Fanfic: O NÃO amor da minha vida

- Me beija? Uma última vez? Pra eu tentar gravar como é?

 Levantei o rosto e seus olhos azuis, que pareciam mais azuis, me fitavam sem esperança. Mas, eu queria aquele beijo, porque por mais que eu não o quisesse mais em minha vida, eu queria que ele se eternizasse de alguma forma. Então eu não falei, eu o beijei. E do beijo se desenrolou algo mais. Estávamos no meu quarto, mas eu não me preocupava, pois me sentia em um lugar além do céu, onde nada além de eu e ele existia. Quando tudo acabou e eu me percebi ouvindo as batidas aceleradas que vinham do peito dele enquanto ele me abraçava com força, chorei, pois era apenas uma despedida e mesmo o amando tanto, eu não conseguia o perdoar.

Dormi ali mesmo depois de tanto chorar, mas ao acordar ele já tinha ido embora e na minha escrivaninha tinha um bilhete.

“Eu não sei se você ainda vai querer me ter, eu não sei se essa será a despedida, mas seja lá o que você decidir, você sabe onde me encontrar e eu estarei lá te esperando.

Eu te amo muito.

Um idiota.”

 Ao ler o bilhete, novamente, me peguei chorando. Era o fim.

 Meu primo entrou no quarto e viu a cena, eu segurando o bilhete e chorando.

- Sinto muito – encostou sua mão em meu ombro.

- Tá tranquilo, vai passar – eu tentava o convencer e me convencer.

- Sua mãe pediu que eu te avisasse que o almoço tá pronto.

- Não estou com fome – abaixei a cabeça e pressionei o bilhete contra o peito.

- Julia! Para de drama, me dá esse bilhete aqui – puxou da minha mão – não quero saber o que está escrito, mas você não vai ficar se remoendo por causa disso.

- Devolve!

- Não, eu não devolvo, você vai almoçar sim! Eu não vou te deixar se esconder nesse drama todo.

- Eu não vou. Me devolve.

 Ele me pegou no colo e me levou enquanto eu me debatia pra me soltar, me jogou no sofá e disse:

- Eu também sei dar comida a força. Mas, acho que isso você consegue fazer sozinha, ou não?

- Consigo – faleia acanhada.

- Pronto Tia, falei que conseguiria trazer ela, ta ai. E disse que vai comer sozinha – gritou – come tudinho ou vou te colocar no cantinho do pensamento – deu um beijo em minha testa – se cuida.

 E foi pra algum lugar.

 Os outros dias seguiram assim, ele no meu pé, tentando me animar, escondeu meu celular e me deixou sem internet, para que eu não tentasse ligar pra ninguém no meio da noite dizendo que amo. Como não passei pra nenhuma faculdade pública, minha mãe decidiu que pagaria pra mim, começaria no curso de psicologia em março e eu decidi que me afogar nos estudos seria um meio mais facil de esquecer tudo.

 Com janeiro chegando ao fim recebi um convite da Dai para ir viajar com ela no carnaval, aceitei com a intenção de deixar claro pra ela de que eu a perdoava. Morri de saudades dela, cada dia de janeiro, mas a evitava. Porém, carnaval sem a Dai, não era carnaval. Tive que perdoá-la. 

+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

Por enquanto esse é o fim deles :((((((((