Fanfic: O NÃO amor da minha vida

-          É hoje amiga – Dai abriu um sorrisão quando o sinal tocou.

-          É hoje o que? – Levantei da mesa.

-          Que eu fico com o Jean... Cineminha no auditório e pá. Isso vai ser legal – Nossa tanta gente pensando em qual filme deve passar e ela pensando em ficar com Jean lá. E eu a pobre coitada vou ficar segurando o velão.

-          Que lindo amiga, sabe que pra você eu não vou cobrar o serviço de ser tocha né – ironizei.

-          Fica feliz por mim pelo menos uma vez? – aff, vai começar o drama.

-          Quem disse que não estou feliz por você? – sorri falsamente.

-          Ai esquece Ju... – Deu crise de TPM e saiu andando na frente.

   Já que não consegui acompanhar a Dai, resolvi ir sozinha mesmo para o auditório. Chegando lá, ela já estava lá com o Jean de um lado e a mochila do outro.

-          Amiga, guardei seu lugar! – Só a Dai mesmo – Ju, esse é o Jean, Jean essa é a Ju – típico ritual das apresentações.

-          Oi – dei um sorrisinho.

-          Oi – ele retribuiu o sorriso.

-          Mor... Cadê o Bernardo? – Quem é esse Bernardo e por quanto tempo eu ia ter que aturar ela chamando ele de Mor?

-          Deve tá vindo ai – é Jean só de olhar para essa tua cara de galinha, esse cabelo estilo Zac Efrom e esses olhos pretos. Já vi que vai ser só mais um na vida da Dai.

-          Quem é Bernardo? – cochichei com a Dai.

-          Deve ser o tal “garoto de uniforme” – Tá brincando né?

 Por longos 5 minutos, rezei para que o tal Bernardo não fosse o garoto de uniforme, porque se fosse assim eu teria que acreditar em destino, é muita coincidência para um dia só né? Mas ai percebi que nem rezando eu ia mudar a realidade. BERNARDO ERA O GAROTO DO ONIBUS.

-          Oi gente – Bernardo sentou do meu lado.

-          Oi – sorri.

-          Bernardo... Essa é a Julia que eu te falei – Dai não perdeu a oportunidade.

-          Acho que hoje ninguém vai ficar forever alone – Jean, mal te conheço, mas você está pedindo morte!

-          Eita gente, acho que o filme já vai começar – me ajeitei na cadeira.

E finalmente o destino foi bonzinho comigo... Não é que o filme começou... Até me senti mais feliz... Segura. Até olhar para o lado e ver a Dai e o Jean se beijando.

 Uma tristeza bateu no peito, a lágrima começou a se formar nos meus olhos, comecei a lembrar de coisas que não fazia sentido eu lembrar. Porque eu ficava lembrando do Renato? Eu nem sequer o amava.

 Encolhi-me na cadeira, abaixei a cabeça e chorei calada. Tentei evitar limpando as lágrimas, mas elas não paravam de descer pelo meu rosto. O sentimento de culpa, ou seja lá o que fosse aquilo, estava me perturbando de uma forma inigualável.

-          Chorando de novo? – o tal Bernardo estragou meu momento de culpa.

-          Não, acabei de passar colírio... Tu gosta mesmo de fazer perguntas mal formuladas né? – limpei as lágrimas.

-          O que te faz chorar tanto cara? – me encarou.

-          Nada, ok? Esquece isso. – sorri – Já estou melhor.

-          Tem certeza? – ele realmente era insistente – Porque eu tenho um método de te fazer ficar bem rapidinho...

-          Agora vai dizer que tu quer me beijar? – o encarei.

-          Não... Eu ia dizer pra você parar de pensar no que te faz sofrer e começar a pensar em coisas melhores. Mas se você quiser um beijo, também estou aqui. – levantou o braço da cadeira – Posso?

-          Eu não sei... – ele colocou a mão na minha cintura – Acho cedo demais para... – perdi a fala assim que ele colocou a outra mão na minha nuca e se aproximou – para... você...e eu... – depois de sentir os lábios dele tocarem vagarosamente meu pescoço perdi a fala de vez – NÃO! – gritei abaixando o braço da cadeira e fazendo com que o auditório todo olhasse lá pra trás.

Levantei muito sem graça e sai dali. Que vergonha, porque eu fiz aquilo? Sério, isso foi ridículo! Eu tenho 17 anos na cara e fiquei de graça porque um garoto queria me beijar? Mas também é sacanagem terminar em um dia e ficar com alguém do outro... Dá até pra pensar que eu estava traindo. Sentei encostada na árvore e ali fiquei, nunca mais eu volto para aquele auditório.

 Como se não bastasse o que aconteceu no auditório. A vítima de tudo aquilo veio atrás de mim, mais sem graça que eu, bom, na verdade não, ele estava tranquilo, tranquilo e confuso.

-          O que foi aquilo? – se sentou ao meu lado.

-          Eu também não sei. – respirei fundo – Olha, não tem como a gente ficar... Ontem, bom, eu terminei com meu namorado.

-          Então, se você terminou com ele, o que te impede de ficar comigo? – ele me tirou as falas, realmente, a pergunta que ele fez me provocou dúvidas.

-          Eu não sei... – o encarei.

-          Então...

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                                                    Então oq ? NÃO ENROLA !