Fanfic: TILL THE END OF TIME | Tema: LALITER

Durante todo o caminho de ida pra escola Mariana e eu ficamos conversando sobre música, enquanto isso, Euge não desgrudava do telefone.
Impressionante é que Mariana é muito inteligente, em conceitos gerais, muito madura, muito culta, era dona de uma sabedoria admirável. 
É ótimo poder conversar com alguém que entenda do que você fala, mas infelizmente, a conversa foi curta. Chegamos rápido ao colégio, e cada um foi ao seu destino.

No toque pro recreio, fiz questão de sair primeiro a procura de Pablo. Havia dias que ele me evitava. Eu realmente estava chateada. 
O encontrei na recepção, antes que ele me avistasse e resolvesse se esconder, já fui começando a falar.

Mari: Pablo, eu quero falar com você.
Pablo: Espera, eu tenho que..
Mari: Não me importa, já esperei demais – agarrei sua mão e fui o puxando, saindo da recepção e chegando num tipo de saleta –
Pablo: Amor, eu tenho que..
Mari: Amor? Como você ainda me chama de amor? – perguntei indignada –
Pablo: E..
Mari: Olha só Pablo, isso ta me incomodando, faz dias que você me evita sem ao menos me dizer o porque..
Pablo: É que..
Mari: E sabe o pior? Eu me sinto uma inútil, porque eu tenho um namorado que não confia em mim – respirei e acalmei um pouco a voz – Pablo, desde que começamos a namorar, nunca você chegou pra falar nada da sua vida pra mim, nunca desabafou, nem nada .. Isso não é normal, todo ser humano precisa desabafar, que nem eu to fazendo agora. E eu sei que esse é o seu jeito, todo caladão. Mas poxa, o que eu posso fazer por você então? .. Isso realmente ta me incomodando! Porque você não me fala o que ta acontecendo em vez de me evitar? Não da pra confiar em mim? – ele ficou acanhado e de cabeça baixa, esperei que ele respondesse por alguns minutos, mas sem sucesso – Ok, obrigada pela sinceridade – sai dali depressa –

Durante o jantar, Euge me explicava do trabalho que ela e Mariana estavam montando. Enquanto escutava Euge, notei Mariana desanimada e calada. Tentei puxar várias vezes assunto com ela, e todas sem sucesso, só recebia respostas curtas. O que se percebia era que ela não tava muito afim de conversa, então não insisti mais .. Até que o telefone de Euge tocou e ela saiu pra atender, deixando nós dois na mesa.
Fiquei a observar Mariana, e ela fazia o mesmo. Trocavamos olhares, e isso só alimentava mais o silencio. Até que me impacientei e quebrei-o.

Peter: Você ta bem? – ela respondeu balançando a cabeça em sinal de sim – Quer conversar? Se quiser..
Mari: Brigada – falou tentando sorrir –
Peter: Olha, eu sei que você não ta bem. Se eu puder fazer alguma coisa, me fala porque me da angustia te ver assim – falei acariciando sua mão –
Mari: Você é um fofo – sorriu de canto – Mas não precisa ficar angustiado – ela acariciou meu rosto - Eu tive um dia ruim, to cansada e com sono, acordei cedo e to meio enfadada por isso.
Peter: Tem certeza que é só isso? – continuei acariciando sua mão –
Mari: Tenho sim, e brigada por se preocupar – sorriu, beijou minha face e passou a mão pelos meus cabelos enquanto se levantava do banquinho – Vou ligar pra casa pra alguém vir me buscar, não vou agüentar fazer o resto do trabalho.. –
Peter: Se quiser, eu posso te levar.
Mari: Tem certeza?
Peter: Claro! – peguei a chave, a carteira e o documento do carro –
Mari: Ok, vou pegar minhas coisas.

Depois de deixar Mariana, cheguei e tomei um banho pra dormir.
Deitei na cama ainda pensativo sobre ela. Não conseguia crer que estivesse tudo normal. Mas logo tratei de esquecer, se ela não confiava total em mim pra falar o que estava acontecendo, a culpa era minha, por não ter feito nascer essa confiança. E além do mais, respeitei o fato de que às vezes nós precisamos nos acatar, sem precisar que os outros saibam o que se sente realmente.
Com esse pensamento, relaxei e dormi.