Fanfic: UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso
Naquela tarde, num hospital pequeno, a uns dois quilômetros de Thame, Annie perdeu o bebê.
E Alfonso, em um tormento como nunca tinha sentido antes, andava de um lado para outro, na sala de espera, se recriminando incessantemente. Xingava seu próprio mau gênio, que fizera com que dissesse aquelas coisas para Annie. Sugerindo que Kaufmann... A lembrança o deixou doente.
Afundou-se numa das poltronas da sala, passando sem cessar a mão pelos cabelos. Deus, o que estava acontecendo? E se ela morresse? Por que não aparecia um médico, ou uma enfermeira, qualquer pessoa para lhe dizer que Anahi estava bem? Continuou sentado, morrendo de medo, olhando fixamente para o tapete vermelho que cobria o chão, até que o desenho ficasse embaralhado, envolvendo seu cérebro em uma névoa vermelha, onde aparecia claramente a desesperança que tinha tomado conta de Annie no quarto daquela pensão. Ela parecia morta quando ele a pegou e levantou - toda a cor fugira de seu rosto e todo o calor do seu corpo. Ela tinha voado para um lugar em que ele não podia segui-la, e ele tinha sentido um medo tão grande, uma sensação imensa de solidão! Havia pensado que ela estava morta!
- Deus! Por que o médico não aparecia? Levantou-se, foi até a janela e ficou tamborilando com os dedos no vidro frio, olhando a chuva que caía nos galhos desfolhados das árvores, no pátio do hospital.
Parecia que tinham se passado horas quando uma porta se abriu e a figura vestida de branco entrou. Veio avisar que Anahi havia perdido a criança, que agora ela estava dormindo e que o melhor que Alfonso podia fazer era ir dormir até a manhã seguinte.
- Mas ela está bem? - Os olhos escuros de Alfonso estavam ainda apavorados e, apesar de toda a sua altura e do seu tamanho, parecia curiosamente jovem, quase um menino, para o médico. - Quero dizer, eu fico aqui durante a noite se houver perigo de recaída, ou qualquer outra coisa.
- Que é isso, não precisa! -o médico sacudiu a cabeça, rindo levemente. - Aborto é uma coisa séria, mas não necessariamente fatal, homem. Sua esposa já vai poder falar com você pela manhã. Meu conselho é que tome uma boa refeição e durma bastante. - Bateu no ombro de Poncho amigavelmente. - E pare de se preocupar.
Mas Poncho estava ainda preocupado na manhã seguinte e seguiu uma enfermeira até o pequeno quarto onde Annie estava deitada, uma fita prendendo os cabelos para trás.
- Só quinze minutos - a enfermeira disse, ao fechar a porta. Poncho chegou ao pé da cama onde estava Annie, pálida e quieta, com as mãos pequenas paradas em cima do lençol esticado.
- Sinto muito a perda do bebê, querida - disse com voz rouca.
Ela ficou olhando para ele, pensando como ele parecia grande e moreno nesse cubículo tão branco, com a cômoda pequena, o aquecedor que murmurava, e o barulho da persiana que batia com o vento de março.
Ficou Imaginando por que seu coração não disparava do modo antigo, por que a simples visão dele não fazia mais seu pulso correr e seus olhos se alegrarem? Ficou pensando por que se sentia morta - tão morta por dentro. Era como se toda a sensação, toda a emoção tivesse escoado para fora dela, como se seu coração tivesse morrido junto com o bebê.
- E por que você sente muito? - perguntou com a voz tão sem emoção quanto ela própria. E um leve brilho apareceu em seus olhos. - O bebê era meu, não era? Deus sabe como eu o arranjei, mas foi de algum modo. Mas certamente não foi do jeito que você sugeriu ontem.
Ele se encolheu e suas mãos se estenderam para agarrar aguarda da cama. - Você não pode me desprezar mais do que eu mesmo me desprezo, Annie - disse apaixonadamente. - Eu poderia me chutar o traseiro até a Indochina pelas coisas que disse ontem a você.
Mas o sorriso dela estava cansado e triste. - Gostaria de poder te desprezar, Alfonso. Qualquer coisa seria melhor do que não sentir emoção alguma por você.
- O que você quer dizer? - Suas mãos se agarraram à guarda da cama e seus olhos fixaram-se nos dela. - O que você está dizendo?
- Estou olhando para você, Alfonso, e não estou sentindo absolutamente nada - replicou devagar .
Ele veio até perto dela, sentou-se na beirada da cama e segurou-lhe a mão, que estava abandonada sobre a coberta. Parecia muito pequena e delicada em sua mão morena.
- Eu não a culpo por se sentir amargurada, Annie, querida - disse. - Tenho uma droga de gênio ciumento e devia ser morto por falar algumas coisas que falo. Mas um tiro no coração não poderia me magoar mais do que ouvir você dizer que não me ama mais.
- Mas, Alfonso, o que é o amor? - deu um meio sorriso, fazendo eco ao antigo cinismo dele. - Um sentimento tolo, não é? Uma fumaça que está aqui agora e some logo depois? Você estava certo quando falava assim. Eu o amei no momento em que o vi, mas só precisei de um dia para deixar de amá-lo.
Calou-se e ele franziu a testa, mexendo a mão dela e vendo os brilhantes da aliança faiscarem. Sua mente voou para aquele dia no jardim de sua avó, quando Annie, ainda de uniforme de enfermeira perguntou: "Quanto tempo vai durar nosso casamento, Alfonso? Tanto quanto esse desejo que fez com que você me pedisse a mão?”
- Annie. - Agarrou a mão dela. - Não posso te perder, meu amor. Não quero te perder. Não me acredita?
Ela escutou o que ele dizia e ficou pensando por que não se emocionava. Tantas vezes tinha rezado para ouvi-lo dizer aquelas palavras, e agora, que ele as havia dito, ela não sentia nada. Nem alegria nem felicidade.
- Anahi - seus olhos imploravam. - Não deixe que Robert seja o motivo de uma briga entre nós.
Ela moveu a cabeça de um modo cansado. - Isto não tem nada a ver com o Robert, apesar de ter sido ele quem disse que você havia jogado um feitiço em mim. Agora o feitiço acabou. Estou livre. Quero continuar livre! - Lágrimas deslizavam por suas faces e ela virou o rosto cansado. - Deixe-me ir, deixe-me ir!
- Ir para onde, querida? - estendeu a mão e virou o rosto dela, procurando algum sinal dele. - Não está querendo dizer que quer me deixar, não pode querer dizer isso, meu amor.
- É isso mesmo, isso mesmo! - Sua cabeça se virava no travesseiro e as lágrimas escorriam silenciosamente pelo rosto magro. - Eu não devia ter vindo nesta viagem. O médico me avisou. Eu devia tê-lo escutado, pelo menos eu teria ficado com o bebê, se eu o tivesse escutado!
As palavras terminaram em um soluço, e um espasmo de dor cortou o rosto de Alfonso quando se abaixou para ela. - Não consigo entender por que não me contou sobre a criança, Annie. Tudo isso não teria acontecido se eu soubesse. Certamente eu tinha o direito de saber, não?
- Eu pensei que você não a quisesse! - Falou a triste verdade, cansada demais e vazia de sentimentos para se incomodar se o estava ferindo ou não.
Mas ele ficou magoado. Ela viu a dor aparecer nos olhos dele.
- Muito obrigado! Sua opinião sobre mim continua sendo péssima, não é,Anahi? O que pensou que eu iria fazer, te expulsar de casa? - Falou de um modo amargurado que ontem certamente a teria feito sentir remorsos - ontem. Mas ontem ela ainda o amava.
As lágrimas continuavam, e a enfermeira, voltando nesse momento, veio rápido para junto da cama quando viu que Annie estava chorando.
- É melhor o senhor ir agora, sr. Herrera. Sua esposa está ainda muito fraca. Devia estar descansando.
Ele assentiu, olhando com tristeza impotente para Annie. As coisas que ela havia dito tinham machucado para valer, mas o modo como olhara para ele, como se fosse um estranho, machucara ainda mais. Ele podia entender sua amargura, ele bem que merecia isso. Mas a indiferença feria demais. Debruçou-se e beijou-lhe o rosto suavemente, sentindo as lágrimas salgadas nos lábios. - Vamos conversar sobre isso amanhã. Vai se sentir melhor sobre tudo isso amanhã. - Mas os olhos dela, encarando-o através das lágrimas, estavam mortos e sem compreensão como os de uma criança perdida, e nem respondeu quando ele murmurou um até logo.
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Ao voltar, na manhã seguinte, Annie encontrou-a calma. Chegou a dar-lhe mesmo um ligeiro sorriso quando entrou no quarto e sentou-se na beirada da cama, segurando sua mão. - Amor, escute - disse. - Agora que Brewster concordou em fazer o filme... eu consegui que ele concordasse, você vê... nós vamos começar a produç&ati ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 235
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jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:09
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA acabou maravilhosamente lindo e fofo *-* Fijnalmente ele confessou que amava ela *-------------------------------* AAAA
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jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:09
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA acabou maravilhosamente lindo e fofo *-* Fijnalmente ele confessou que amava ela *-------------------------------* AAAA
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jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:08
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jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:08
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jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:07
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jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:07
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jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:06
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jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:06
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jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:05
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jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:05
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