Fanfic: E Q U I N Ó C I O | Tema: Saga Crepúsculo/ Jakeward

Desconcertante. Essa era a palavra que definia minha situação naquele momento. Já era de manhã, teria de ir para escola como qualquer humano - Não que eu gostasse disso.
- Estamos partindo Edward, até logo. - Carlisle sorriu e logo sumiu juntamente com os outros.
- Até... Nos veremos em breve!
Eu realmente estava arrasado por dentro, ninguém podia ver - Eu era bom em disfarçar sentimentos, fazia isso o tempo todo.
28 De Novembro de 2005, era o que indicava o calendário eletrônico. "Passou rápido..." Pensei comigo mesmo. Suspirei.
Me dirigi ao meu - absolutamente sexy - Volvo. Não demoraria muito para bater o sinal da primeira aula e eu não queria chegar atrasado - De novo. [...]
O estacionamento da escola estava quase vazio, havia alguns carros no meio fio, também. Estacionei-o do lado de uma pick-up amarela - Era chamativa, automaticamente meu Volvo seria notado, eu adorava exibi-lo. Entrei pela grande porta de vidro que dava acesso ao hall da escola, os olhares voltados para mim, como sempre. Contive um riso ao ouvir alguém pensar "Acho que meus ovários explodiram" e me pus a andar - O mais humanamente possível.
A primeira aula era biologia, o cheiro doce do sangue era quase irresistível, tanta gente, tantos sabores diferentes do mesmo líquido... Não respirei para evitar o odor sufocante e mortal; minha garganta queimava - Eu teria de caçar ao sair dali.
O professor passou a aula fazendo uma prova oral sobre doenças genéticas. Acertei todas as questões que ele me perguntou. Recusei a 85ª cebola de ouro que ele me dera e gentilmente ofereci para Martha, uma novata nerd qualquer que ficou me encarando de um jeito estranho, deveria estar achando que eu iria pedi-la em casamento ou coisa do tipo. Quase a ataquei ali mesmo.

O dia passou devagar, agüentei firme. Suspirei, me sentindo livre ao por os pés para fora da porta de saída. Ouvi alguns "tchaus" logo atrás de mim - Eram Jessica e Mike, os únicos humanos dos quais consegui conversar naturalmente, quer dizer... Sem querer devorá-los. Quem sabe depois?
Alguns minutos depois e a rua estaria cheia de alunos, desisti dos planos de ter o Volvo notado e fui um dos primeiros a ir em bora. Meu destino era uma campina; nos limites de La Push, perto da linha de risco - Onde nossa liberdade vampiresca acabava.
Chagando ao destino, estacionei o carro no meio de algumas samambaias. Olhei para a paisagem antes de adentrá-la, aspirei o ar puro do local - Era tudo de um completo verde e marrom, os pinheiros eram como arranha-céus de tão altos, folhas caíam de suas copas a todo momento. A minha frente, uma trilha de terra, ela se estendia por alguns quilômetros e logo depois, para quem ousasse arriscar, mata fechada e escura. Um cenário perfeito para uma caçada. Quem sabe eu não estaria com sorte, hoje?
Fiz um gesto de positivo com a cabeça e assobiei. Logo sumi entre o verde-escuro das árvores. [...]
Me deslocava rápido, apesar disso, tudo era lento a minha volta. Ouvi alguns pássaros ao longe, o som estranho de uma aranha tecendo sua teia e o gotejar dos pingos de chuva de alguma região chuvosa perto dali.
Rápido demais, rápido demais! Nada me alcançava. De repente, um estrondo logo atrás de mim, antes que eu pudesse me virar algo voou na minha frente me fazendo frear, perdi o controle e fui de encontro ao chão. Meu rosto completamente afundado na terra molhada. Senti meus olhos queimarem - Haviam mudado de cor, provavelmente - Eu estava furioso.
Apoiei minhas mãos sobre o solo e com apenas um impulso, "voei" para trás. Aterrissei em posição de ataque. Meus lábios emitiam grunhidos selvagens e descontrolados que saiam de meu peito, meus olhos tentavam alcançar qualquer ameaça por perto, não havia nada. Permaneci naquela posição, ainda esperando qualquer coisa.
"Ei, foi mal" O pensamento de alguém cruzou com o meu. Um odor diferente predominou o local - Algo como óleo de amêndoas e cachorro molhado. Minha garganta ignorou o segundo odor e ardeu ao pensar no primeiro.
Uma figura gigantesca surgiu do meio de samambaias, há alguns metros bem a minha frente - Era um lobo, um quileute.
Sua cor era de um marrom avermelhado, tinha olhos grandes e negros, me encarava com um ar de lamentação - Canina? - Conti o riso. "Ew! Sua cara tá toda suja!" Ele pensou, sua voz rouca.
"Gelei" ao lembrar do que havia acontecido e tentei limpar-me - Quase me encolhendo de vergonha.
- O que você pensou que estava fazendo quando jogou aquilo na minha frente? - Gesticulei para o corpo decapitado de um vampiro - Agora fazia sentido.
Ele deu um latido e sumiu para dentro da moita. "Espere um momento" Disse o menino lobo, por pensamento, novamente. O obedeci - Aproveitei para tirar a lama do rosto. Cconsegui tirá-la completamente, por sorte.
Encaixei as mãos nos bolsos da calça e pigarreei. Esperava-o.
Um barulho de folhas caindo seguido de um movimento e logo o menino estava em minha frente. Meus olhos se vislumbraram coma visão, tentei pensar em qualquer outra coisa enquanto "admirava a paisagem" - Aparentava uns 16 anos, porém, seu corpo não respondia por sua mentalidade. Era alto, másculo e sua pele tonalizada do mesmo marrom avermelhado, o cheiro de amêndoas havia ficado mais forte, minha garganta agora queimava. Seus olhos eram penetrante, sua boca carnuda e rosada, tinha uma pequena barba mal feita. Olhei para seu peitoral, era largo e forte, o mesmo para sua barriga. Meus olhos se atreveram a descer mais um pouco e como hipnose seguiam os pelinhos abaixo do seu umbigo. Ele vestia uma calça moletom cinza e "só" aquela peça de roupa. A mesma seria facilmente arrancada se eu quisesse.
Por um momento imaginei o que me aguardava atrás daquela fina peça de roupa.
- Er... Olá? - A voz me acordara para e realidade.
Ele me encarava, um ar de dúvida pairava seu rosto.
- O que faz por aqui? Sam odeia vampiros no limite da fronteira, deveria saber.
- Me- me perdoe, eu irei me retirar - Gaguejei na tentativa de me lamentar. Por que ele agia tão naturalmente? Me deixava nervoso e irritado, eu sempre esperei lobos assassinos mas não era essa a impressão que ele passava para mim.
- Ah cara, que nada! Às vezes acontece... Só que da próxima vez poderá não ser eu a achar você - Ele olhou para o cadáver do vampiro ao meu lado e depois para mim.
Eu não disse nada - Estava sem graça demais para o fazer.
- Então, você sempre aqui? - Ele indagou. Sentou-se sobre uma rocha um pouco mais perto de mim, me fitava. Seu olhar parecia dizer mil coisas, porém, ele parecia não pensar - Ou bloqueava seus pensamentos.
- Ahhn.. Na verdade, acho que não deveria nem estar aqui. Só quis fazer algo diferente, não gosto de voltar para casa muito cedo. Se é que entende... - Tentei ser gentil e sociável. Sorri torto.
- Eu entendo! Eu também não...
- Caçando garotinhas indefesas, alpinistas... Ou apenas está na hora errada e no lugar errado, como dizem muitos que passam por aqui? - Ele ficou sério de repente.
Sorri torto novamente e por puro atrevimento me aproximei, sentei-me em um tronco caído, de frente para o garoto. A linha imaginária era a única coisa que nos separava.
- Nada demais, o básico... E não, garotinhas não estão no meu cardápio. - Um sorriso malicioso tomou conta de meus lábios involuntariamente. Tentei disfarçar olhando para os lados, tarde demais... Ele me encarava, um sorrisinho no rosto. Eu o fitava - Especificamente, o secava. Por que aquilo estava acontecendo? Era incompreensível.
- Devo entender isso como um "sou vegetariano?" - Ele disse num ar engraçado e abriu um sorriso que exibira todos seus dentes. Eu amoleci.
Jacob suspirou e por um momento desviou o olhar para o nada. Virou-se para mim novamente.
- Bom, tenho que ir... Hmm, como é seu nome? - Sua testa se vincou numa expressão de curiosidade.
- Edward... Edward Cullen - Disse eu - Sem gaguejar - e sorri. Eu me sentia estranhamente a vontade conversando com aquele menino lobo.
"Interessante..." Seus pensamentos foram altos demais naquele momento. Eu ri baixinho. O menino se levantou.
- Me chame de Jacob. - Ele piscou e sorriu.
- Certo, Jacob - Disse eu, frizando seu nome e tentando imitá-lo.
O menino deu uma risada inocente e jovial. Eu sorri como um abobalhado observando-o. Ele se virou e ía adentrando as àrvores.
- Nos veremos de novo? - A angústia de vê-lo partir fez com que as palavras saíssem.
- Sim, em breve... - Ele disse, gentilmente.
Me levantei para poder aproveitar os últimos estantes antes que ele sumisse completamente.
Jacob caminhava lento e despreocupado, um andar desajeitado e meio engraçado. Eu sorri observando a cena.
Antes que seu corpo entrasse completamente na imensidão verde, Jacob se despiu da única peça de roupa que vestira e a dobrou em forma de quadrado - Me perguntava se aquilo era proposital.
"Oh meu Deus..." Pensei comigo mesmo. Ri baixinho, balançando a cabeça e me virei agarrando-me ao primeiro galho acima de mim; Os pensamentos sujos dominaram minha mente, eu não me importava - Sentia que Jacob teria sua homenagem em breve. Uma leve excitação me fez estremecer.
Tive de desligar meu cérebro por aquele momento. Farejei o odor das montanhas, haviam animais por perto. Me locomovi com rapidez na direção dos mesmos. Era hora da caça.