Fanfic: PAIXÃO SELVAGEM - AyA ( Adaptada) {FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso

CAPÍTULO IV

— Quando pode começar? — Rodrigo perguntou.

— Segunda-feira, se você quiser — Annie respondeu. — Tem certeza de que quer que eu trabalhe aqui?

— Anahi, esqueceu-se de que lhe ofereci o mesmo emprego quatro anos atrás? E que você foi orgulhosa demais para aceitá-lo?

O telefone celular tocou. Rodrigo atendeu-o.

Annie foi embora, se perguntando se tomara a decisão acertada aceitando o emprego de secretária, o mesmo que um dia rejeitara. Mas agora precisava muito. Os tempos mudaram, não?

Até a morte num acidente de carro, os pais dela moravam em casa alugada em Thwaite Manor, onde também moravam Rodrigo, neto de Mendiola e primo de Aaron, o marido de Angelique. Os dois meninos cresceram com as gêmeas Angel e Annie, pois eram vizinhos. Quando adolescentes, Aaron namorou Angelique e Rodrigo namorou Anahi. Todos achavam que não havia dúvida de que um dia se casariam; embora Annie fosse relutante em aceitar o fato, Rodrigo tinha esperança de que tudo desse certo.

Mas isso não aconteceu. Já adulta, Annie teve coragem de encarar os fatos e dizer a Rodrigo que não o amava. Aaron e Angelique já estavam casados na ocasião e ficaram desolados, em especial ao constatar o desaponto de Rodrigo. Annie chegou a sentir-se culpada por ter mudado, enquanto que Rodrigo continuava o mesmo.

Seu complexo de culpa aumentou quando Rodrigo, sabendo que ela estava grávida, propôs-lhe casamento. Annie preferia que ele não tivesse feito isso, pois sofreu muito por ter de lhe dizer não. Conseqüentemente, sentiu-se incapaz aceitar o emprego que ele lhe oferecia. O trabalho seria a solução, porém tinha certeza de que Rodrigo continuaria com a esperança de um dia se casarem.

Mas, nas circunstâncias presentes, as coisas tendo mudo tanto, resolveu aceitar a generosidade dele. De mais a mais, Rodrigo tinha agora uma namorada firme, e com o passar dos anos o relacionamento entre eles dois ficara menos íntimo.

Annie deu um pulo quando Rodrigo gritou:

— Camila! Saia já daí.

Annie viu um enorme vaso de terracota oscilando no ar. Uma cabeça coberta de cabelos escuros, um par de olhos casos com reflexos dourados, apareceu de repente bem perto do vaso. Camila pronunciou uma palavra rude, que qualquer mãe ficaria horrorizada em ouvir, em especial saindo dos lábios rosados de uma menina de pouco mais de três anos.

— Não reaja — disse Rodrigo com um sorriso, ao ver o olhar escandalizado de Annie. — De acordo com sua irmã, Camila se esquecerá de tudo se você não fizer muito estardalhaço. — Após uma pausa, Rodrigo acrescentou: — Que tal um café?

— Eu adoraria, mas estou tomando conta das crianças esta tarde.

— É melhor mesmo você cuidar de Camila, do que qualquer outra pessoa — comentou Rodrigo. — Ela é uma menina difícil, com uma vontade de ferro, o temperamento de um furacão.

Naquele instante, Camila jogava areia nas outras crianças, coisa que lhe fora proibida várias vezes.

— Você é uma menina má — disse Annie, enquanto caminhavam de volta à mansão.

— Eu sou boa, mamãe — ela respondeu, e saiu correndo na frente, balançando as tranças escuras.