Fanfic: UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso

Alfonso chegou tarde, mas Anahi ainda estava acordada esperando por ele. Quando ia entrando, atirando seu casaco na cadeira, espantou-se, vendo-a encolhida entre as almofadas vermelhas do sofá.- Por que não está deitada? - perguntou.

- Eu não estava com sono. Como é que está Bill, o que é que o médico disse?

- Ele tem que ir para o hospital.. - Alfonso suspirou ao vir para perto dela e ficou olhando para baixo, para ela. - Ele não vai melhorar, Annie. Vai morrer no hospital. Só tem trinta e três anos. Não começou nem a viver... a fazer a metade das coisas que queria. É um sujeito tão formidável! Por que tinha que acontecer com ele?

- Eu não sei, Poncho. Quando eu era enfermeira, vi isso acontecer muitas e muitas vezes e sempre senti muita tristeza. Sei exatamente como você se sente. É sentir que não pode fazer nada para mudar os acontecimentos. É um sentimento de impotência, de depressão, não é?

Ele concordou. Ela levantou-se e tocou em seu braço. - Quer um pouco de café?

- Sim, por favor.

Anahi foi para a cozinha e preparou café e sanduíches de presunto. Quando levou para a sala em uma bandeja, viu que Alfonso estava em frente à janela, olhando para a noite. Parecia muito alto e muito largo, de costas para ela. Annie ficou olhando para ele, pensando novamente sobre a complexidade do seu temperamento. Hoje mesmo tinha sabido que ele, por puro despeito, havia tirado Robert do elenco do filme. Ainda assim, lá estava ele agora, olhando para a escuridão, cheio de compaixão por Bill, cheio de amargura impotente porque não havia nada que pudesse fazer para impedir a chegada da morte, que breve viria para levar Bill, tão íntegro e gentil.

- Venha tomar seu café, enquanto está quente, Poncho.

Ele virou-se e chegou perto dela, atirando-se no sofá ao seu lado. Ela entregou-lhe a xícara e ele misturou o açúcar. De repente disse: - Vou para a Inglaterra dentro de algumas semanas.

- Inglaterra? - Ficou olhando para ele. Inglaterra! Os campos verdes de manhãzinha, cheios de orvalho. O som preguiçoso do sino da igreja no domingo à tarde. O barulhinho amigo de xícaras de chá através de uma janela. Mas ele havia dito, "Eu vou para a Inglaterra...” Não tinha dito, “Nós vamos...”

- Logo que o filme ficar pronto eu embarco. - Bebeu o café. - Karl quer fazer Lucrécia, de Shakespeare, e eu tenho que admitir que estou entusiasmado. É uma história cheia de truques, é claro, mas se conseguirmos fazê-la será ótimo! - Os olhos escuros de Alfonso brilharam. - Vou para Stratford-on-Avon tentar persuadir um certo ator inglês que mora lá a sair do seu retiro e fazer o papel de Tarquínio.

- E a censura, Poncho? - Anahi perguntou. - Como você disse, é uma história meio complicada.

- Aí é que está o problema - Poncho admitiu, sorrindo um pouco e mordendo um sanduíche. - Mas Karl pode arcar com a perda, se por acaso isso acontecer, e eu terei a satisfação artística de ter dirigido um desastre muito caro. É engraçado como Shakespeare, tão cheio de luxúria, dificilmente chega a ser um sucesso. E você sabe por quê? Porque as pessoas são tolas. Se envergonham de ter uma luxúria saudável. Se elas fossem honestas consigo mesmas, saberiam que é a única coisa que na verdade sentem e que chamam de amor. Disfarçam o sexo em lindas declarações de amor. O herói forte e musculoso carrega sua companheira para dentro do mato, mas por Deus, se ele depois não disser: "Eu te amo, querida...", a censura aparece correndo. Ou então o público reclama.

- Bem, Poncho, a natureza humana gosta de disfarces bonitos - Annie protestou. - Uma moça bem vestida, um belo pacote de presente, um prato bem ornamentado. A vida seria sem graça demais sem um pouco de disfarces e enfeites, como você bem sabe.

Ele olhou espantado para ela, depois caiu na risada.

- Um belo direito no queixo! Você sabe bem onde acertar, meu bem, apesar de ser peso-pena.

E, enquanto ele ficava ali e ria, ela perguntou: - Por que tirou Robert do elenco do filme?

O riso parou abruptamente. - Então você já soube?

- Eu vi Robert... hoje à noite,

JL, eu terminei de ler esse livro ontem e tem uma coisa que vai acontecer, que é um pouco triste. :(