Fanfic: O NÃO amor da minha vida

 E ai eu olhei para o outro lado da rua, onde tinha um garoto encostado no poste, estava de braços cruzados e usava óculos escuros. Sorriu torto ao me ver olhando. Não sei se era a intensidade de um início de namoro ou se a cada dia que passava eu me apaixonava cada vez mais. Era estranho sabe, eu sentia um medo, uma insegurança, mas ao mesmo tempo eu tinha certeza de tudo.

- Ei gatinha... Ai se eu te pego em... – se aproximou de mim.

- Gatinha? – cruzei os braços me aproximando dele.

- Desculpa meu amor. Entendi já... Você prefere o estilo manteiga né delícia? – deu um riso de leve.

- Puts cara, essa ai foi fogo! Tá acabando com o clima – estávamos parados um de frente para o outro, no meio da rua, nossos olhos se encontraram e ele pegou na minha mão.

- Nada nunca vai acabar com essa coisa que sempre rola entre a gente quando nos vemos – me beijou.

 Aquilo era fascinante. Eu nunca na minha vida inteira tinha gostado tanto de estar com alguém. Na verdade, muitas vezes preferi estar sozinha e agora eu sabia que sempre que eu me sentisse sozinha, eu teria alguém, eu o teria. E a forma como tudo aconteceu me impressionava. Como, de uma hora pra outra, um garoto que conheci no ônibus virou meu namorado? E será que é assim que termina a história? O mocinho e a mocinha realmente ficam juntos no final? Ele era o mocinho o tempo inteiro? Pela primeira vez as perguntas foram respondidas. E eu mesma consegui respondê-las. Tudo aconteceu quando eu deixei que as coisas acontecessem sem ter medo do que viria depois. A história nunca irá terminar, sempre será eterna em nós. E sim os mocinhos ficam juntos, mas não tem essa parada de final feliz, o que tem é um amor estranho que acontece quando a gente menos espera do jeito menos esperado, um amor estranho mais ao mesmo tempo o amor que eu sempre quis ter. E sim, ele sempre foi o mocinho. Sempre foi. E eu posso dizer com todas as letras que ele sempre será.

 Minhas férias acabaram se resumindo a ele. No tal fim de semana que minha mãe quis conhecer o pai dele, foi muito interessante, o irmãozinho descontrolado dele foi e digamos que esse menininho tenha um gênio muito avançado para a idade dele. Acho que ele sabe mais do sistema reprodutor do que eu. Mas foi interessante, ele ficou falando sobre isso no jantar que teve no domingo, claro que todo mundo desistiu de comer. Só que no final meu pai acabou gostando do pai dele, mas só do pai mesmo, pois acho que dos filhos ele nunca irá gostar e falo no plural exatamente porque meu pai acha que um menino da idade do Nicolas – o tal irmãozinho – não deve saber disso. Enfim, o jantar foi estranhamente agradável.

 Meu pai ficou de graça de me deixar ver o Bernardo todos os dias, mas a gente acabou dando uma fugidinha e na maioria das vezes deu certo. Menos da vez que eu quase fui pega fugindo pela janela do meu quarto. Porque o Kaká tinha saído e não tinha quem me dar cobertura. Estou ficando craque nessa parada de fugir. Isso porque eu nunca mais ia fazer né?

 Os outros dias foram muito normais, fomos ao parque um dia desses e o Bernardo levou uma porrada de um cara porque quis dar uma de superman e me defender do “super vilão” que estava me pedindo informação. Mas o esperto do Bernardo é tão ciumento que achou que o cara estava me possuindo usando as palavras. Bem feito, levou um porrada e ficou com olho roxo. Mas até que foi legal virar pra ele e dizer: “MEU HEROI”. Nós brigamos, voltamos a nos falar, brigamos de novo, ficamos uma semana inteira sem dar satisfação um para o outro e hoje no último dia de férias estou aqui sentada no que chamo de cama. Esperando minha mãe gritar que a janta está pronta. E hoje vai fazer oito dias que eu não falo com o Bernardo, isso tudo porque ele disse que estava enjoado de mim e que tinha horas que ele não fazia ideia do porque estava comigo, dai eu disse que eu preferia estar com uma pulga do que com ele e chamei ele de sem futuro. Ele se revoltou e foi embora. Ai eu gritei, nunca mais fala comigo, seu gay. E ele gritou, com o maior prazer. E eu decidi que eu não volto atrás!

- Tá pronto – escutei o grito da minha mãe.

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AIAIAIAIAI. To inspirada *-----------* uuhul

beeeijos e comentem.