Fanfics Brasil - 48 UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA}

Fanfic: UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: 48

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As pessoas corriam de um lado para outro, numa histeria de pesadelo, gritando e gemendo. E acima de tudo isso havia agora os gritos das sirenes dos carros de socorro, das ambulâncias, dos carros de polícia, dos carros de bombeiros. Mas Annie se sentia fora de tudo isso, sozinha numa ilha de desespero junto com Alfonso. A dor e agonia dos outros nada significavam para ela, estava só, preocupada em arranjar ajuda para Alfonso, com a própria alma agradecida ao ver que o precário torniquete que fabricara estava funcionando, e que o sangue estava parando de escorrer do braço de Alfonso e formando poças no meio dos destroços.


Ela amarrou a gravata e viu que, apesar de o coração estar batendo tão depressa, suas mãos não tremiam. Agora tinha que arranjar ajuda de fora. Tinha que encontrar um médico.


Deixou Poncho. Conseguiu sair pela janela do compartimento, sem se incomodar com os fragmentos de vidro que cortaram suas pernas e braços quando forçava a passagem do seu corpo esguio para o lado de fora. Correu ao longo da linha, empurrando as pessoas, que, como ela mesma, tinham escapado ilesas. Empurrando os que procuravam, ou freneticamente ou amedrontados, pelos parentes e amigos no trem descarrilado.


Fogo e vapor de água em jatos ferviam por sobre o corpo caído do trem, e Annie corria por entre a névoa como um pequeno fantasma, desviando-se uma vez e olhando para o outro lado, para evitar ver uma coisa que não estava mais viva e inteira, mas que, como um boneco rasgado, jazia entre os trilhos brilhantes.


De repente Annie viu uma figura vestida de branco, debruçada sobre uma maca, e meio tropeçando, sem fôlego, sentindo uma necessidade aguda de arranjar auxílio para Alfonso, correu direto para o médico. Havia junto a ele alguns homens da ambulância, e, como se fosse em resposta à sua prece, quando estava chegando, eles levaram embora a maca. Ela se agarrou ao braço do médico.


- Venha, por favor! - implorou. - Tem alguém... está preso! Por favor, venha comigo!


O rosto que ela levantou para o médico estava branco, sob as luzes dos holofotes que agora iluminavam a área, e desesperado. Ele não disse uma palavra, somente virou-se e seguiu-a. A necessidade de urgência tinha passado para ele, acostumado como estava com a morte, que era algo que estava sempre acontecendo. A terrível tragédia daquele acontecimento apareceu para ele por intermédio do próprio modo como essa moça lutava para combater a morte, a morte de alguém que ela amava.


Quando alcançaram o lugar onde estava Poncho, as luzes brancas dos holofotes tinham substituído o clarão vermelho do incêndio, que agora estava sob controle. Fay entrou pela janela, com o médico seguindo-a. Ajoelharam-se nos destroços, ao lado da figura presa e inconsciente de Alfonso, e o médico foi rápido ao examinar o torniquete que Annie tinha feito.


- Nada mau, para uma emergência - disse ele. - Foi uma sorte, para ele, você saber fazer uma coisa dessas.


- Eu sou enfermeira - ela replicou lentamente, olhando o perfil de Alfonso ainda encostado na sujeira e nos destroços. Podia ver a mancha escura de um ferimento em sua têmpora e podia escutar sua respiração difícil.


Ela viu quando o jovem médico procurou algum sinal de vida no braço esmagado, preso tão firmemente no metal. Antes mesmo que ele virasse para ela o rosto desanimado, ela sabia o que ele iria dizer.


- O braço está acabado - disse. - Até onde posso ver, a mão foi cortada no pulso e o braço foi completamente esmagado. - Falou calmamente, mas sabia que aquele homem significava tudo na vida para ela, estava escrito claramente no seu rosto e nos seus olhos. - Vou ter que amputar, não adiantaria nada tentar soltar um braço completamente inútil. - Ficou olhando para ela. Disse com cuidado: - Será que pode me ajudar?


Annie achou, depois, que a calma com que assistiu o médico tinha sido mandada por Deus. Tinha que ser um presente dos céus, pois estava tão controlada como se estivesse em uma sala de cirurgia, auxiliando impessoalmente qualquer outro cirurgião. Estava tão controlada como se esse corpo que o médico tratava pertencesse a um estranho.


A agonia que estava sentindo não aparecia, o tormento terrível, da alma e do coração, estava bem preso dentro dela. Não falou nada, ao ver a remoção do braço de Alfonso. Não falou nada ao ver que ele, que sempre tinha estado entre os fisicamente perfeitos, tinha passado para a fileira dos defeituosos e estropiados.


Depois o médico, seu trabalho feito rápida e eficientemente, saiu depressa para procurar uma ambulância, e Poncho ficou deitado, pálido e imóvel, a respiração mais fácil que antes, pois o estado de inconsciência em que estava tinha sido intensificado pelo clorofórmio.


Annie segurava-o gentilmente, agradando seu cabelo negro e enxugando o suor frio de sua testa. E apesar de as pernas dela estarem com cãibra e cortadas pelos cacos de vidro, apesar de o vestido estar duro e grudento de sangue, sua cabeça estar latejando com o barulho que ainda havia, ela poderia ficar segurando Alfonso assim pelo resto da eternidade.


Ele tinha submetido seu próprio corpo a esse tormento por causa dela, tinha dado aquele mergulho através do compartimento do trem para salvá-la. Ele a tinha protegido, os olhos dele tinham mostrado claramente a vontade de salvá-la, ou de morrer com ela.



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Comentários do Capítulo:

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:09

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA acabou maravilhosamente lindo e fofo *-* Fijnalmente ele confessou que amava ela *-------------------------------* AAAA

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:08

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:07

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:06

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:05

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