Fanfic: UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso

Chegaram à cabana quando o sol tinha desaparecido numa explosão gloriosa de tons rosa, e agora o céu estava de um azul diáfano. Uma brisa leve de outono movia as árvores, e os pássaros faziam algazarra na chegada da noite.

Alfonso destrancou a porta da cabana e eles carregaram os dois grandes pacotes de víveres que tinham comprado em uma cidade por onde passaram à tarde. Anahi parou assim que entrou, consciente agora de que estava completamente sozinha com Alfonso! Alfonso, que era seu marido, mas que era também um estranho alto e moreno.

Parecia estar sonhando. Sentia que ia acordar e perceber que tudo isso - Alfonso, seu casamento, essa cabana no meio de árvores altas e perfumadas e cercada de imensa paz - era tudo parte de um sonho.

Viu quando Alfonso se adiantou na cabana escura, viu quando largou o pacote de víveres em uma cadeira e escancarou as venezianas de duas janelas. A luz entrou e Annie piscou, quase gritando de incredulidade.

Dois grandes sofás de cor creme ladeavam uma imensa lareira de tijolos vermelhos, e entre eles brilhava uma mesinha baixa. O assoalho negro era forrado de tapete creme. As paredes, também pintadas de creme, ostentavam coloridos troféus indígenas. Numa das paredes havia uma cômoda antiga de madeira escura e brilhante e, na outra, uma estante com portas de vidro, abarrotada de livros. Era uma sala alta, fresca, agradável e os olhos de Anahi brilhavam enquanto ela se virava vagarosamente para admirar tudo.

- Gosta? - Poncho perguntou.

- Adoro! - ela exclamou.

- Não tem aranhas, não tem mofo, confere? Venha, vou mostrar a cozinha para você.

Ela seguiu com ele, carregando o pacote de alimentos e, quando entraram na pequena e compacta cozinha, Alfonso tomou-lhe o pacote das mãos e colocou-o na mesa. Sorriu quando viu que ela reparava, com prazer, nos armários brancos, na pequena pia e no trabalhado fogãozinho a óleo.

- Como é que está tudo tão limpo e em ordem?

- Uma mulher de uma fazenda próxima vem limpar e arejar a casa para mim - disse. - Gosto que esteja tudo impecável, porque às vezes venho até aqui no verão.

- Sei. - Olhou para um dos armários e ele, com um sorriso, o abriu revelando um suprimento completo de latarias e frutas. - Como você pode ver, não vamos morrer de fome. N este outro armário guardo óleo para as lâmpadas e para o fogão. Aqui, - apontou - toalhas de mesa, faqueiro e panelas. Agora, - segurou-lhe a mão e guiou-a para fora da cozinha - agora vou lhe mostrar o quarto e o banheiro.

- A palavra cabana não é a mais correta para descrever este lugar, Alfonso.

- Oh! Eu bem que sabia o que você esperava - ele riu - algum barraco caindo aos pedaços, com dois beliches e uma bomba manual lá fora. Querida, você tem que se acostumar com a idéia de que não se casou exatamente com um mendigo.

Poncho apertou a mão dela e, como a aliança pressionou-lhe o dedo, Annie subitamente pensou no quanto aquele aro de platina, circundado de diamantes, deveria ter custado a ele. Na verdade, devia ter custado uma pequena fortuna. Seu rosto corou e ela desviou o olhar.

- Por que o rubor? - Puxou-a contra o peito. - O que está havendo dentro dessa sua cabecinha engraçada agora?

- Você não devia ter gastado tanto dinheiro no meu anel! - ela desabafou. - Você não precisa me comprar, Alfonso.

- Comprar você? - O sorriso indulgente lentamente morreu em seu rosto. - Você não devia dizer uma coisa dessas! - Ele segurou-lhe a mão esquerda e fitou o anel. - Achei que o anel era um belo enfeite; achei que você gostaria dele.

- Eu... eu... gosto, só que é tão caro! Estava na verdade muito embaraçada, desejando não ter falado nada.

Ele notou seu embaraço e de repente riu, caçoando. - Então estou comprando você, não estou? Bem, a compra não vai terminar com uma aliança de casamento, isso eu asseguro, minha querida. A esposa de Alfonso Herrera usa tecidos finos, não aventais de pano grosseiro! - Virou-se nos calcanhares e saiu para apanhar as malas.