Fanfic: E Q U I N Ó C I O | Tema: Saga Crepúsculo/ Jakeward
A lua nascia relutante quando resolvi voltar para casa, eu me locomovia depressa entre as árvores. A noite era de total silêncio, escuridão e solidão. Eu, apenas eu e a lua que banhava tudo de um total azul estávamos presentes; O mundo nunca se quer saberia de nós.
Os pensamentos eram quase perturbadores, lutavam dentro de mim e pareciam gritar tentando se libertar. Aquele menino, eu não conseguia parar de pensar no quão exuberante ele era aos meus olhos, seu nome ecoava por entre as árvores e quase abafava o silêncio noturno: "Jacob, Jacob, Jacob!" Sussurros em coro que atormentavam minha sanidade.
Minha garganta ardia ao imaginar a quão macia sua pele poderia ser ao tocar meus lábios e no quão doce e quente seu sangue era. Por um momento pude sentir seu calor sobre meu corpo de mármore, preenchendo-me. Era estranho, mas de alguma forma eu me sentia totalmente ligado a... Jacob. [...]
- Droga... - Murmurei enquanto aterrissava na varanda, eu havia esquecido as luzes ligadas - Não que eu me importasse, mas poderia chamar a atenção de algum campista.
Desliguei-a no interruptor que se encontrava na sala de estar e subi para meu quarto.
Não liguei a luz - Enxergar no escuro era uma coisa que eu fazia muito bem - apenas entrei e fui diretamente a prateleira de CDS, procurei na sessão de E a F achando o que eu procurava. Numa capa convencional com uma foto elegante e letras charmosas em tom de amarelo e branco, era-se lido: Florence + the Machine - LUNGS - Não se existia tempo mais adequado para ouvir um bom disco como aquele.
Abri a capa e peguei cuidadosamente o CD, coloquei-o no rádio regulando o som para o 25+. Avancei para a faixa 4, Howl, minha segunda favorita. Fechei os olhos apreciando a música.
- Isso... - Sussurrei com um leve sorriso nos lábios, os olhos ainda fechados e a cabeça suavemente balançando no ritmo da música.
Deitei-me no sofá e coloquei algumas almofadas atrás de minha cabeça. Suspirei, relaxando aos poucos.
- Drag my teeth across your chest to taste your beating heart...
Sussurei repetindo uma das frases da música e lembrando-me de como Jacob se encaixava naquele refrão. De repente, batidas repetitivas fizeram-me despertar do "transe". Olhei para a direção do barulho, estremeci.
Jacob estava do lado de fora, atrás da porta de vidro. Seu rosto era sério e rígido, suas mãos nos bolsos da calça moletom. Ele parecia dizer "olá" com os olhos. Me aproximei da porta, as pernas fracas, seu cheiro doce atravessou o vidro e me fez estremecer. Prendi a respiração.
- O que... O que você faz aqui? - Indaguei, fitando-o com curiosidade.
- Tô incomodando? Volto outra hora - O tom de voz era grosso.
Ele se virou e começou a andar, os punhos fechados e as passadas fortes. Abri a porta e atravessei e sacada antes dele, segurei-o pelo ombro. Jacob agora me fitava, seu olhar era raivoso e confuso. Franzi levemente a testa, também confuso e profundamente ferido.
- Eu disse alguma coisa? - Perguntei-o. Tentava esconder a angústia mas era quase em vão.
- Não... claro que não! O problema sou eu e não você. Imagino o que pensa de um cara como eu, quero dizer... Você não mal conhece e eu já estou aqui, como se fosse íntimos ou qualquer coisa que fosse. É quase uma invasão de domicílio.
Sorri torto, suspirando e dechei meus olhos por alguns segundos.
- Se eu disser a você que está errado, o que me diria? Iria ir em bora da mesma forma? - Indaguei suavemente, ainda um pouco confuso. Eu já não o segurava mais pelo ombro.
- Bo-Bom... Eu acho que isso já muda tudo - Jacob se enrolou ao falar, cruzou seus braços e se aproximou mais alguns passos. O olhar curioso voltado para mim.
Seu calor estava próximo demais, pude ouvir seu sangue quente fluir em suas veias. A garganta começara a arder.
Minha vontade dele havia voltado.
Jacob estava bem a minha frente, possibilidades de atacá-lo não me faltavam, mas... Eu tinha certeza de que havia muito mais coisas por trás de somente atacá-lo. Sim, eu o desejava, o desejava mais que sangue. Desejava seu corpo no meu, desejava poder tê-lo dentro de mim, desejava mil coisas e só de desejar, eu tinha sede disso.
A lua estava no topo, atravessando os pinheiros. A luz azulada nos iluminou deixando tudo em tons de azul e branco - parecia que ela queria ofuscar a iluminação das luzes da casa - O peitoral de Jacob refletiu o azul, mais uma vez me atrevi a viajar por seu corpo com os olhos, concentrando-me em cada detalhe de seu corpo. Sua pele morena, os oito gomos de sua barriga que poderiam ser facilmente tocados por meus lábios, os pelinhos abaixo do umbigo, a sua respiração lenta, o jeito másculo e violento que seu corpo fica quando parado...
- Edward? - A voz curiosa do menino lobo me despertou.
Olhei-o constrangido ao perceber o que eu fazia. Sorri torto e desviei o olhar, Jacob me olhava sem graça e um tanto confuso.
- Por que está bloqueando seus pensamentos?
- Você não iria querer saber o que eu penso.
- E por que? Vamos! Deixe-me ver ou eu o obrigo a contar... - Jacob disse ainda sério e no mesmo momento se aproximou de mim, sua respiração quente batia em meu rosto e trazia seu odor junto.
Me afastei um pouco, por prevenção. E desviei o rosto.
- Jacob, não faça isso novamente. Nunca mais se aproxime de mim desse jeito, nunca. - Fechei os olhos tentando me controlar, eu já não conseguia evitar inalar seu odor, era como droga.
- É? Por que? Vai me atacar? - Ele disse num ar de brincadeira e se aproximou. Apertei meus punhos a ponto de arrancar meus dedos dos tendões.
- Jacob, por favor... - Eu disse, tentando controlar minha voz trêmula. Meus olhos firmemente fechados.
Ele estava perto demais de mim, seu calor era jogada em minha pele mim e me fazia vibrar, estremecer em uma explosão de sede e excitação. Algo quente tocou meu ombro e apertou-o gentilmente, era sua mão.
De repente, tudo se acalmou; a sede aos poucos fora se dissipando, a angústia e tudo de ruim havia desaparecido. Agora havia apenas calmaria e conforto. Abri os olhos, e o olhei. Jacob me fitava sorrindo torto, seu olhar estava diferente, era... Carinhoso e protetor ao mesmo tempo. Me sentia tão absurdamente inocente e protegido perto de Jacob, era como se nada pudesse me tocar além dele e de seu calor próprio.
- Deveria ver como fica quando nervoso, é terrível! - A voz jovial era doce e alegre. Ele gargalhou em seguida.
- Eu não estava nervoso, obviamen... Tudo bem, eu estava.
Franzi o cenho, e timidamente desviei o olhar para a floresta azul noturna que nos cercava.
- Por que me evita assim? Têm medo de mim? Por que não me deixa ler seus pensamentos, Edward? Eu sempre deixo você ler os meus... - Ele se lamentou.
Suspirei e voltei a olhá-lo, a expressão séria.
- Jacob, você nunca me entenderia... Ninguém nunca entende... - Sorri torto. Lembrei-me da partida dos meus irmãos.
Me afastei e sentei-me em um pequeno banco de dois, ainda na varanda. Ele se aproximou, sentando do meu lado.
- Sabe, eu me sinto exatamente como você... O pessoal tem dificuldades pra compreender o quão difícil é ser quem eu sou, o como é carregar essa... Maldição que eu carrego. E sabe, os outros lobos da matilha, eles não ajudam muito. - Seu tom de voz era sério, um tanto triste. Ele suspirou.
Parecia que ambos tínhamos nossos pontos de vista sobre imcompreensão.
- Então você tem mesmo 16?
- E você garante ter 107?
Ambos gargalhamos.
Aquele momento não poderia ser melhor, estar com Jacob era como jogar para o alto qualquer problema. Ele tinha seu próprio senso de como ser feliz com tantos problemas, e o mesmo passava para todos que o cercava.
- Conte-me mais sobre a matilha de lobos... Sam é o "Alfa" a quanto tempo? - Tentei imitar a voz engraçada que Jacob fizera ao falar Alfa, quando ele anteriormente havia me contado sobre Sam.
- Faz algum tempo... Sabe, ele me ajudou a descobrir e a agüentar o lance de ser um transfigurador, eu teria ficado louco se tivesse que enfrentar tudo isso sozinho, como ele efrentou. Sam é um irmão pra mim, se é que entende...
- Oh sim! Eu entendo... Tenho muitos irmãos que não são legítimos. Você precisa conhecel... - Lembrei-me que eu era a única exceção vampiresca para Jacob.
- Claro! Se me garantir que não terá alguns cadáveres humanos pendurados por todos os cantos como uma decoração de boas - vindas.
Eu o olhei sério mas logo não me agüentei e gargalhei novamente.
Dessa vez ele não gargalhou, o olhei com receio de ter feito algo errado. Ele me olhava serenamente, em seus lábios um leve sorriso pairava. Eu não sabia o que falar, o que fazer; Era minha reação natural perto de seu encanto.
- Onde você esteve este tempo todo, Edward? - Ele disse docemente e sorriu.
- Eu não sei... Talvez tentando não caçar humanos? - Disse eu, tentando quebrar o ar de nervosismo que me consumia. Sorri, sem graça.
- Eu quero tentar uma coisa... Prometa que não ira ficar bravo? - Ele indagou, me fitando.
- Ahmm, tudo bem... - Respondi, olhando-o com curiosidade.
Jacob se aproximou rápido, rápido demais para que eu pudesse entender do que ele falava e o que ele queria. Franzi a testa confuso, e, de repente, seus lábios estavam sobre os meus. Quando dei por mim suas grandes mãos me agarravam como imãs a minha pele, tudo o que eu pude fazer fora me render. Seu hálito era quente, suave e doce; Invadia meus pulmões e se espalhava por minhas veias, revivendo meu corpo de pedra. Seus lábios macios e precisos, mexiam-se lentamente sobre os meus, obrigando-os a serem abertos e fechados; Sua língua brincava com a minha.
Eu mal conseguia ouvir meus pensamentos. Uma de suas mãos começara a abrir minha blusa, eu estremeci e ao mesmo tempo, recusava ter aquilo, naquele momento.
- Jacob... Por favor, não! - Sussurrei, ordenando-o que parasse enquanto afastava meus lábios dos dele - Era quase impossível. Peguei em sua mão sobre meu peitoral e a repousei em seu colo, segurando-a. Eu agora o olhava seriamente.
- Eu fiz algo de errado?
- Não Jacob, você não fez... Eu fiz, eu não deveria ter deixado você continuar.
Sorri fraco e suspirei. Desviei o olhar para as árvores. Ele recuou sua mão que até então estava em baixo da minha.
- Eu... Me desculpe... - Ele disse, sua voz era quase um choro.
Depois disso, Jacob se levantou de repente e pulou a sacada, sumindo. Eu estava confuso e envergonhado demais para segui-lo.
"Espero que você volte, ainda tenho muito o que falar..." Eu disse a ele, em pensamento. Ele não respondeu.
Suspirei novamente. Pude imaginar e sentir a dor que Jacob sentira, e tudo isso, era minha culpa.
"Espero que um dia você me entenda, Jacob" Murmurei enquanto olhava para a escura penumbra da floresta.
Voltei lentamente para meu quarto. Os pensamentos eram totalmente voltados a Jacob, a minha grande burrice a ao último acontecimento. Eu precisava vê-lo.
Autor(a): MrLüc♥
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).