Fanfic: O NÃO amor da minha vida

- IDIOTA! – dei leves socos no peitoral dele – idiota! Idiota! Idiota!

- Linda! – ele ter dito aquilo me fez parar.

- Me beija logo seu gostoso.

 E a noite, estava apenas começando...

 Quando o fogo se apagou, lembro de me recostar no peito dele, lembro de mãos entrelaçadas, lembro do silêncio, do som do coração dele soando como música pra mim e de um sorriso bobo que não saia do meu rosto.

 Estava tudo tão calmo, tudo tão a favor de nós, tudo tão claro. Amor? Quem foi que disse que poderíamos dar nome para isso?

- Quando você foi embora aquele dia, eu chorei sozinho, pelo meu pai, por você, liguei desesperado pro meu melhor amigo dizendo que ia me matar. Acredita? – riu de leve – eu queria me matar... Olha a que ponto cheguei. Mas, eu não tive coragem, porque eu prometi que estaria aqui te esperando. E também Jean chegou bem na hora me mandando parar de viadagem – nós rimos – acontece que... Ele disse que sempre que olhava pra você te percebia diferente, morta talvez, disse que seu semblante mudou depois do que aconteceu, por isso ele sempre soube que o Leandro não te fazia sentir como eu te fiz.

- Onde você quer chegar com isso?

- Para de interromper meu drama, você sabe bem que pro drama ser bom tem que haver pausa nas falas pro público refletir...

- Idiota...

- O que eu to querendo dizer é que eu fui capaz de implorar pra uma prima da Dai fingir que se chamava Julia e me beijasse pra te fazer ciúmes, porque eu tinha esperança de que você fosse sentir e eu tinha certeza de que se você sentisse, ainda não teria acabado. Claro que eu não sabia que seu ciúme seria tão intenso a ponto de você vir aqui em casa... Quando a Dai ligou dizendo que você estava vindo e me prometi que iria deixar você escapar dessa vez. Fiquei surpreso quando tudo o que precisei fazer foi retribuir o beijo que você me deu. Em todo esse tempo juntos e separados, nunca tinha te visto tomar uma atitude. Queria te dizer... Faça mais vezes!

-Eu tava morrendo de medo de ter te perdido idiota. Até o Leandro disse que era pra eu ficar com você. Eu levei um toco dele, depois um toco seu. E depois te vi beijar outra garota, depois você sumiu. Doeu tanto pensar que você tinha desistido que eu tive que vir aqui pra te fazer mudar de ideia.

- Ah meu Deus, você venceu.

- Como assim?

- É melhor no drama que eu, eu admito.

- Sempre fui amor... Mas, me diz, o que a gente faz agora?

- Fica juntinho até cansar.

- E quando a gente cansar?

- Não sei você, mas eu não me canso de você...

- E o que vamos falar pra todo mundo amanhã?

- Posso cantar a resposta pra você?

- Canta – abri um sorriso de ponta a ponta.

- Mas, vai ser só pra você no seu ouvidinho pra você se apaixonar por mim de vez.

- Anda, canta logo.

 Aproximou os lábios do meu ouvido e cantou:

“E quando o sol chegar, a gente ama de novo, a gente liga pro povo, fala que tá namorando e casa semana que vem. Deixa o povo falar. O que é que tem? Eu quero ser lembrado com você, isso não é problema de ninguém.”

 E apenas o beijei.

- Semana que vem já sabe então, vamos casar – eu disse entusiasmada.

- Já estou casado com você desde o dia em que nos amamos pela primeira vez e se eu tivesse cuidado de você eu teria feito você descobrir isso antes de você tentar casar com outros dois caras.

- Como é idiota...

- Você não tem noção do quanto eu me culpo por não conseguido ser seu único.

- Você foi, de alguma forma, parece que foi só você.

- Vai dizer que não foi bom com os outros?

- Vai dizer que também não foi bom com as outras?

- Era só prazer.

- Então.

- E o Leandro?

- Ele não era você.

  Na manhã do dia seguinte ligamos pra todos os contatos dos nossos celulares dizendo: “oi é o Bernardo, oi é a Julia, ESTAMOS NAMORANDO!”. Desligávamos antes de ouvir as respostas. Casamos na semana seguinte no civil, deixamos a cerimônia e a festa para um ano depois. Foi difícil pra todos aceitarem isso. Um pouco antes de terminar a faculdade descobri que estava grávida, tinha acabado de fazer 21 quando isso aconteceu.

 Dai virou dona de casa e estava com 26 semanas de gestação quando eu descobri minha gravidez e o Jean resolveu trabalhar como sócio da empresa que o Bernardo herdou do pai.

 Leandro se tornou o meu melhor amigo e a pessoa pela qual Bernardo mais sentia ciúmes.

 O priminho se casou e apesar de mais maduro continuava me perturbando sempre que podia.

 Meus pais, não deixaram de ser meus pais. Minha mãe não cansa de me visitar e meu pai está sempre me amando do jeito dele.

 Minha irmã, ela está crescendo e ficando cada vez mais inteligente.

 Renato, ele me pediu desculpas assim que soube que casei com o Bernardo, mas ele disse algo muito importante antes de sumir de vez da minha vida:

                 “Ainda que vocês não fossem plano meu. Terminariam juntos.

  Se é destino ou Deus, eu não sei. É que você é melhor com ele e sem ele, você não você.”

EU O AMEI DA FORMA QUE EU SEMPRE QUIS AMAR.

SEM SEQUER SABER O SIGNIFICADO DO AMOR, EU AMEI.

SEM NEM SABER O QUANTO EU QUIS SENTIR ISSO, EU SENTI.

E MESMO SEM SABER QUE SERIA ELE, EU SABIA.

COSTUMO DIZER QUE ELE É O NÃO AMOR DA MINHA VIDA.

PORQUE AMAR É SIMPLES, EU AMEI OUTRAS DUAS VEZES.

MAS, O QUE SENTI POR ELE, NÃO TEM NOME QUE DEFINA.

ELE NÃO ERA COMO OS OUTROS.

PORQUE OS OUTROS, NÃO ERAM O BERNARDO.