Fanfic: UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso

CAPÍTULO III

Ninel estava sentada atrás da sua enorme escrivaninha, ditando para sua secretária, quando Anahi e Alfonso entraram no escritório. Imediatamente dispensou a moça e chegou até eles, muito elegante num vestido escuro com um broche de diamante. Ela não era especialmente bem feita de corpo ou bonita, mas o jeito com que usava suas roupas, extremamente elegantes, ajudava muito a aparência sofisticada. Para Annie, e para dúzias de outras mulheres, ela sempre parecia o máximo em distinção e auto-suficiência.

- Alô, minha querida - disse para Annie. - Agora, deixe-me ver, devo desejar-lhe parabéns pelo dia de hoje, não?

Uma das mãos de Anahi voou para a boca. Claro, ela fazia hoje vinte e quatro anos! E tinha esquecido! Esquecido seu próprio aniversário! É... é sim. - gaguejou.

- Vá e pegue o casaco, Ninel - disse Poncho, rindo. - Mal posso esperar para ver Annie dentro dele.

Ninel atravessou a sala e abriu a porta. Anahi ouviu-a dizendo à moça que trabalhava ali: -Vamos, corra e me traga o casaco de peles da sra. Herrera.

Anahi virou-se para olhar para Alfonso, encostado à vontade na mesa de Olive, casualmente acendendo e apagando um isqueiro. Seus olhos ficaram zombeteiros ao olhar para o rosto perturbado de Anahi. - Você não precisa ficar com a cara de quem espera que eu compre um pedaço de corda para você se enforcar - resmungou.

Mas quando a moça trouxe a enorme caixa lilás que continha o casaco, e quando Ninel tirou aquela maravilha luxuriante e escura de dentro da caixa e ajudou Annie a vesti-la, Anahi na verdade se sentiu como se tivesse um pedaço de corda em volta do pescoço, enforcando-a.

Ficou imóvel quando Poncho chegou perto e parou atrás dela, olhando o reflexo dos dois no espelho. Ela sentiu as mãos dele em seus ombros, alisando a bela pele do casaco. Sua voz chegou suave aos ouvidos dela. - Muitas felicidades pelo dia de hoje, minha querida - disse.

Os olhos dela encontraram os dele no espelho. Ela sentiu uma sensação de desesperança, de enorme fraqueza. Ficou contente com o apoio do peito dele em suas costas, o aperto de suas mãos. Teve certeza de que teria caído no chão se não fosse isso. Hoje ela tinha sabido a que crueldade ele podia chegar - e hoje ele tinha dado a ela um presente tão lindo. Uma ironia tão amarga fez com que quase chegasse a derramar as lágrimas que não derramara no estúdio.

- Muito obrigada pelo casaco, Poncho - disse se controlando. - É lindo!

Mas ele franziu a testa ao ouvir um agradecimento tão formal. Estava de repente irritado pela falta de entusiasmo na voz dela. Será que ela não percebia o quanto o casaco a valorizava? Não via que seu rosto parecia uma flor pálida aninhada na gola de pele escura? Não tinha vaidade, esta criança estranha.

- Eu queria que você se alegrasse um pouco - murmurou.

Ela virou-se para ele. Podia perceber que estava desapontado com sua reação, e se sentiu tentada a assegurar que tudo estava bem. Estava genuinamente tocada por ele perceber quanto a partida de Dulce Maria a tinha perturbado. - Na verdade, adorei o casaco, Poncho. - Tocou devagar a manga do paletó dele. - Só que estou um pouco atrapalhada, só isso.

- É claro que ela está - acudiu Ninel, divertida. - Qualquer mulher ficaria tonta com um casaco deste, Alfonso.