Fanfic: O NÃO amor da minha vida

 Ele me deu um beijo na testa e foi embora.

Na testa? Praguejei.

 Preciso dizer o quanto fiquei na vontade? Agora eu teria que esperar a madrugada? Pra que tanto suspense?

 Aquele beijo tinha que ser muito bom. Criei um roteiro de como as coisas aconteceriam. Eu acordaria de madrugada depois de um pesadelo, ele estaria lá me esperando, ele ia tentar algo, mas eu me faria de difícil e quando ele estivesse desistido e se encaminhasse para voltar para o quarto sem esperanças, eu agarraria ele.

 Porém, tudo o que aconteceu foi longe disso.

 Meu despertador tocou às duas horas da madrugada, levantei meio que cambaleando e fui até a cozinha beber água, até ai, estava tudo certo. Mas, ao chegar lá ele não estava. Bebi a água mais lenta de toda a minha vida. Cinco, seis, quinze, vinte minutos e nada. Ele só tinha brincado comigo novamente.  Resolvi voltar para o quarto, mas no caminho algo ou, quem sabe, alguém me puxou para dentro de um dos quartos que deveria estar vazio. Controlei a vontade de gritar, pois poderia ser ele e gritar poderia estragar tudo, apenas soltei uma respiração alta devido ao susto. A porta se fechou e a luz se acendeu. Uma mão segurava meu pulso e meus olhos acompanharam o trajeto da mão até o rosto de quem havia me puxado, trajeto esse que me fez suspirar por dentro. Ele era mais lindo a noite? E passou pela minha cabeça: Por que eu nunca tinha ficado com ele?  Renato, logo veio à resposta.

- Antes de tudo, eu preciso conversar com você – senti sinceridade em seus olhos e concordei com a cabeça.

 Sentei em um colchão velho que estava jogado no meio do quarto, ele pegou uma lanterna que estava pelo quarto, apagou a luz, acendeu a lanterna e sentou ao meu lado.

- É que se alguém acordar no meio da noite... Você sabe – sorriu.

- Sei... Mas, me diz o que precisa conversar? – minha voz era pura timidez e eu não entendia porque ele me deixava desse jeito.

- Eu sei que você acabou de sair de um relacionamento um tanto complicado e... – coçou a cabeça – de alguma forma, eu também...

- Pera ai – o interrompi – eu estou em desvantagem, você sabe da minha história de amor e decepção e eu não sei da sua. Antes de tudo quero que você me conte.

- Quer me quebrar mesmo né? – passou a mão pelos cabelos – Eu não gosto muito de falar nisso, mas tenho vontade de contar pra você, é bom contar pra alguém que esta no mesmo barco. Enfim, eu sempre fui exatamente aquilo que minha mãe disse aquele dia na sala, tá ligado? E ela era só mais uma garota que eu ia levar para o quarto, transar e depois fazer sair de fininho lá de casa pra minha mãe não ficar falando. Só que com ela foi diferente, pois ela era virgem e ela queria casar assim. E talvez por isso eu tenha tido mais vontade ainda dela, fiz de tudo pra fazer ela mudar de ideia, menti sentimentos, disse que queria namorar e meu objetivo de vida se tornou ela. Mas, depois eu planejava seguir em frente. Mas, com tempo o sentimento foi aparecendo e comecei a pensar na hipótese de estar gostando mesmo dela. Saíamos toda semana, tipo namorados, mas ela não me beijava, nem nada, e isso me fazia ficar louco. Eu continuava saindo com outras, levando outras para o quarto, porque não aguentava ficar na seca. Um dia, meus pais e meu irmão foram passar uma semana em Ilha Grande e eu estava atolado de coisas na faculdade, resolvi ficar. Chamei ela pra ir lá em casa em uma quarta-feira, ela disse ser impróprio que era melhor não e eu disse que não ia acontecer nada que ela não quisesse, que só íamos ver um filme, jogar conversa fora e tal. Por fim, ela foi e não lembro bem porque, nos beijamos, pela primeira vez. E eu pensei: porra, eu quero ela. E juro que não era a minha intenção levar aquele beijo para mais além, mas aconteceu, sem que eu precisasse pensar. E pela primeira vez na minha vida eu não fiz sexo, eu fiz amor, é gay falar assim, mas agora eu sei a diferença. Ela me fez aprender isso. E era o momento dela eu fiz de tudo pra que fosse mágico. E foi. Mas, depois de tudo ela passou a fugir de mim e quando nos víamos muito mal nos beijávamos e aquilo me doía tá ligado? Depois dois meses ela deu pro meu melhor amigo e engravidou dele. E foi isso.

- Oi??? – não pude evitar – Ela... Porque ela fez isso?

- Eu não sei. Sei que tá sendo foda pra mim.

- Quanto tempo faz que você descobriu?

- hã, um mês eu acho. Ela está com três meses.

- Que barra...

- Barra seria se o filho fosse meu – riu ironicamente.

- Ela é uma vaca.

- Concordo. Mas, então sobre o que eu queria falar, é que seria bom se o que acontecesse aqui ficasse aqui.

- Tem que ficar aqui. Não to a fim de amar de novo nem tão cedo.

- Exatamente como eu pensava. Eu não sei como eu nunca quis nada com você, nesse tempo todo...

- Eu estava pensando a mesma coisa.

- Não vou dizer que eu nunca quis nada, isso foi mentira, teve uma vez que eu pensei na hipótese.

- Quando isso?

- Ano passado... Lembra a vez que estávamos sozinhos na piscina à noite?

- No dia do camarão?

- Isso. Passamos horas conversando sobre a vida e eu ia te beijar, eu só pensava nisso. Você tava linda, engraçada e inocente. Mas, quando eu ia te beijar...

- A porta abriu – eu ri – Eu sabia que não era coisa da minha cabeça! Você ia me beijar.

- E você queria?

- Eu não sei, mas desde então sempre tive curiosidade de saber como seria.

 Ele desligou a lanterna. E o quarto ficou totalmente escuro, senti ele se levantar e ouvi a porta sendo trancada. Era a hora, pensei. O senti sentar novamente no colchão.

- Mano, eu não to vendo nada.

- Não veja, sinta.

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momento awn etá por vir rs

gente sumi pq viajei dnv.  ://