Fanfic: • Estúpido Cupido. • (Vondy) - Finalizada

Ao chegarem na igreja, nenhum dos presentes, além de Dulce, percebeu os olhares que Roberta e Alfonso trocaram durante toda a cerimonia de batismo.
Talvez, sua irmã não fosse a única que nutria algum sentimento naquela relação secreta. Pelos olhares que Alfonso dedicava à sua gêmea, Dulce era capaz de afirmar que ele a amava tanto quanto ela.
Mas, não seria Dulce que falaria isso para Roberta. Quando e se isso acontecesse, gostaria que Alfonso tivesse coragem o suficiente para revelar seus sentimentos. Esperava de todo coração que não demorasse muito, pois não gostava de ver sua irmã sofrendo. Mesmo que vê-la sofrer por amor fosse a última coisa que Dulce veria em vida.

Quando a cerimônia terminou, todos foram tirar as devidas fotos, coisa que não era muito fácil de se fazer, muito menos quando havia nove crianças reunidas: seus cinco filhos, os dois filhos de Anny e os dois de Alfonso. Ou seja, a confusão era mais do que garantia.
― Eu quero segurar os gêmeos! ― Lana reclamou, em certo ponto das fotografias. Ela mantinha aquela expressão firme de um adulto no rosto infantil, fazendo com que todos rissem.
― Certo, meu amor. ― Dulce disse, indo até um banco e fazendo com que a menina se sentasse nele. ― Tem que segurar com cuidado, ok?
A menina assentiu com a cabeça e foi quase um sacrifício fazer com que os dois coubessem nos pequenos e curtos braços da irmã. No final, conseguiram a proeza e, a menina sorria com tanta felicidade, que todos se emocionaram com a cena que presenciavam.

Era nessas horas que Dulce percebia como a felicidade estava em seus pequenos gestos. Não era preciso muita coisa, nem de dinheiro, ambição... nada disso traria a felicidade. Poderia trazer uma felicidade momentânea, até mesmo fingida, mas que acabaria logo. Mas, o sorriso no rosto da filha ao segurar seus irmãos... ali sim, estava presente a mais pura felicidade.

― Por que não colocamos os gêmeos juntos nessa foto? ― alguém perguntou.
― Boa ideia. ― Christopher respondeu, se virando e procurando pelos dois. ― Onde eles se meteram?
Dulce não soube porquê, mas sentiu um estranho pânico invadir seu coração e começou a procurar à sua volta, não vendo a cabeleira ruiva de nenhum dos dois.
― Onde eles estão? ― ela indagou, olhando para o marido.
― Eles estavam aqui até agora. ― Alfonso respondeu, também preocupado.
― Esses meninos vivem aprontando. Não acredito que foram capazes de fazer isso até hoje! ― Christopher resmungou, planejando algum castigo para os dois quando os encontrassem.

Todos saíram em busca dos dois e, por mais que soubesse que os meninos eram arteiros demais, Dulce sentia que daquela vez eles não tinham nada com isso. Algo lhe avisava que aconteceria alguma coisa que ninguém ficaria feliz.
― Lá fora eles não estão! ― Melissa disse, ao voltar para a igreja.
― Nem na sacristia. ― Anny e o padre também retornaram.
― Oh, meu Deus... Chris...? ― Dulce olhou para o marido, com os olhos já com lágrimas e preocupados.
― Não se preocupe, meu bem. Vamos achá-los! ― ele disse, ao se aproximar dela e abraçá-la com carinho.

― Acho que seria bom procurarmos eles pelas redondezas. Não creio que estão muito longe. ― Alfonso sugeriu.
― Isso. Eu levo as crianças para casa. ― Anny ofereceu, já juntando os pequenos.
― Eu procuro pelo bairro. ― Melissa disse.
― Eu e o Alfonso vamos procurar de carro. ― Roberta sugeriu, olhando para Alfonso, que assentiu com a cabeça. ― Vocês dois ― ela olhou para Dulce e Christopher. ―, se acalmem, que logo os acharemos. Eles são umas pestes, mas não são tão rápidos.
― A Roberta tem razão. ― Maite entrou na conversa. ― Vocês dois vão procurar nos lugares que eles costumam ir por perto. Eu fico aqui caso eles resolvam aparecer.
Dito isso, cada um se colocou em movimento.

Ao entrar no carro, Dulce respirou fundo e olhou para Christopher.
― Não acredito que eles fariam isso, Chris...
― Eu também, meu amor. Por mais que eles aprontem... não acho que isso é arte deles.
Dulce levou as mãos ao rosto, reprimindo um soluço. Sabia que se perdesse o controle de suas ações, estaria perdida e precisava manter a calma nesse momento. Seus filhos dependiam disso.
― Só espero que esse aperto que tenho no coração não seja o que penso... ― ela murmurou, mais para si mesma do que para Christopher.
Se algo acontecesse com seus filhos, alguém pagaria muito caro! Não importava quem fosse. Ninguém colocaria a mão em seus filhos e sairia impune!