Fanfic: • Estúpido Cupido. • (Vondy) - Finalizada

Se Emily escutasse mais uma vez aqueles dois meninos insuportáveis dizendo que queriam ir para casa, corria o sério risco de cometer um assassinato ou algo parecido. Definitivamente, ela não nascera para ser mãe!
Cada vez que sentia os olhares deles sobre si, pedindo para ir embora ou para ligar para a “mamãe Dulce”, ela sentia seu sangue ferver e suas mãos coçavam ao ponto de quase deixá-la louca. Só não fizera nada até o omento, porque Stefan a segurava quando via a fúria estampada nos olhos dela.
E era o que acontecia no momento. Stefan a afastou um pouco dos meninos, que continuavam sentados no banco do aeroporto, os fitando com aqueles olhos infantis e espertos.

― Faça esses meninos calarem a boca! ― ela sussurrou no ouvido de Stefan. ― Ou não sei o que posso fazer.
― Eles são seus filhos, Emily. Você os conhece melhor do que eu, deve saber algo que faça eles ficarem quietos.
― Acho que uma boa surra seria o suficiente. ― ela murmurou, fitando os filhos com os olhos estreitados. ― É uma pena eles não quererem os gêmeos mais novos. Pelo menos eles não me olhariam com tanta desconfiança.
― Também acho, mas não se esqueça que estamos em público! ― ele a censurou, apertando ainda mais sua mão no braço dela. ― Não quero chamar atenção de ninguém.
― Eu sei disso tudo. Mas não suporto mais, Stefan.
― Logo isso tudo termina e vamos ter o combinado. Não se esqueça disso.

Emily respirou fundo e fechou os olhos por um longo momento. Sabia que Stefan tinha razão, mas era tão difícil conseguir manter a calma perto daqueles pirralhos...
― Isso mesmo. ― ele murmurou, ao vê-la respirar mais calmamente. ― Ficar nervosa não vai adiantar em nada, sabe disso.
― Eu vou ao banheiro. ― ela disse e olhou mais uma vez para os meninos, antes de fitar Stefan. ― Fica de olho neles. ― viu Stefan assentir com a cabeça e saiu de perto dele.
Precisava ficar um tempo sozinha para clarear as ideias. Tinha plena consciência de que era terrível o que fazia, mas não dava a miníma para isso. Faria o que combinaram meses atrás e logo estaria longe o suficiente para que ninguém a encontrasse. De forma alguma iria para a prisão novamente.

Thiago e Bruno observavam os dois conversando e não paravam de conspirar baixinho.
― Não lembro do papai dizendo que a gente ia viajar. ― Bruno começou.
― Nem eu.
― Eu quero ir para casa!
― Eu sei, também quero. Mas como fazemos isso?
― Não sei... ― Bruno suspirou e encolheu os ombros. ― A mamãe deve estar preocupada...
― E o papai também...
― Acho que já sei o que fazer.
― O quê?
― Você distrai ele, que vou dar um jeito de conseguir ligar pra casa e... ― Bruno se calou ao ver o homem se aproximar com um sorriso confiante no rosto

― O que tanto conversam? ― Stefan perguntou, ao sentar ao lado de Thiago.
― Preciso ir ao banheiro. ― Thiago anunciou, apertando as pernas e franzindo a testa.
― Agora? ― Stefan arqueou a sobrancelha, não gostando da ideia de sair dali com os meninos, antes de Emily voltar. ― Não pode segurar um pouco?

― Não! Preciso fazer xixi! ― para mostrar como estava com “vontade”, ele apertou ainda mais as pernas e levou as mãos até o meio delas, se retorcendo no banco. ― Preciso fazer xixi! ― Thiago gritou, chamando a atenção das pessoas à sua volta.
Stefan estreitou os olhos e suspirou. Se o plano era não chamar atenção para eles, estavam falhando com maestria.
― Tudo bem. Vamos lá, mas é rápido! ― ele se levantou e os três caminharam até um banheiro que ficava ali perto.

― Vou demorar no banheiro e você procura um telefone! ― Thiago murmurou para Bruno, assim que entraram no banheiro.
― Certo!
Stefan parou em frente à uma cabine e abriu a porta para Thiago.
― Vamos rapaz. Não tenho o dia todo.
Thiago estreitou os olhos e voltou a apertar as pernas, caminhando de um jeito estranho. Quando entrou na cabine, Stefan fechou a porta e Thiago puxou o zíper da calça, enroscando ele de propósito no tecido, o travando.
― Não consigo abrir o zíper! ― ele anunciou, agitado.
― Meu Deus... ― Stefan murmurou. ― É por isso que não tenho filho. ― ele abriu a porta e entrou na cabine, tentando ajudar o menino.
Bruno aproveitou a oportunidade e saiu correndo do banheiro, indo para onde haviam telefones públicos.