uma pausa e prosseguiu: — Gosto de negócios honestos. Sempre há uma forma satisfatória de pagamento, não é mesmo? O problema é que as mulheres geralmente cobram uma retribuição afetiva, o que traz muitos desgastes.

—   Não estou entendendo...

—  Simplesmente eu lhe digo que não tenho interes­se em envolvimentos emocionais.  Prefiro esclarecer tudo logo no início.

—  Muito inteligente de sua parte... — Annie res­pondeu, afetando indiferença. Pela atitude desembara­çada de Alfonso, podia concluir que não era a primeira  reagido as outras? Poncho errara o alvo. Muitas mulhe­res certamente dariam a vida por uma oferta como aquela, principalmente vindo de um homem como Alfonso, que possuía um forte magnetismo sensual, mas Annie estava decidida a agir de maneira diferente.