Fanfic: Um homem sem coração. - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA}

Em certo momento a mãe de Christopher, muito simpática, se aproximou de Anahi, e aproveitou para lhe elogiar o vestido.

—  Que tecido lindo! — exclamou, sorrindo, antes de virar-se para uma das filhas. — Angelique, você podia fazer um vestido assim para o seu casamento com Aaron.

—  Eu gostaria muito — Angelique respondeu, com um sorriso. — Mas deve ter custado uma fortuna. Acho que seria melhor aplicar todo esse dinheiro na casa.

A mãe de Ucker sentou-se numa cadeira ao lado de Annie e comentou:               

—  Então, finalmente, Alfonso resolveu se casar. Acho que ele escolheu muito bem. Uma noiva linda, simpá­tica. Tod também gosta muito de você. Ainda bem que Claudia não levou vantagem nessa história. Na minha opinião, ela não passa de uma pedante.

Nesse momento, Alfonso voltou para a companhia de Anahi e eles foram conversar com outros convidados.

— Quantas dessas pessoas são seus verdadeiros ami­gos? — perguntou ela.

— Você quer dizer, quantos me aceitariam se eu não fosse dono das Empresas Hart? Que há com você? Tem medo de ser rejeitada por esses esnobes? Tem re­ceio de sentir vergonha de mim? Você devia ter pensado nisso antes, Anahi! — Afastou-se bruscamente, deixando-a muito chocada com essa reação.

De fato, Ucker já a havia prevenido do rancor que ele ainda conservava da infância, das humilhações que so­frera, mas Anahi não imaginava que esse sofrimento ainda fosse tão profundo.

Nesse instante Claudia se aproximou, acompanhada do amigo com quem viera à festa.

—  Querido, vá me buscar outro drinque — pediu, languidamente. — Alfonso deve estar servindo champa­nhe, caríssimo por sinal. Vulgar, você não acha? Ele faz questão de mostrar o quanto é rico. Mas o que se pode esperar desse homem, não é mesmo?

Quando o amigo se foi, ela se dirigiu a Anahi.

—  Muito bem... Então Poncho decidiu se casar. Fi­nalmente!

Annie tentou manter-se indiferente, e Claudia conti­nuou:

—  Nunca pensei que alguém pudesse ser tão tola a ponto de concordar em ser mulher de Alfonso. Você vem de outro meio, Anahi, e se casa assim, sem mais nem menos, com um simples contador. Mas o dinheiro sem­pre fala mais alto... — Sorriu ao ver que Anahi esta­va furiosa. — Está certo, Alfonso faria tudo para ser aceito na alta sociedade. Por falar nisso, sabe que ele me pediu em casamento, antes de conhecer você?

O riso sarcástico encheu os ouvidos de Annie, irri­tando-a ainda mais. Claudia prosseguiu:

—  Papai ficou furioso, mas não podia dizer nada. Sabe como é... ele tem negócios com Alfonso.

. Claro, recusei. — Fez uma pausa e olhou para o anel de brilhantes que usava. — Respondi que já estava noiva de Leon. Não que isso fizesse alguma diferença, mas meus amigos me abandonariam se eu me casasse com Alfonso. Há coisas que o dinheiro não compra. Poncho tem muitas qualidades, claro, principalmente na cama. .. — disse, sorrindo com malícia, ao ver o quanto sua atitude agre­dia Anahi. E, estudando bem as palavras: — Mas, como marido... não sei. Não me diga que ele confes­sou estar apaixonado! É a sua tradição o que ele quer, Anahi, mais nada. Não espere por um marido fiel!

— Só me espanta que você fale de fidelidade com tanta convicção — Annie respondeu, irônica.

Afastou-se, confusa com aquelas revelações. Por mais que quisesse confiar em Adam, sabia de suas dificul­dades antes de tornar-se empresário. E o mais impor­tante: sabia o quanto ele havia sofrido por causa de Claudia.

Por mais vulgar que Claudia fosse, na certa conhecia Alfonso muito melhor que a "donzela inexperiente" que ele escolhera como esposa. Tudo isso só para participar da alta sociedade, ser aceito... Como pudera ser tão tola? Até a noite de amor na França, provavelmente, tinha sido planejada. Uma vez amante de uma mulher "inexperiente", poderia usá-la à vontade justamente por ela não conhecer outros homens, ficando livre para se divertir com esnobes do tipo de Claudia. Nada mais como­do que um casamento nessas condições.

—  Anahi? — Todestava ao lado dela, apreensi­vo. — Você está pálida. Sente-se mal?

—  Estou um pouco cansada, só isso. Tive um dia cheio.

—  A festa deve terminar logo. — E mudando de tom: — Anahi.. não me leve a mal, mas você ama Poncho?

—  E isso importa? Agora sei por que ele se casou comigo, Ucker se é isso o que deseja saber.

E saiu antes que ele pudesse argumentar. A dor e a angústia a dominavam. Alfonso a havia enganado; não tivera a coragem de admitir que esperava entrar na alta sociedade casando-se com ela. Sentia-se usada por aque­le homem, um machista que só pensava em si mesmo e em quantas amantes ricas poderia conseguir.

Agora entendia o motivo da recepção luxuosa, dos convidados importantes. Ele faria de tudo para ser acei­to por essas pessoas, todas elas cheias de fortuna e poder. Annie, por outro lado, conhecia bem esse meio e não desejava fazer concessões a esse padrão de vida superficial. Estava acostumada a trabalhar para sobre­viver e não achava que isso diminuía o valor de alguém.

—  Anahi... — A voz de Alfonso interrompeu seus pensamentos. — Não esta na hora de se trocar?

—  Eu já estava indo. — Respondeu ela, seca. Não queria que Alfonso percebesse a dor que sentia. Estava convencida de que ele escolhera apenas uma substituta para Claudia, que, apesar de "não se misturar", parecia conhecê-lo muito bem na cama...