Fanfic: UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso

- Oh, Annie! - Maite se agarrou a ela. - Estou tão contente que você veio afinal! Tão contente! - Então, com as palavras mal pronunciadas, começou a chorar. Chorou como uma criança triste e abandonada, soluçando contra o ombro de Anahi. - Eu a encontrei, Annie. Ela, ela estava, estava morta na cadeira. Eu pensei, pensei que ela estivesse dormindo. Eu a amava tanto... eu a amava tanto... !

E durante essa crise de choro, Derrick debruçou-se por trás do divã, o cabelo ruivo caindo na testa, os olhos verdes desesperados. Alfonso permaneceu como estava quando Anahi entrara, fora do círculo de tristeza, a mão vagarosamente indo até o bolso pegar um charuto. Acendeu, e através da fumaça espessa ficou olhando para Annie.

O funeral realizou-se no dia seguinte e Maite, depois de chorar muito, estava mais calma. Só perdeu essa calma depois, durante a leitura do testamento, pois a sra. Herrera deixara toda a enorme fortuna, que incluía propriedades valiosas e a casa de Laurel Bay, para Maite. Poncho não era nem mencionado.

- Mas não é justo! - Maite gritou, ficando de pé e enfrentando o advogado, o rosto vermelho e indignado. - Poncho e eu devíamos dividir tudo! Eu não quero assim!

Alfonso levantou-se e vagarosamente se aproximou de Della, passando um braço sobre seus ombros, puxando-a para si. Sorriu para o advogado. - Estou perfeitamente satisfeito com o testamento - falou. - Nunca esperei herdar nada.

- Mas, Poncho, - Maite virou-se para ele falando acaloradamente - não é justo! Você tem o direito de dividir comigo.

- É absolutamente justo - ele replicou divertido - você foi sempre ouro sobre azul para a velha vovó, enquanto eu sempre fui o mau rapaz. Por isso, é perfeitamente razoável que ela tenha querido deixar tudo o que possuía para você. Agora, pare de se aborrecer com isso; faça o que a velha queria, encha Laurel Bay com meia dúzia de crianças. - Ele piscou para Derrick. - Eu creio que Derrick gostará de cooperar!

Maite, entretanto, não podia se esquecer do testamento. Falou com Annie depois do advogado ter ido embora, segurando a mão da amiga e a levando para o jardim. Eu sei que Alfonso não liga para questões de dinheiro, mas foi maldoso da parte de vovó, de qualquer maneira, ter excluído Poncho do testamento. Ela nunca gostou dele, eu sei, mas fazer isso! - Os dedos de Maite de repente apertaram os de Annie, então vagarosamente levantou a mão de Anahi e ficou olhando.

- Onde está sua aliança, Annie?

- Minha... minha aliança? - Annie mordeu o lábio. - Ora, eu...

- Você não precisa dizer. - Maite interrompeu. - Não precisa me contar.

- Não? - Annie retirou a mão e virou-se meio embaraçada para apanhar uma margarida. Ficou tirando as pétalas. - Eu nunca devia ter me casado com Alfonso, não é? Mas me senti terrivelmente lisonjeada quando ele me quis.

- E agora? - Maite murmurou. - Agora o que sente?

Annie considerou a pergunta, as pétalas da margarida esmagadas na mão. - Não sinto nada. A mágica acabou e eu posso pensar nele com calma. Antes eu nunca conseguia, você sabe. Antes ele era o sol da manhã para mim. O cheiro das árvores molhadas pela chuva, o espetáculo de uma estrela cadente. Ele era tudo o que era mágico e extraordinário, e então a mágica acabou. Deu um estouro e sumiu, como um curto-circuito nas luzes de uma árvore de Natal, e eu fiquei olhando para o vazio.

- Vazio! - Maite repetiu. - Como isso soa triste!

- Agora, Mai, escute - disse Annie. - Não quero que se preocupe comigo e Alfonso. É melhor que a gente se separe.

- Mas por quê, por quê?

- Porque, minha querida, um casamento, como uma casa, não fica em pé somente sobre uma parede. Eu tentei por sete meses fazer isso, mas veio a queda inevitável. Agora não desejo reconstruir nas ruínas.

- E Poncho, Poncho pediu para você reconstruir? - Os olhos de Maite estavam curiosamente tristes quando olhavam para Annie.

- Eu não quero que ele me peça, Mai. Não quero mesmo. - Apertou a mão de Maite. - E você e Derrick? Você está feliz com ele, querida?

- Oh, sim! Ele é muito bom para mim. Tão... tão paciente e gentil.

- Ele vai ser um pai esplêndido.

- Poncho também seria, você não acha? - Maite falou meio depressa. - Quero dizer, os homens que não tiveram uma infância feliz, bem, geralmente procuram fazer com que os filhos tenham mais felicidade.

- Alfonso não era feliz quando criança? - Annie perguntou, e mentalmente enxergou Alfonso como um menino, alto e mandão, fazendo tudo errado e rindo ao fazê-lo, parecido demais com sua mãe siciliana para que sua avó gostasse um pouco dele.

- Poncho era meio rebelde, você vê. A vovó nunca chegou a entendê-lo. Acho que ela se apegou mais a mim porque eu era mais jovem, podia me adaptar melhor ao jeito dela. Você sabia que Poncho adorava nossa mãe?

- Não! - Os olhos azuis de Annie se abriram de espanto. - Não, eu tive a impressão de que ele a odiava. .

- Ele ficou odiando depois que ela se casou e nos abandonou. Ele tinha doze anos, veja você, estava na idade em que podia sofrer terrivelmente por uma coisa assim. Isso fez com que ele ficasse duro, acho que mais ou menos matou a fé que tinha nas mulheres, instalou-se nele uma perpétua desconfiança. Eu acho que ele a magoou, Annie, para você querer se ver livre dele, mas não o odeie.

- Eu não o odeio, Mai - Annie replicou tranqüilamente.