Fanfic: O NÃO amor da minha vida

- NÃO! – abri os olhos e dessa vez era eu quem encarava – Eu não estou feliz. Era para eu estar, era para ser o momento mais esperado da minha vida. O que mais eu ia querer? Tenho um homem perfeito aos meus pés, posso me tornar rica futuramente, nossos filhos seriam lindos. Mas... Não é isso que eu quero... Eu quero ser feliz sabe, quero me sentir feliz quando olhar para alguém, eu quero sentir falta, quero sorrir de verdade, quero amar alguém! Amar de verdade. Não vou dizer que esses cinco anos não significaram nada para mim, eles significaram, pois eu cresci, e agora eu realmente posso ver que você não é o certo para mim. Somos perfeitos um para o outro, mas, eu não quero um namorado perfeito, quero um namorado ideal. Eu... Eu... Não faço idéia de como fazer isso sem te magoar, você não sabe o quão difícil foi tomar essa decisão, não sabe o quando foi difícil abrir mão de tanta coisa. Eu não posso fazer isso – sai dali o mais rápido que pude, e ele ficou lá, o rosto dele, nunca vou esquecer aquela feição de vergonha e desgraça.

 Peguei o primeiro ônibus que passou, sentei do lado de um estranho, e chorei, mais chorei muito. Eu me sentia sozinha, me sentia tão má... Tão idiota. Eu não era mais eu, para mim, eu era um monstro.

-          Ei... O que você tem? – Uma voz tentava se sobressair ao som silencioso de minhas lágrimas.

-          Eu... Nada – limpei um pouco de minhas lágrimas e olhei para o garoto, de olhos azuis, cabelos pretos jogados e roupa de escola, que estava ao meu lado, o dono da tal voz.

-          Então porque está chorando? – balançou a cabeça – você não me convenceu de que nada aconteceu... Mas tudo bem, não precisa me contar, eu não preciso saber, e nem quero saber. Perguntei por educação.

-          Seu mau humor não está ajudando, ok ? – o encarei.

-          Desculpa, é que hoje não foi um bom dia... – deslizou no banco do ônibus.

-          Igualmente – abaixei a cabeça.

-          Bom, meu ponto é o próximo. – eu dei passagem para ele e ele se preparou para descer – então... Tchau, a gente se ver talvez.

 Depois de chorar mais, me percebi perto de casa, nem sabia que ônibus tinha pegado, mas por sorte, esse ônibus passava quase em frente a minha rua. Andei um pouco e logo cheguei.

 Lá estava a minha mãe com um sorriso bobo na cara, com o tal sorriso de “missão cumprida, filha número 1 casada”.

-          E ai como foi? – falou empolgada

-          Terminamos, quer dizer... É... Mãe, amanhã conversamos sobre isso eu tenho que, bom... Tenho que... Tchau mãe! – subi as escadas correndo e bati a porta do quarto.  

 Deitei na cama e chorei, por quê? Eu não sei... Eu só chorei, e de tanto chorar, logo dormi.

Cara inchada não era apelido para a forma que meu rosto tomou, eu estava horrivelmente um lixo! Eu estava muito estranha. Olhei a hora no celular e lá estava... 23 chamadas não atendidas, e uma mensagem.

 Amor: Então quer dizer, que... Acabou?

 Essa hora do dia vem ele querer me atormentar em pleno “Dia seguinte do nosso término”, ele ainda não entendeu que é o FIM. O que falta para ficar claro? Vou ignorá-lo e lembrar que a tarde tem colégio. Essa merda ainda não acabou e esse ano é ano de pré-vestibular, então, ou eu estudo, ou estudo!

 Nem almoçar foi fácil com minha mãe me enchendo de perguntas, de por quê? O que tinha de errado? Ele parecia ser o cara certo... Foi o pior almoço da minha vida, e por causa dessas perguntas chatas, saí dali e acabei comendo no quarto, trancada. Depois deu a hora de me arrumar para ir para o colégio, que eu com certeza estava sem humor para ir, mas fazer o que né, talvez me fizesse esquecer um pouco. Arrumei-me, coloquei a primeira calça jeans que eu vi pela frente e a blusa do colégio, penteei o cabelo, e por raiva acabei fazendo o típico nó. Passei um lápis básico, um rímel e lá fui eu para mais um dia de guerra.

 Quando sai no portão lembrei que hoje era aula no auditório. Mas que saco... Filme de guerra hoje? Eu não estava com saco para isso, mas pensei no meu futuro e fui até a casa da minha melhor amiga duas quadras depois. Toquei o interfone e sentei na calçada.

-          Amiga, e ai, como foi? – eu sabia que dessa vez não teria escapatória, eu sabia que teria que contar para alguém.

-          Eu disse não, fiquei mal com isso, mas fiz certo né? Diz que fiz certo? – Meus olhos se encheram de lágrimas, respirei fundo, e engoli o choro – Eu sei que eu fiz o certo...

-          Amiga, eu não sei o que dizer, mas se você acha que fez o certo. Você fez o certo! Ele não era perfeito para você, está na hora de você viver coisas novas – Dai sentou ao meu lado.

-          É amiga... Mas outro dia quando eu estiver melhor, estou meio... Sei lá... Me sinto um monstro – abaixei a cabeça e me afastei dela com medo dela me envolver, pois eu sabia que se ela fizesse isso, eu iria chorar, e eu não aguentava mais isso

-          Amiga, é normal você se sentir assim, esquece isso ok? – Dai abriu um sorrisão – Hoje tem aula no auditório... E o Jean e o amigo lindo dele vão tá lá

-          E eu com isso? E porque o povo da 3C vai tá com a gente? – Fiz uma Poker face.

-          E você com isso? Que parte do AMIGO LINDO DELE você não ouviu...? Amiga... Acorda mano, auditório sempre junta todos os terceiros anos! – fez cara de perversão – olha pra mim praga! – puxou meu rosto ao me ver distraída – Esquece essa historia de Renato! Ok?ESQUECE!

-          Não consigo! – fechei os olhos e respirei fundo – Vamos?

-          Vamos né... – nos levantamos e fomos para a droga do colégio.