Fanfic: UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso

CAPÍTULO IV

Annie tropeçava enquanto corria com os sapatos de salto alto, a longa saia lilás toda manchada de sangue presa nas mãos. Estava quase desesperada com a necessidade de escapar da visão das mãos de Alfonso curvas para destruir. Mas, quando ia atravessando a rua, Poncho a alcançou, segurando-a e virando-a como se fosse um boneco.

- Aonde, com todos os diabos, você pensa que vai, sua tola histérica?

Ela lutou, ferozmente, odiando-o, odiando sua insensibilidade, sua habilidade de matar um cachorro com o rosto completamente sem emoção. Odiando as mãos assassinas que a seguravam.

- Escute, - disse asperamente - o coitado estava em agonia, nem mesmo um veterinário poderia ter feito alguma coisa. Eu fiz o que precisava ser feito, e quanto mais depressa você perceber isso, e parar de se comportar como uma estudante melodramática, melhor. Agora ande depressa, já estamos atrasados para a casa dos Christbel.

- Os Christbel! - Abruptamente, ela parou de se debater, olhando para o rosto irritado de Alfonso. - Mas eu não quero mais ir, não agora! Não agora!

Ele a sacudiu com impaciência. - Você me atormenta até que eu tenha vontade de matá-la, às vezes, Anahi! De qualquer modo, ao diabo com os seus escrúpulos! - Virou-a e obrigou-a a andar até o carro, sem ligar para seus tropeções.

- Eu... estou cheia de sangue! - falou desesperada. - O coitadinho sujou toda a minha roupa! - Quando chegaram perto do carro, ela parou ria frente dos faróis e mostrou a ele o estado em que estava seu vestido, manchado de sangue e de graxa onde ela se ajoelhara no chão do posto.

Naquele momento o rosto de Alfonso era um estudo de emoções diferentes; impaciência até ao ponto de estourar, aborrecimento com uma criança malcriada e também um pouco de pena. - Mas, também, por que é que tinha que abraçar o animal? Você, honestamente, é demais, Anahi! Agora temos que voltar para casa para você trocar de roupa. Ande, entre logo. - Ajudou-a a entrar no carro e ela ficou olhando para ele amedrontada, enquanto ele dava a volta ao carro e sentava-se ao seu lado, batendo a porta. Tirou o carro do posto, passando ao lado do grupo de gente debruçada sobre o cão morto, e o som triste de uma mulher chorando seguiu o carro pela rua afora.

De volta ao apartamento, Annie seguiu Poncho desanimadamente para dentro da sala e não disse uma palavra quando ele colocou uma dose de uísque puro em um copo e obrigou-a a beber. Ela engasgou com a bebida e lágrimas vieram aos seus olhos.

- Não me obrigue a ir com você! - Agarrou-se ao braço dele, implorando com os olhos. - Por favor, Alfonso. Não vai ter importância se eu não for.

- Não? - Seus lábios se encolheram obstinadamente. - Eu peço licença para não concordar. Venha, vamos tirar esse vestido.

Foi com ela para o dormitório, ajudou-a atirar o casaco, jogou-o displicentemente em cima de uma cadeira, de onde todo aquele esplendor manchado escorregou lentamente para o chão, onde ficou esquecido.

- Tire esse vestido! - Poncho ordenou asperamente, dirigindo-se para o armário e abrindo a porta de sopetão. Passou a mão impaciente pela coleção de vestidos e tirou um azul-turquesa, estampado com flores rosa. Era bem bonito, mas não tão extravagante e sofisticado como o vestido lilás, e havia uma expressão seca no rosto de Alfonso quando trouxe a roupa para Anahi.

Cuidadosamente ajudou-a a vestir-se, mas rudemente ignorou seus olhos, que imploravam.

- K. C. não é um sujeito que fornece convites para jantar todos os dias da semana - disse firmemente. - E vou me danar se aparecer hoje lá sem você. Ele e Magda querem conhecer você e vão conhecer. Agora, limpe essa droga de pintura dos olhos, está escorrendo. E pare de olhar para mim como se eu tivesse cometido um assassinato.