Fanfic: Perdidos de Paixão [Adp- AyA] ♥ | Tema: RBD/ AyA

— Vocês dois precisam se casar. -  Christian resmungou, de costas para os irmãos. — Assim, poderão controlar os hormônios na cama com suas esposas.
— Ah, céus!  - Alfonso disse desgostoso.  — O que está tramando Christian? Como podemos nos casar se nem temos namoradas? - Bateu a caneca com força na mesa, derramando café. — Até que a idéia de ter uma mulher esquentando meus pés todas as noites me agrada. Mas gostaria que deixasse essa decisão ser tomada por mim mesmo, no meu caso.
Christian se virou e encarou os dois.
— As coisas vão mudar nesta casa. Não posso aceitar essas brigas e de bar. Não agüento mais gastar meu dinheiro suado com os prejuízos. Parece que todo fim de semana conseguem armar confusão. Por que não se contentam com drinques e flertes? Está na hora de crescerem. Já são dois adultos!
Christian tomou um gole de bebida fumegante e olhou os dois. Franziu a testa. Alfonso exibia um olho roxo e um corte inchado na face.
Christian sacudiu a cabeça e concentrou-se em Christopher. Logo ele, que nunca se metia nesse tipo de encrenca... Os dois olhos inchados. A testa coberta de hematomas. Decerto também quebrara algumas costelas.
Christopher gemeu ao se levantar com dificuldade.
__ Estou fora, Christian. As mulheres só trazem problemas. Como acha que começou essa confusão de ontem?
Christian e Alfonso se entreolharam enquanto Christopher se dirigia ao fogão para servir-se de mais café. Voltou e sentou-se devagar na cadeira. Olhou para os irmãos e suspirou.
—Esqueçam...
Christian e Alfonso tornaram a trocar olhares. Christopher era sempre o mais quieto. Melhor não insistir.
Comeram em silêncio até Alfonso se levantar.
— Agora que refleti Christian, sua idéia não me parece tão ruim. O melhor seria se nos casássemos os três. Faz muito tempo que o Rancho Blue Sky não recebe uma presença feminina.
— Estou velho demais para arranjar uma esposa. Vou completar quarenta e um ano no mês que vem – Christian resmungou.
—Sim, mas ainda aprecia uma bela jovem de vez em quando, como fiquei sabendo, -Alfonso voltou a cadeira.
—De qualquer maneira, não é velho. Muitos homens se casam mais tarde. Além disso, está com a vida estabelecida e pode oferecer muito mais do que há quinze anos.
Christopher bateu a xícara na mesa e gritou:
—Para vocês dois o casamento pode ser solução, se conseguirem encontrar a companheira certa! Mas onde iriam viver depois de casados? Esta velha cabana não serve para mulher alguma. Imagine para três. Não recebe uma pintura há anos, e a mobília esta caindo aos pedaços. Qualquer uma que entrar aqui vai sair correndo. -Sacudiu a cabeça e percorreu a cozinha com o olhar. — E onde pretendem encontrar uma moça decente neste fim de mundo? As de boa família estão casadas, e as que restam não servem. -  suspirou enquanto analisava a cozinha. Concluiu que Christopher tinha razão.

O piso estava gasto e não era lavado havia muito tempo. Os eletrodomésticos mal funcionavam. Os armários e balcões encontravam-se desbotados e manchados. O papel de parede, amarelado e descascando próximo do teto e das portas. As janelas, imundas como as cortinas. E aquele era o melhor cômodo da residência...
—Bem, teremos de construir casas novas. Temos condições. Escolheremos o local e contrataremos um construtor. O imóvel será um atrativo. Que mulher resiste a um novo lar? Christian se levantou. — Agora que resolvemos isso, vamos trabalhar. Precisamos verificar a ala sul, e as vacas e bezerros precisam de cuidados. 
—Espere um instante - Christopher o interrompeu. — Preciso lhes contar uma coisa, e como o assunto veio à tona... Já sou casado.
O silêncio se abateu sobre eles, e os irmãos encaravam Christopher, atônitos.
— Onde? Quando?
— Com Dulce Maria, depois da formatura do colegial.
— Céus! Faz anos. O que aconteceu? - Christian indagou.
— Casamo-nos porque sempre nos amamos. Mas Dulce queria seguir a carreira de cantora. Concordamos que ela teria sete anos para tentar. Mantemos contato, embora tenhamos nos distanciado. Não sei ainda se temos uma chance depois de tudo. A casa nova seria um incentivo. Estou certo de que Dulce gostaria de voltar para um lar de verdade.
Os irmãos permaneceram em silêncio.
Christian prosseguiu:
— Acho que Alfonso tem razão, Christian. Vocês dois têm de encontrar uma esposa. E não me venha com essa conversa de idade. Olhe só o Pete Butter. Tinha mais idade que você hoje quando se casou. Está com três filhos e é feliz. Se insistir nessa história de casamento, terá de participar. E, se não conseguir encontrar uma esposa, eu e Alfonso o ajudaremos.
Alfonso riu malicioso, levantou-se e cruzou os braços sobre o peito.