Fanfic: PAIXÃO SELVAGEM - AyA ( Adaptada) {FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso

A Ferrari seguiu pela estrada como um rojão, os pneus rangendo em cada curva. Ciúmes, Anahi dizia a si mesma. Seu marido não admitia que qualquer outro homem lhe fizesse a corte. Puro ciúmes.

Sim, ele tivera ciúmes de Rodrigo. Tivera ciúmes de Pedro... E a solução que encontrara para resolver o problema fora enterrá-la viva numa região remota num vale da Sicília, e impedi-la de voltar à Inglaterra.

Ficou com pena dele. Fora tão cega, tão presa à certeza de que ela não era importante para Alfonso! Na realidade, Poncho não queria perdê-la... Tinha medo de perdê-la, e Anahi sabia agora, que as emoções que ele tentava controlar no momento, não tinham nada a ver com Camila.

Mas, nesse caso, quais seriam os planos do marido ao visitar Franca Ecchio? Isso não fazia sentido.

Annie sorriu. Bem, dali por diante estaria certa de que Poncho nunca mais a ignoraria na presença de amigos, e nem permitiria que outras mulheres flertassem com ele. Estaria ocupado cuidando da mulher que considerava agora atraente aos olhos dos outros homens.

Chegando em casa, ainda carregando-a, Alfonso subiu para o quarto dela, deixando os empregados atônitos.

 Jogou-a na cama.  Com os olhos expelindo faíscas, preveniu-a com voz cavernosa: — Nunca mais faça isso!

O telefone tocou. Ele atendeu-o e deu uma risada forçada:

— Ciao, Roberto — disse, colocando o fone no gancho.

Annie sentou-se na cama.

— Olho por olho — Poncho sussurrou entre os dentes. —Dias atrás você me mandou procurar outra mulher. Lembra-se?

— Eu mandei o quê? — Annie ficou pálida.

— Hoje eu quis fazer isso, para ver sua reação.

Atônita, Anahi recordou-se de ter dito um dia a ele que procurasse divertimento em outra parte. Estaria então Alfonso tentando provocar seu ciúme, flertado com Franca?

— E sei que você não gostou disso, cara, não gostou nada. E as coisas iam bem até Roberto estragar tudo.

— Claro que Roberto teria de tomar uma providência. Afinal, Franca é irmã dele.

— Roberto sabia que eu não encostaria um dedo em Franca. Ela me persegue há anos! Nós até fazemos brincadeira com isso.

— Brincadeira? — Anahi repetiu, não entendendo mais nada.

— Franca é uma adolescente com pretensões a vampe de trinta anos ou mais.

— Uma adolescente? — Annie não conseguia acreditar. — Franca é uma adolescente?

— Ela só tem dezenove anos.

Dezenove anos... Anahi não teve condições de falar durante alguns segundos.

— Mas você tinha certeza de que eu não imaginaria que Franca tivesse essa idade. Levou-me lá de propósito,Alfonso Herrera. Agora arrependo-me por eu não ter jogado aquela madame convencida na piscina!

— Ela é pelo menos trinta centímetros mais alta, e bem mais pesada. E eu teria de me atirar na piscina para salvar você, bella mia. Mas, se não tenho liberdade de procurar outras mulheres, por que motivo me disse para eu ir atrás de divertimento em outra parte?

— Achei que não havia acreditado..., você riu!

— Talvez... Mas não tive vontade de rir quando você começou a chorar no instante em que tentei beijá-la... Lembra-se, não?

— Mesmo...?

— E tive receio de tocá-la desde então. Tornou bastante claro que não me queria.

Annie teve vontade de chorar. A verdade era que ambos estavam tão preocupados em se esconder atrás do orgulho, que recusavam ceder um milímetro que fosse. Porém, Poncho ultimamente cedera tanto... ela reconheceu pela primeira vez. Então, amar significava pôr o orgulho de lado...?

— Durante dez longos dias frustrados você foi indiferente às minhas tentativas de fazê-la feliz — Alfonso queixou-se.

E era verdade, Annie reconhecia. Como uma criança amuada, erigira uma barreira entre os dois, recusando aceitar toda e qualquer aproximação.

— Não sei mais o que fazer para agradá-la — ele acrescentou.

Os olhos de Anahi encheram-se de lágrimas.

— Eu sempre amei você — sussurrou. — Mas não sabia como acabar com minha obstinação e...

— Fale isso de novo — Poncho pediu.

— Foi o que ouviu. Sempre amei você.

Ele inclinou-se e tomou-lhe as mãos. Annie conservou os olhos fechados, segurando as lágrimas. Era tão bom ter as mãos de Poncho nas suas! Ela engoliu em seco. Apenas agora reconhecia que não se escondera exatamente atrás do orgulho. Escondera-se atrás do pavor de ser magoada de novo. E, quando se tem medo, não é possível ser generosa.

— Mas você não acredita em nada do que lhe digo —ela o fez lembrar.