Fanfic: O NÃO amor da minha vida

- Isso ainda vai dar casamento... – completou tia Juliana.

- Nem pensar, ela é muito certinha pra ele – tia Josi me exaltou.

 Ele que tinha acabado de dar um gole no café se engasgou na hora. E antes que ele tivesse tempo de se recuperar e dizer algo em sua defesa. Tio Ricardo anunciou que já era hora de irmos pra praia.

Fomos todos a praia e ele implicou comigo o dia todo, as vezes até eu acreditava que ele estava falando sério. Mas, tudo mudava quando eu, ele e Dai íamos dar uma “voltinha”. Os dias de carnaval passaram assim. E tudo isso, me fez esquecer do Bernardo.

 Voltei pra casa, com um sorriso de ponta a ponta e já tinha resolvido que iria acertar tudo com o Leandro. Liguei pra ele e disse que aceitava namorar com ele e que ele tinha que vir pra São Paulo o quanto antes.

 Ele pediu transferência e em um mês ele já estava por aqui. Um pouco depois nos pegaram se beijando no quarto da Dai e resolvemos assumir de vez o namoro. Tudo estava indo completamente bem. E confesso ter esperado pelo momento em que as coisas começassem a dar errado. Mas, isso não acontecia.

 Ele me mimava, me ouvia, me botava ciúmes, me levava pra lugares os quais um nunca tinha ido, me encorajava e me fazia perder a vergonha. Eu não tinha tempo pra pensar em outro, mas às vezes, esse outro assombrava meus sonhos, sonhos os quais eu ignorava.

 No meio do ano o Lê me levou pra Campos do Jordão com a família dele. Tia Josi como sempre me tratava como se eu fosse à menina dos olhos e passou a viagem inteira tentando me convencer de que ele não era o cara pra mim. Mas, disso eu é quem sabia. E pra mim, ele era.  

Ele me levou no alto do Pico do Itapeva e lá em cima eu pensava estar flutuando. E os beijos dele intensificavam tudo aquilo. Foi lá, aonde eu finalmente pude dizer com todas as letras que o amava. E ao dizer percebi nos olhos dele o quanto ele esperou ouvir essas palavras saírem de mim.

 Aquela viagem marcou profundamente o nosso relacionamento, que seguiu estável, por dois anos.

 Mas, um dia eu acordei com um aperto no coração, achei que tinha algo de errado comigo e fui ao médico. Ele alegou não ser nada. E me receitou um calmante, disse que poderia ser stress. Talvez fosse, pois estava com a menstruação atrasada e acho que não tem stress maior que esse.

 Cheguei em casa e fui ao banheiro na esperança de que ela tivesse descido. E ela tinha. Agradeci a Deus e alegremente desci para almoçar com a família como sempre. Reparei o quanto minha mãe estava ficando velha, e meu pai gordo e minha irmã, cada vez maior. Minha família era bonita e normal, dentro dos conformes, e isso me fazia bem.

- Filha, a Dai te ligou, pediu pra você retornar urgente...  – mamãe falou entre garfadas, nunca foi o forte dela ser educada.

 Levantei da mesa imediatamente, afinal, era U R G E N T E!

 Peguei o celular e procurei o nome dela, estuprei o botão discar e o ouvi o celular chamar, no segundo toque ela atendeu.

- O que foi amiga? – falei aflita.

- Eu não devia te contar, você não tem nada haver com isso, mas acho que você tem que saber!

- Fala logo!

- O pai do Bernardo morreu.