Fanfic: PAIXÃO SELVAGEM - AyA ( Adaptada) {FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso

Anahi voltou para o carro como uma mulher renovada. Sentia-se melhor, mais forte, liberada de seus pavores. Era uma sensação maravilhosa. Mas tinha menos medo da polícia do que de perder Poncho.

Claro que não o deixaria tomar seu lugar, mas, só o fato de constatar que o marido se preocupava com ela, deixava-a muito feliz. Nem seria necessário que fossem pronunciadas palavras de amor. Toda a emoção, que Alfonso lutara por esconder, fora expressa no ato do amor. Dessa vez não havia sido apenas sexo. As barreiras sumiram. Poncho era seu, exatamente como sempre desejara que fosse. E, com essa certeza, ela poderia enfrentar qualquer coisa, dizia a si mesma.

Chegaram em casa.

— Preciso fazer alguns telefonemas — Poncho disse assim desceram do carro. — Em seguida iremos apanhar Camila. Vocês duas voltarão para a Sicília amanhã de manhã e eu me apresentarei às autoridades policiais para...

— De forma alguma! — Annie protestou.

— É importante que eu vá até eles antes que eles venham a você. Com certeza Severn está sendo investigado há meses já.

— Não vou voltar à Sicília — Anahi declarou. — Irei à polícia. Não quero vê-lo envolvido...

O protesto de Anahi foi interrompido quando o motorista abriu a porta do carro.

Assim que entraram no hall da casa de Alfonso depararam com uma senhora de certa idade, de cabelos louro-acinzentados, elegantemente vestida.

— Onde você esteve até agora? — ela perguntou a Poncho, parecendo muito irritada. — Sei que chegou em Londres há cinco horas já.

— O que há de errado? — Poncho perguntou.

— Seu irmão foi preso — a mulher respondeu, soluçando.

— Di che cosa parli? — Poncho indagou.

— Inglês, Poncho — a mulher repreendeu-o, falando um inglês perfeito.

— Sì mamma... inglês — ele respondeu. — Mas diga-me, o que Derrick fez agora? Outro acidente de carro? Espero que não haja feridos...

— A coisa é bem mais grave.

— Annie... permita-me lhe apresentar minha mãe,Ruth Herrera— disse Poncho.

— Ouviu o que eu lhe falei? — Ruth gritou com o filho, sem interesse algum pela nova nora.

Anahi não sabia o que fazer, se deixar mãe e filho à vontade, ou se continuar presente. Mas se perguntou por que motivo Poncho nunca mencionara que a mãe era inglesa e não italiana.

— Derrick foi preso por fraude.

— Fraude? — Poncho repetiu, não podendo acreditar no que ouvira.

— Ele tinha um sócio que está preso desde ontem à noite por fraude. Derrick foi preso esta manhã bem cedo, no aeroporto.

Anahi ficou imóvel como uma estátua. Sua mente trabalhou com uma velocidade supersônica.

— Quer dizer que Derrick está envolvido com Felix Severn, mamma?

— Terrivelmente envolvido. — Ruth sentou-se numa poltrona, exausta. — Ele foi me ver antes de ir ao aeroporto. Estava apavorado. Contou-me tudo.

— E tudo inclui.., negócios internos? — Poncho interrogou prontamente. Anahi fitou-o, mas não conseguiu ler nada na expressão do marido.

— Isso seria o de menos — Ruth continuou, com voz chorosa. —Ele tomou parte em várias transações desonestas no referente a companhias de seguro. Severn era o principal agente dos negócios, e Sandro agia em segundo plano, providenciando as finanças, fazendo os contatos..., mas você não precisa se preocupar...

— Como não me preocupar? Mamma, se você soubesse...!

— Derrick não envolveu as Indústrias Rodriguez! — Ruth apressou—se em esclarecer.

— Eu o tirei da diretoria há três anos já... Graças a Deus! Mas, como pôde Derrick fazer isso?

— Você o humilhou — Ruth condenava o filho mais velho, com se a culpa fosse dele.

— Derrick já estava envolvido até o pescoço em negócios ilícitos, não estava?

— Estava. Mas isso não importa agora, Poncho. Ainda bem que você chegou a Londres. Seu advogado está na polícia com Derrick, eu providenciei o encontro. Trate de pôr seu irmão em liberdade sob fiança...

— O sistema legal é bem diferente aqui, mamma. E, se a polícia o apanhou no aeroporto, ele ficará sob custódia. Derrick fugiria se tivesse chance...

— Alfonso... o que há com você? Estamos falando de seu irmão. Ele precisa de ajuda.

Anahi sentia as pernas enfraquecerem. Em estado de choque, sentou-se e ficou olhando para o tapete. Só podia ter sido Derrick o causador de tudo, anos atrás. Mas, por quê? Por que faria Sandro isso com ela? Para esconder suas desonestidades? Por medo de que Alfonso suspeitasse de alguma coisa?

Ou talvez o motivo fosse mais pessoal. Repetidas vezes recusara toda e qualquer aproximação. Ela cobriu o rosto com as mãos.

— Derrick jamais desobedeceu as leis do país — Ruth disse, tentando defender o filho.

— Mas mentiu a vida toda.

— Ele precisa de seu auxílio e compreensão! Não pode dar-lhe as costas, é seu irmão!

— Mea culpa...

— Ora, não comece com o italiano outra vez, Alfonso.

— É latim...

— O que quer que seja, você comporta-se sempre como estrangeiro neste país! Parece seu pai. Eu e você nunca nos entendemos bem... e agora, meu querido Derrick... — Ruth caiu em pranto.

Annie resolveu intervir, e disse ao marido:

— Ponchito, acho que você deveria ir à delegacia de polícia.