Fanfic: O NÃO amor da minha vida

  Eu não conseguia para de pensar se eu tinha feito o certo. É! Talvez ele realmente não fosse o cara da minha vida. Mas o que me deixava mais confusa era a dúvida que circulava em minha mente, aquela que dizia assim: "E se ele fosse?".
 Passei o percurso – de longos 15 minutos – pensando nele, nos outros. Mas e eu? Porque eu não conseguia pensar em mim? Porque eu me importava tanto com como ele e os outros se sentiam? Por mais que eu soubesse que era minha felicidade em jogo. Eu não conseguia jogar pela minha felicidade, e sim pela felicidade dos outros. Ia ser sempre assim? Eu ia ser essa babaca de sempre? Julia, a estranha!

 Cheguei na merda do colégio com aquela cara de que eu queria ter morrido no percurso. Eu estava feia e sentia isso. Eu não queria ir a aula então disse pra Dai falar para a Professora Sandra que eu tava passando mal... Sendo assim, fiquei lá no banheiro publicando frases depressivas no meu face. E olha que legal... Eu escrevi: “Com certeza não nascemos um para o outro”, e o engraçadinho do meu ex. Curtiu isso! Ele não podia ter curtido! E depois ainda publicou: “Vou te dar um tempo e ai você vai ver que talvez esteja errada e precise rever seus conceitos”

 Depois de ficar puta por ele ter curtido aquela indireta e publicado um pior ainda, finalmente tocou a droga do sinal, sai dali e fui andando.

-          Você estuda aqui? – um estranho apareceu misteriosamente apoiado numa árvore.

-          Claro que não. Eu to aqui apenas porque vim comprar a camisa porque eu adoro o tecido – encarei o ser estranho e senti que o conhecia de algum lugar – Vai me dizer que você estuda aqui? Acho que não... Você deve usar a mesma estratégia que eu né?

-          Ei... Relaxa, foi só uma pergunta mal formulada. É como se fosse “Você por aqui?”, era pra soar um ar de surpresa – ele era insistente mesmo.

-          Interessante... – curvei as sobrancelhas – E você me conhece então né?

-          Não muito bem... – se aproximou – garota do ônibus né?

-          Garoto de uniforme... – arregalei os olhos – como assim? Tipo, esse não era seu uniforme ontem... Era?

-          Pior que era... – riu baixo.

-          Interessante... Estuda aqui desde quando? É de que série? Porque eu nunca te vi? – era estranho, o jeito que as coisas estavam acontecendo, um cara estranho teve uma conversa estranha comigo no ônibus e agora ele estudava no meu colégio!

-          Entrei no começo do ano, sou da 3C, tu nunca me viu porque, eu sei lá – ficou encabulado com tantas perguntas.

-          Bom, a Dai deve estar me esperando... – comecei a andar em direção ao refeitório

-          Que Dai? – veio atrás de mim, não era um bom dia para conhecer pessoas!

-          Daianna Lopez – me apressei.

-          Você conhece a Dai? – se apressou também.

-          Não, sei o nome dela e ela está me esperando de sacanagem! – parei, o encarei – a gente se fala outra hora. Fui.

Depois do diálogo tenso que eu tive com o “garoto de uniforme” – que a propósito, não sei o nome -, fui para o refeitório e como eu já esperava, Dai estava me esperando.

-          Cara nunca mais atrase meu lanche. To morrendo de fome, morrendo mesmo! E olha a fila da cantina! – apontou para aquela fila gigante de três alunos.

-          Ai Daianna, tu só pensa em comer, tá esquecendo que tu tá engordando? – eu adorava provocar a Dai, ela já tinha sido “a menina magra de ruim” agora ela era “o começo de uma futura gordinha que um dia já foi magra de ruim”.

-          Eu não estou engordando... – Dirigiu-se até a fila parou e sorriu malignamente – mas onde você estava?

-          No banheiro, publicando no meu face... – sorri. Um sorriso muito do sem graça.

-          Sei... Sei... – não adiantava, até pela minha meleca Dai sabia quando eu tinha tido contato com um menino – Quando resolver me contar estou aqui.

-          Nossa, não foi nada demais, ontem quando eu estava voltando do restaurante, de ônibus ainda por cima... Tinha um garoto e por um acaso ele estuda aqui, encontrei com ele quando estava vindo para cá. E ele te conhece! E não rolou nada, não vai rolar ok? Eu não quero nada com garotos por um bom tempo... – cocei o nariz e ajeitei meu cabelo. Os dois sintomas de “eu não tenho certeza do que estou falando”.

-          Avá! Agora me diz, qual é o nome dele? – Dai tocou na pergunta que martelava na minha cabeça, QUAL ERA O NOME DELE?

-          Até aonde eu sei... “garoto de uniforme” – sorri amarelo.

-          E deixa eu adivinhar você é A GAROTA DE UNIFORME ? – colocou a mão na testa – Fala sério.

-          Tô falando sério, eu não sei o nome dele, só sei que ele tem olhos azuis, cabelos pretos e usa uniforme! – o descrevi confusa.

-          Amiga, me diz que você não tá falando do Bernardo! – fechou os olhos e respirou fundo.

-          Quem é Bernardo? – a encarei confusa.

-          Ei! Vai ficar ai, ou vai comprar seu lanche? – o “tio da cantina” interrompeu a conversa que estávamos tendo.

 Depois que a Dai comprou o lanche, fomos procurar uma mesa, encontramos uma e ficamos lá até ela acabar de lanchar. A Dai quando come ignora o mundo, se você ficar falando, ela te expulsa dali imediatamente. Então, depois daquele silêncio, o assunto do tal BERNARDO, caiu no esquecimento.

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                                                                 Quem é Bernardo? u.u