Fanfic: PAIXÃO SELVAGEM - AyA ( Adaptada) {FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso

CAPÍTULO V

Apavorada, Anahi sussurrou ao ouvido de Alfonso:

— Vá embora, pelo amor de Deus!

Céus, como pudera ela decair tanto? Isso em plena luz do dia, num carro estacionado em lugar onde qualquer pessoa poderia vê-los? Mas tinha certeza de que, se fosse a polícia, estariam em maiores dificuldades do que com Angelique. Com o orgulho espedaçado, um violento sentido de humilhação, Annie continuou ali sentada, esperando pelo machado do algoz. Ela não podia entender por que Alfonso não ia embora, ou por que continuava sem dar uma palavra.

— Oh, meu Deus! — Angelique exclamou. Espiou dentro do carro, olhando para Anahi e para Alfonso. E ordenou à irmã: — Saia já desse carro.

— Vocês são muito parecidas — comentou Poncho. —Mas não são idênticas. Irmãs? — Ele tentava falar com naturalidade, mas via-se que não estava em completo controle emocional, como gostaria de estar.

— Você me ouviu, Anahi? —Angelique prosseguia gritando. — Saia já desse carro!

— Gêmeas! Ao menos não fiquei com a histérica — Alfonso murmurou.

— Quem é histérica? — berrou Angelique, batendo com a mão no pára-brisa.

Com uma calma invejável, Alfonso engatou marcha à ré mais uma vez e começou a sair do jardim da casa.

— Então, sua irmã mora aqui também. Interessante comentou.

— Ela é casada com o outro neto de Mendiola.

— Por que ficou quase louca quando me viu? — Alfonso teve curiosidade em saber.

— Realmente seria melhor que você me deixasse e fosse embora. — Annie arriscou timidamente, enquanto Angelique entrava no jardim dirigindo o próprio carro.

— Por nada deste mundo eu perderia isso tudo. — Alfonso observava com curiosidade Angelique na direção do carro, passando perto da Ferrari como uma neurótica. — Sua irmã é bonita, mas não tão bonita como a minha Anahi. Ela tem inveja de você?

— Claro que não.

Quando Angelique sumiu dentro da casa, Annie saiu do carro com as pernas bambas, suplicando a Alfonso que fosse embora. Sem muita esperança, contudo.

Poncho também saiu do carro e bateu a porta. Arrumou a gravata, passou os dedos pelos cabelos.

— Você não está casada com Rodrigo, está? — ele perguntou de repente.

— Claro que não!

— Claro? — Alfonso sorriu sarcasticamente. — No que se refere a você, cara, nada me surpreende! Mas, posso entrar?

— Prefiro que vá embora.

— E perder essa maravilhosa oportunidade de conhecer sua família?

A porta da frente estava aberta de par a par. Da entrada, podia-se ouvir Angelique gritando. Alfonso recuou.

— Alguém devia jogar um balde de água fria nela.

— Angel tem ódio de você. O que esperava? Minha família sabe do que me acusa. Todos aqui sabem por que estou sem trabalho outra vez!

— A coitadinha inocente! — Poncho murmurou, nada impressionado. — Garanto que fez o papel de mártir diante deles.

— Por que não vai embora daqui imediatamente?

— Você também, Anahi? Por favor! — alguém falou a porta.

Era Aaron, com roupas de trabalho, parecendo bem claro que viera diretamente da fazenda.

— O que está acontecendo por aqui? — ele prosseguiu.  — Rodrigo quase colidiu com o trator, e eu chego em casa para encontrar Angelique tirando a arma de Mendiola do armário... Ela está histérica!

— Sugiro que não use essa palavra — Alfonso aconselhou-o, em tom de caçoada.

Aaron fitou-o, franziu o sobrolho, e passou a mão pelos cabelos louros. Olhou para Anahi e de novo para Alfonso.

Suspirou. De repente, entendeu tudo.

— Sou Aaron Dias, cunhado de Anahi, sr. Herrera.

— Não precisa ser cortês com ele,Aaron! — Angelique disse, agora em pé no hall. — Peça-lhe que vá embora desta casa.

— Angelique — Aaron sussurrou, embaraçado. — Vamos ao menos tentar ser civilizados no que diz respeito a...

— Civilizados? Esse homem arruinou a vida de minha irmã! — Angelique disse com voz trêmula. — Ele só trouxe desgraça para nossa família e...

— Por favor, não fale mais — Annie pediu.

— Se não fosse por você, Herrera, Annie e Rodrigo estariam casados agora! — Angelique observou. — Rodrigo ofereceu-se para aceitar a criança que iria nascer, porém Anahi foi orgulhosa demais em consentir nisso. E agora, quando enfim as coisas começam a endireitar, você aparece!

Sem olhar para ninguém, Annie foi ao jardim. Mas ainda ouviu Poncho exclamar:

— Um filho meu?! — O tom de voz dele era de descrença.

Angel começou a chorar, de súbito consciente do que dissera, consciente do que revelara.