Fanfics Brasil - 56 UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA}

Fanfic: UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: 56

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- Não ligue para ela, sra. Ponce. É daquelas almas puritanas que ficam tontas até com laranjada. Devemos ter pena dela, isso sim!


- Vou preparar-lhe uma bebida que Ponce inventou - disse Mimi.


- E por favor, me chame de Mimi.


- Está certo! - disse ele imediatamente, sorrindo para Annie, que atravessava a sala. Ela sentou-se no braço da poltrona dele e abaixou-se para lhe ajeitar a gravata.


- Não consigo fazer isso direito - disse, desculpando-se. - Não sou um criado eficiente, Alfonso.


- Até que você não está indo tão mal assim! -disse ele, observando-a.


Mimi trouxe as bebidas, os olhos se abrindo ao ver a figura de Anahi debruçada sobre aquele homem tão auto-suficiente, arrumando-lhe a gravata. Poncho aceitou seu aperitivo e tomou um gole.


- Hum, bem forte! - Seus olhos brilharam para Mimi. - Ofereceu o mesmo para Annie? - perguntou.


- Não, não ofereceu - Anahi disse, aceitando sua bebida, que era mesmo a malfalada laranjada.


O jantar foi excelente, depois conversaram longa e agradavelmente. Poncho se espantou de ver como estava se divertindo. Gostou daquela sala meio envelhecida, com suas poltronas confortáveis, seus rabiscos de lápis numa parede, o cômico ursinho empoleirado no rádio, e gostou do modo como Mimi e Annie comiam tabletes de chocolate como se estivessem num piquenique.


Anahi se lhe revelou inteiramente, nessa casa confortável e amiga, e a revelação o encheu de alegria. Ela não era nada tímida, não tinha medo de ser ela própria, e em certo momento, quando Mimi escutou um dos meninos chorando no quarto, Annie pediu para subir.


- É o Rollo, não é? Posso subir, Mimi? Logo farei com que durma outra vez.


- Vá, então - disse Mimi, rindo. - É o Rollo, sim. Sei que ele é a sua paixão.


Annie saiu da sala, e Ponce disse, acendendo o charuto de Poncho:


- Você tem algum` problema com o que sobrou do braço esquerdo?


- É... Às vezes tenho uma sensação esquisita de que ainda tenho a mão e vou usá-la. Tenho até a impressão de que posso mexer os dedos. Estranho, não?


- Você vai perder essa sensação lentamente - Ponce disse. – É cedo ainda. Vai experimentar um braço artificial depois?


- Oh, não! - Poncho deu uma risada. - Não quero membros falsos, obrigado! Vou dar um jeito.


- Eu também penso assim - disse Ponce, concordando.


Quando Annie desceu, seu rosto estava corado de felicidade.


- É claro que ele não podia dormir! Tinha um carro de bombeiro na cama, com ele. Um negócio complicado, cheio de escadas e campainhas. Tive um trabalhão para convencê-lo a trocar o carro por um cachorro de pano.


- E que argumento você usou? - Ponce perguntou, interessado.


Ela veio e sentou-se novamente no braço da poltrona de Poncho.


- Eu tive que contar a ele uma história de cachorro terrivelmente triste. E olhe, ele não acreditou em uma palavra. Você conhece o Rollo.


- Claro que eu conheço o Rollo. - Ponce olhou para Poncho. - Ele puxou à mãe, o rapaz. Não tem um pingo de sentimentalismo.


- Isso não é verdade! - Mimi protestou. - Não seja malvado, Ponce. Lembre-se do jeito como eu chorei, com aquele filme, na semana passada!


- Que filme era? - Alfonso perguntou interessado.


- Oh, era um antigo - Mimi disse. - Uma reprise, eu acho. Chamava-se Irene Abbott.


Annie virou-se depressa para Poncho, rindo para ele.


- É um dos seus, não é, Poncho? Eu já ouvi você falar dele! É claro que eu ouvi! Eu vi esse filme quando estava trabalhando em casa de sua avó. Disse que tinha gostado muito e você disse que era seu.


- Eu o dirigi, sim, amor. - Seus olhos sorriram para os dela, tão azuis e límpidos. Depois virou-se para Mimi. - Na verdade, ainda fico feliz, quando alguém diz que apreciou esse filme. Foi dos que fizeram mais sucesso.


- Gostei demais do final - Mimi disse. - O modo como a chuva caía em lençóis, enquanto Irene fugia daquela casa tenebrosa. E o momento final à beira do rochedo! -Mimi estremeceu de prazer. - Por que ela teve que morrer? Por que você não deixou que o marido a alcançasse antes?


- E perder uma das melhores tomadas do filme inteiro? - Poncho perguntou, achando graça. - Não podia perder acena de Irene pulando no precipício sob a chuva que caía! Que cena formidável!


- Você tem sangue frio demais, Alfonso!  -Annie protestou.


- Posso contar ainda mais, que estive tentado a deixar que o marido seguisse Irene na sua morte horrível!


Ele não a amava o suficiente - Annie declarou. – Não teria soado verdadeiro. Foi bom que tivesse resistido à tentação.


- É verdade - Mimi concordou. - Ele não a amava o suficiente para morrer junto com ela. Você teria estragado o filme.


- O ponto é outro - Ponce interrompeu, tirando o cachimbo da boca e com ele dando ênfase ao que estava dizendo. - Será que um homem, no limiar da morte, pensa: "Isto é o amor, eu vou também!"? Será que isso seria uma reação natural? Ele poderia estender a mão e tentar salvá-la. Mas, se não conseguisse, será que a seguiria para a morte?


- Uma ação espontânea - Poncho disse calmamente - nunca é compreendida inteiramente. Pode nascer de um instinto primitivo de autodefesa ou também de um instinto primitivo de auto-sacrifício. Tal ação pode não ser motivada por amor. Mesmo um homem tremendamente apaixonado pode fugir de morrer junto com sua companheira. Ou pode, num momento de crise, preferir a defesa de sua própria vida à da mulher. Eu, honestamente, acredito que seja uma reação primitiva. Um homem poderia saltar para salvar a vida de uma pessoa completamente desconhecida.


- Pode ser - Ponce murmurou. - Mas isso tudo dependeria de o tal homem estar ou não interessado na humanidade o suficiente para salvar alguém, ou morrer fazendo isso. Nem todos os homens têm um amor tão grande pela humanidade. Ele, com certeza, tem que ser alguém especial para, sem pensar, tentar salvar a vida de um estranho, não?



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Alfonso estava olhando para Ponce, um cansaço repentino nos olhos. Esse médico loiro estava querendo encostá-lo num canto, tentando fazê-lo dizer algo que revelasse o seu motivo para saltar e proteger Annie, salvá-la ou morrer com ela. Aquilo não tinha sido um amor primitivo pela humanidade! Tinha sido, isto sim, o desejo desesperado ...


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Comentários do Capítulo:

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:09

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA acabou maravilhosamente lindo e fofo *-* Fijnalmente ele confessou que amava ela *-------------------------------* AAAA

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:08

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:07

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:06

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  • jl Postado em 16/11/2011 - 10:13:05

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