Fanfic: PAIXÃO SELVAGEM - AyA ( Adaptada) {FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso

Paolo, o mordomo, serviu-os de champanhe trazido numa salva de prata. Ela agarrou a taça com mãos trêmulas.

— O que vamos comemorar? — Alfonso indagou, com um sorriso sardônico. — A instituição do casamento? Ou sua retirada do mundo que amava tanto?

— Como? — Annie sentia as pernas bambas. Após algumas frases Alfonso destruíra por completo a ilusão que ela tivera de que ele começava a abrandar sua atitude agressiva.

— Você não está vestida como uma freira, mas vai iniciar uma vida tão fechada como se estivesse num convento.

— Andou bebendo, Alfonso? — Annie não encontrava outra explicação para aquele comportamento.

Ele riu muito e respondeu:

— Você nunca me perguntou onde iria viver. Pois bem, agora vou lhe dizer: é aqui.

— Aqui?

— Não pretendo levá-la de volta a Londres.

— Mas pensei que fôssemos morar em Lon...

— Pensou errado. Posso gerenciar minhas companhias daqui. A tecnologia avançada torna isso possível. Terei necessidade de fazer viagens ocasionais, mas ficarei aqui a maior parte do tempo, observando-a cuidar de nossa filha. Um trabalho que a ocupará em horário integral.

Annie fitou-o, aturdida. Seus olhos cor de ametista brilhavam de surpresa e desencanto.

— Se este lugar é isolado como você diz, não é bom para Camila — ela protestou. Foi o primeiro pensamento que lhe aflorou à mente.

— É perfeitamente bom para Camila. Providenciei um quarto para ela, bem equipado, e arranjei uma escola primária a cinco quilômetros daqui. A nova geração viu-se forçada a mudar deste lugar por causa da pouca facilidade educacional para crianças. Os pais querem ver seus filhos por perto. Nossa comunidade é dependente de outras. Mas Camila terá condução fácil.

— Ela nem mesmo fala italiano, Santo Deus! — Annie exclamou, desapontada com a presteza com que Alfonso dera resposta a seus protestos. Sem dúvida ele refletira bastante sobre o caso, e tomara suas decisões sem consultá-la.

— E por que não haverá ela de aprender italiano? Este é meu lar e, conseqüentemente, o dela também — Alfonso respondeu. — Crianças dessa idade aprendem facilmente outra língua. Camila será bilíngüe.

Arrasada, Annie entendia agora as insinuações que ele fizera antes sobre a vida noturna e as butiques da moda. Evidentemente Poncho acreditava que coisas desse tipo eram de suma importância em sua vida, e se propusera privá-la de todas essas frivolidades. Pelo visto, não dera crédito quando ela lhe dissera que gostava da vida do campo. E agora a ameaçava com um isolamento similar ao de uma prisão, mais do que qualquer outra coisa.

Annie estava apavorada. Teria sido a idéia dele afastá-la de sua família e de tudo o que lhe era familiar? Quereria Alfonso castigá-la por tê-lo posto numa posição de se ver forçado a casar> fim de ter acesso à própria filha? Estaria ele tão determinado assim a fazer o possível para que o casamento não desse certo?

— Vamos jantar — disse ele, pondo a mão nas costas de Annie e conduzindo-a à porta. — Você está em estado de choque, não está?

— É claro que estou. E não posso enxergar uma boa razão para você se comportar desse jeito! — Anahi exclamou, desanimada. Mas, intimamente, podia ver dúzias de razões que poderiam levar Poncho a praticar atos bem de acordo com sua natureza vingativa.

— Se você arranjar um amante, eu a matarei. Experimente para ver! — Poncho inclinou-se, sussurrando ao ouvido dela. — Por isso achei melhor negar a você a possibilidade da tentação; concorda comigo? Aqui você não será tentada a encontrar um homem e eu não serei tentado a cometer um crime passional.

Annie olhou para o lindo par de candelabros de prata no centro da mesa, e sentou-se automaticamente. “Se você arranjar um amante, eu a matarei”. Por que motivo, no dia do casamento, pensaria Alfonso em admitir que ela arranjaria um amante? A ameaça, para o caso de sua infidelidade, fora tão absurda que Annie, sentada à mesa em absoluto silêncio, imaginava qual dos dois estaria ficando louco.