Fanfic: O NÃO amor da minha vida

- Nós fomos tomar um sorvete... E como ela me disse que nunca tinha andado de moto, eu quis fazer algo diferente... – admito que Bernardo foi bem mais esperto que eu ao contornar a situação.

- Da próxima vez, vocês vão a pé! – falou apontando o dedo indicador na minha cara e na dele, isso me deixa muito revoltada – Estão me ouvindo?

- Sim senhora – ele disse enquanto eu apenas assenti com a cabeça.

 Ficamos um tempo no portão conversando, beijando, enfim namorando. Depois ele foi pra casa e eu também. Quando estava indo pro meu quarto minha mãe me para.

- Que anel é esse?

- De compromisso – sorri.

- Tipo noivado? – curvou as sobrancelhas.

- Quase isso. Mãe, estou cansada, vou dormir ok? – comecei a subir as escadas.

- Você não acha que é cedo demais pra isso não? – parei de subir assim que ouvi essas palavras.

- Mãe, eu vou fazer 18. E estar noiva não significa que amanhã é o casamento. É claro que eu quero mais um tempo antes de assumir algo mais sério! – tornei a subir.

- Não foi a isso que me referi. Me referi ao tempo que vocês estão juntos! – ao escutar parei novamente.

- Mãe, me poupe, esse tempo que parece ser pouco pra você. Foi muito mais significativo do que todos os anos que passei com o Renato. Pela primeira vez na vida tenta me entender, sem me questionar, que droga. – fui pro quarto e a deixei falando sozinha.

 Deitada na cama pensando. Fez passar muitas coisas na minha cabeça. Coisas que eu ainda não tinha pensado. Porque uma hora eu teria que encarar minha mãe. Encarar de verdade. Eu teria que mostrar pra ela que eu estava crescendo e construindo uma independência e logo eu não precisaria dela.

 Eu nunca tinha conversado sobre essa independência com ela. Porque eu nunca quis. E agora talvez eu estivesse querendo, pois agora eu tinha o porque de querer essa independência.

 Não passou 2 minutos e ela bateu na minha porta. Deixei ela batendo até que uma hora ela desistiu de bater e decidiu abrir a porta.

- Olha se você quer isso pra você que seja feito direito – já entrou falando e apontando o indicador pra mim.

- Direito como? – cruzei os braços.

- Vocês poderiam pelo menos me avisar que estavam pensando em firmar um compromisso. Ai nós poderíamos dar uma festa, chamar a família... – ela estava com um tom nervoso e andava de um lado para o outro no quarto – Filha, não é que eu não te entenda. Eu só acho que isso poderia ter sido de outra forma.

- Claro né mãe, você quer a planilha da minha vida. Com os horários de cada momento histórico dela! Quer escrever no meu livrinho de primeiras experiências né? Ops... Você perdeu um momen... – Parei de falar assim que vi a expressão confusa dela. Dai percebi a merda que eu tinha começado a fazer. Ou melhor, o que eu tinha acabado de soltar.

- Que momento eu perdi? – cruzou os braços com um olhar de ódio.

- nenhum... – engoli seco.

- Não continua falando... Termina a frase. Agora! – falou naquele tom que só a mãe sabe falar.

- Você sabe o que é então para de me perguntar! – levantei e enchi o peito pra falar. É aquilo, tá no inferno? Abraça o diabo – Não sou mais a sua bebezinha, já tem outra pra preencher o meu espaço. E na boa mãe é isso mesmo, não sou mais virgem. Você acha que eu ia me guardar por quanto tempo? Eu nunca liguei pra isso. Pra mim virgindade nunca foi algo pra se preservar, na verdade eu fiquei tanto tempo presa a um garoto que pra mim tanto fazia qualquer coisa! Mãe! Eu nunca tive expectativas na vida, nunca tive prioridades, nem sonhos, nem desejos, nem porra nenhuma! Era tudo teatro, eu sempre vivi atuando, fingia que tinha tudo, mas ta ai. Eu fingia, então na verdade, eu não tinha nada. E agora eu quero isso, quero ter um anel, quero brigar só pra depois ficar de bem, quero ser alguém, ter alguém e preciso de alguém como eu nunca precisei antes.

- Com quem foi? – falou em tom frio.

- Bernardo – falei em um fio.

- Faz quanto tempo – piscou os olhos de vagar.

- 3 meses... – vi nos olhos da minha mãe se formarem lágrimas.

- Olha Ju, depois que você cresceu, eu tentei parar de te considerar com minha bebezinha, mas é muito difícil pra uma mãe fazer isso depois de tudo. – deu uma pausa, respirou fundo – Só que o que me deixa mais puta é você não valorizar nem um milímetro do que eu fiz por você. Por que você acha que sua vida é difícil, mas minha filha eu já passei por muito mais que isso e mais um pouco. Eu casei cedo, durante cinco anos te criei sozinha porque seu pai foi trabalhar na Argentina. Quando eu tinha sua idade, eu já namorava por cinco anos com seu pai e nós nunca tínhamos passado do beijo. Não vou dizer que foi fácil, mas eu me valorizava. E olha pra você, nem liga pra porra nenhuma. Há três meses vocês nem namoravam. Eu sei que você o ama, mas e se acabar? E olha... Ninguém tem culpa se você fingiu porque você fingiu porque quis. Para pra olhar sua vida de novo que você com certeza vai ver que você não é a mocinha da história – saiu do quarto e bateu a porta.

 Ela dizendo pra eu olhar minha vida de novo me fez querer olhar minha vida de novo, me fez recapitular tudo. Não era minha mãe que não me dava independência, foi eu quem nunca quis. Ela sempre esteve ali toda vez que eu gritava “mãe” e eu gritava sempre porque eu era incapaz de fazer qualquer coisa sem ela. Só que eu nunca tinha percebido isso, nunca mesmo. Meu mundo girava em torno da minha mãe e acho que se um dia eu não a tivesse eu não faria nada, não seria nada. Porque eu nunca aprendi a me virar, eu só aprendi a chamar minha mãe.

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UUUUUI, tá tenso .

suumi , pq to em semana de provas :/ amanha tenho física, mas estou aqui rs,

beeeeeeeeeeijos s2 .