Fanfic: PAIXÃO SELVAGEM - AyA ( Adaptada) {FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso

Anahi pensou logo na quantidade de dias que passara na companhia do avô de Aaron, um homem que ela conhecera desde os três anos de idade. Mendiola era um agradável senhor bastante idoso que dividia sua imensa mansão com o neto Aaron e Angelique. E tinha sempre muito cuidado para não interferir na vida privada do casal.

— Com um homem muito mais velho que você, Alfonso.

— Casado?

— Viúvo.

— O homem está querendo se casar com você — Poncho resmungou.

— Casar? Oh, não!

— Mas você vai à casa dele todos os fins de semana... e fica com ele lá.

— Certo — ela disse sem entrar em detalhes, e Alfonso proferiu uma blasfêmia. — Se não queria saber a verdade, por que perguntou? — Annie respondeu, satisfeita por não ter precisado mentir. Afinal, passava horas com o velho Mendiola. Teve alguma esperança de que Alfonso a deixasse em paz depois disso.

Mas, furioso, ele perguntou:

— Foi esse o homem que lhe deu o vestido que você usou ontem à noite?

— Foi! — Enfim, Aaron trabalhava para o avô, e tudo o que sua irmã possuía vinha indiretamente dele.

— Com certeza já tinha gasto todo seu dinheiro — insistiu Alfonso.

— Sobrou alguma coisa — Annie mentiu. Céus, aquele diálogo estava ficando cômico, ela pensou maldosamente, divertindo-se com o ciúme de Alfonso.

— Sem o menor acanhamento você me diz que é uma...

— Mulher de moral duvidosa? — Anahi antecipou-se.

— As atividades que você confessa ter são bem próximas da prostituição — Alfonso condenou-a com crueldade. — E Damian? Ele está nisso?

Annie ficou pálida. Alfonso portava-se de maneira absolutamente cruel.

— Não!

— Madre di Dio... Deus tenha piedade dele. Você não vai mais ter contato algum com Damian daqui por diante. E nem irá mais me ofender referindo-se a ligações desse tipo que por acaso tenha tido.

A conversa agora tornava-se violenta, refletiu Annie. Ela se apavorou.

— Eu...

— Nem mais uma palavra — Alfonso interrompeu-a. —Dio, por que me contou tudo isso? Não podia ter mentido — Ele blasfemou em italiano e Annie deu um passo atrás. — Não, é melhor que eu saiba a verdade.

— E eu acho que é melhor que você vá embora já. —Ela apontou-lhe a porta.

— Por quê? Justamente agora que vai me informar o preço de seu trabalho?

Sem entender o que Alfonso quisera dizer, Annie indagou:

— Que preço?

— Estou disposto a pagar qualquer preço para ter você na minha cama.

Annie mordeu o lábio, e balbuciou:

— Eu...

— Você declarou, sem o mínimo constrangimento, que... — Alfonso evitou falar uma palavra ofensiva. — Sabe como a desejo. Faça seu preço.

Annie quase engasgou no esforço de engolir. Alfonso acreditara que ela era uma mulher promíscua, que tinha um amante fora de Londres. Que tinha amantes, não apenas um. Achou que ele iria estrangulá-la. Mas, de um momento para o outro, teve a impressão de que, em vez de assassiná-la, Poncho resolvera negociar seus favores na cama.

Annie ficou perplexa. Alfonso a desejaria tanto assim? Fora tão cruel na noite da véspera! Pela primeira vez o via descontrolado. Involuntariamente ficou fascinada pelas emoções vibrantes de Alfonso que lutava entre o desejo de matá-la e o desejo de... oh!

— Não sou seu tipo — Anahi sussurrou, só para atormentá-lo.

— Algum dia, de um jeito ou de outro, talvez quando eu tiver saciado esse meu desejo obsceno por seu corpo, a tirarei de minha cabeça, de meu sangue — ele disse com voz solene, como se estivesse fazendo um juramento sobre a Bíblia. — Então, a castigarei por essa negociação imunda que me reduz ao nível de um animal.

Com a boca seca, achando que imprudentemente desencadeara muito mais do que poderia manobrar com aquele temperamento siciliano, Annie ficou olhando pela janela, não confiando em si, muito menos confiando nele, pois sentia a chama da paixão vibrando no ar, entre os dois.

— Alfonso... eu não quis dizer...                                   

— E pensar que eu poderia ter me livrado de tudo isso... — ele murmurou. — No primeiro dia em que falei com você na fatídica entrevista, achei que não deveria contratar uma mulher que desejei despir e jogar na cama mais próxima! Conduzi uma entrevista que considerei um verdadeiro pesadelo... e você agüentou tudo estoicamente.

— Tentava me assustar? — Anahi perguntou, pasma.

— Fui um tolo. Dei-lhe o emprego.

Annie estava cada vez mais perplexa. Poncho se interessara por ela desde o início, ainda que sem demonstrar claramente. Fazia o jogo da espera, entretinha-se com a perspectiva de que um dia Annie se renderia, sem restrições.

E ela fora ingênua como um cordeirinho que caía na boca do lobo. E se perguntara muitas vezes por que Alfonso não havia tomado precauções na noite em que Camila fora concebida. Considerando-se que era um homem bem mais experiente do que ela que se entregara após o primeiro beijo, ainda se surpreendia pela falta de consideração de Alfonso às conseqüências que poderiam advir. Mas só naquele instante lhe ocorria que, no referente a Susie, não lamentava nada do que acontecera. Não podia imaginar sua vida sem a filha.

— Agora, ao menos, sei bem com que tipo de mulher estou lidando! — declarou Alfonso com fúria.

De súbito, Annie percebeu que Alfonso estava tão perto que podia sentir-lhe o calor do corpo. Ela já se encostava na janela, tentando evitá-lo. E protestou:

— Você não sabe nada sobre mim.

— Você me excita, o que mais preciso saber?

Os seios de Annie estavam túrgidos, um langor percorria-lhe os membros. Porém ela lutava vigorosamente contra suas emoções.

— Você nem ao menos gosta de mim. Chamou-me de ladra de traidora — Annie sussurrou. — Como pode ainda me...

— Desejar você? Sim. Sexo é um apetite, cara. Quando estou cansado, durmo. Quando sinto fome, como. Quando..

— Cale essa boca, e deixe-me em paz. — Anahi começou a tremer, como se estivesse sujeita a uma força magnética. — Não me toque!