Fanfics Brasil - 47 UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA}

Fanfic: UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: 47

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As rodas do trem pegaram as palavras e as transformaram em ritmo de velocidade. Alfonso as escutou e sentiu uma necessidade selvagem de fugir delas. Annie não queria mais amor, fugia dele, ela que era feita para o amor! Ele levantou-se cegamente. - Vou até o corredor para fumar. - Falou depressa, com voz rouca, já saindo pela porta. Ela ficou olhando, enquanto ele saía para o corredor e sumia de vista.


 


 


CAPÍTULO VIII


 


Poncho fumava quieto, olhando a escuridão pela janela do trem e vendo apenas a escuridão dos seus próprios pensamentos.


Então o vazio medonho dos últimos quatro meses tinha que continuar, só porque ele tinha caído tão baixo, ao ponto de acreditar que Annie, gentil e delicada, com sua doçura como a das flores, poderia tê-lo traído como Inez Holden tinha feito.


Inez... Ele quase a tinha esganado, naquela noite em que ela havia voltado e dito que ainda o amava. Suas mãos raivosas a tinham apertado pelo pescoço, mas, ao olhar aquele rosto tão lindo, ainda agora, para ele, tinha sentido somente o desgosto substituir a raiva. Os dedos dele tinham ficado presos no colar de pérolas, que tinha sido seu presente de noivado, e o colar tinha se partido e as bolinhas iridescentes se esparramaram no tapete como lágrimas, enquanto ele, com desprezo, a punha porta afora e para fora da sua vida.


Com uma batida da porta ele tinha jurado que nunca mais iria sucumbir a um par de olhos azuis, que nunca mais uma mulher ia ser para ele nada além de objeto de prazer.


E ele tinha cumprido a promessa, cumprido tão bem que agora tinha perdido a única coisa boa que aparecera em sua vida; tinha perdido o amor de Annie.


O amor de Anahi! Pequeno corpo derretendo-se em seus braços, lábios que se abriam como uma rosa sob os seus.


O amor de Anahi, que ele tinha matado, que ele tinha matado com aquela medonha insinuação de que Robert era o pai do bebê. Alfonso se encolheu, pela lembrança da terrível dor nos olhos de Annie.


Meia hora depois, quando voltou para junto de Annie, encontrou-a do mesmo jeito, sentada tranqüilamente, olhando pela janela. Ela parecia não ter ouvido sua chegada e ele ficou olhando para ela da porta do compartimento, balançando-se com o movimento das rodas.


Então, como um coração, que perde uma batida, o ritmo do trem pareceu se modificar. Um tremor pareceu percorrer todo o corpo do trem. Aconteceu como um relâmpago, e Anahi, naquele momento, olhou para cima, para ver Alfonso - em quem o instinto do perigo era tão primitivo e vivo quanto suas explosões de mau gênio e suas paixões violentas - mergulhar pelo compartimento a dentro, em direção a ela, alcançando-a com seus braços poderosos. Cobrindo o corpo dela com o seu, enquanto o trem, naquele mesmo segundo, caía fora dos trilhos e o mundo todo tornava-se um longo e medonho grito de metais se dobrando, madeira se partindo e vidros rebentando e voando.


A escuridão caiu como uma asa negra; uma eternidade negra que rodava, e onde estava preso, parecia que para sempre, o gemido terrível de gente em repentina dor e agonia.


E então, e então, quando o medo penetrou através da primeira paralisia que o impacto causara, o primeiro choque diminuindo, Annie gritou contra o pesadelo, lutando para respirar, para forçar seus pulmões contra o peso morto que parecia esmagá-la, enquanto, em algum lugar na escuridão, um barulho imenso começou a se fazer ouvir, um barulho que pertencia à loucura ou ao inferno!


Ela não podia ver, só podia sentir, sentir seu corpo dolorido e amortecido, sentir com incredulidade. .Corria à volta e à volta de sua cabeça uma voz cheia de pânico, gritando um rio de palavras desconexas: "Nós batemos! Preciso me livrar, preciso, preciso! Nós batemos, nós batemos!" Outra e outra vez.


Ela se mexeu, empurrou com as mãos o peso que jazia tão grave contra ela, amortecendo-a, abafando-a. Ela sentiu o peso ceder um pouco, e estava morno em suas mãos; sentiu o tecido do casaco de Alfonso. Lembrou-se, reviveu o momento quando olhara para cima e o vira mergulhando através do compartimento, para cima dela, seu rosto cheio de determinação naquele momento mortal, percebendo que ia haver um desastre. Os olhos dele mostrando claramente a determinação de alcançá-la antes do momento do choque e de todo aquele horror. Ela tinha lido alguma coisa naquele olhar, que agora, deitada e ferida, quase sem poder respirar, não conseguia nem queria compreender. Não podia pensar nisso agora. Com toda a possibilidade, ela havia sonhado o que tinha visto, mas não podia pensar nisso agora!


Ela lutou para se libertar do peso morto do corpo de Alfonso. Se ela, se ela ao menos pudesse enxergar! Estava tão escuro, tudo estava tão escuro! Então suas mãos se libertaram e ela segurou Alfonso, enquanto lentamente saía de sob o corpo dele. Ficou deitada no meio de madeira e vidro partido, ofegando com o esforço que havia feito, a garganta seca e rouca da poeira e o calor, o cheiro metálico de fumaça que parecia cobrir tudo.


Tendo recuperado um pouco o fôlego, procurou outra vez por Poncho. Ela podia ouvir a inspiração fraca e rouca dele, ali ao lado, e, enquanto tateava impotente, rezando por um pouco de luz para que pudesse ver a gravidade dos ferimentos dele, de repente apareceu um clarão de fogo do lado de fora, banhando de luz brilhante e vermelha os restos do que tinha sido o compartimento.


Annie ajoelhou-se ao lado de Poncho, empurrando os destroços de cima dele, livrando suas costas e seus lados. Viu, com a luz do fogo que brilhava lá fora, que ele estava deitado numa posição estranha. O lado direito do seu corpo, de onde ela tinha saído, estava livre, mas quando ela cuidadosamente tateou ao longo do lado esquerdo, de onde escorria o sangue quente, descobriu que o braço estava preso. Estava atirado para a frente, dando a impressão de que ele tinha querido segurar o desastre que estava ocorrendo; estava preso logo acima do cotovelo, esmagado entre dois pedaços de metal que não cediam, não cediam nem um centímetro, sob seus dedos.


O sangue estava encharcando o pano do casaco, escorrendo pelos destroços, e Annie, percebendo a inutilidade de tentar soltar o braço dele sozinha, resolveu, com toda a calma, tentar deter o fluxo de sangue.


Com as mãos firmes e seguras da sua profissão, tirou a gravata de Alfonso, procurou no bolso dele a caneta de prata e o canivete que ele sempre levava e, encontrando-os, rapidamente cortou o pano da manga esquerda, rasgou a parte superior, rasgou também a manga da camisa, livrando o braço de modo que pudesse aplicar o torniquete. O sangue lavou suas mãos, enquanto trabalhava, esguichando das artérias do braço, e, apesar de ela sentir um medo mortal, um medo que a deixava fria e doente, continuou trabalhando, controlando as mãos.


Rasgou um pedaço da anágua, fazendo um tampão firme contra a artéria principal do braço e depois envolvendo o braço com a gravata, apertando-a firmemente contra o tampão. Depois cruzou a gravata do outro lado do braço, deu um meio nó, deixando a caneta junto a esse nó e dando mais um nó por cima. Depois torceu a caneta para apertar a gravata contra o tampão, torcendo-a ferozmente, com toda a sua força, lutando para estancar o rio vermelho.


A gravata afundou no braço, mordeu os músculos fortes, e Annie se ajoelhou, o cabelo em desordem, o rosto sujo de poeira e sangue, os ouvidos escutando o enorme tumulto que havia lá fora.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 235



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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:09

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA acabou maravilhosamente lindo e fofo *-* Fijnalmente ele confessou que amava ela *-------------------------------* AAAA

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:08

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:07

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:06

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:05

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