Fanfic: UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso

Indo para casa no táxi, Annie perguntou a Alfonso:

- Você gostou dos Ponces? - Sorriu. - Você pareceu surpreendido. O que é que esperava? - Olhou o rosto dele, à luz de uma lâmpada da rua, e viu sua expressão embaraçada. - Não são sofisticados nem pretensiosos. São apenas boa gente. Duas das melhores pessoas que conheci até hoje.

- São do seu tipo, não é? - falou baixo, divertido e tocado pela defesa que ela fazia dos amigos. - Não têm verniz superficial, nem são intelectuais convencidos! Não são desesperadamente ambiciosos.

- Não. - Ela riu, reclinando a cabeça para trás e encostando-a no banco do carro. - São pessoas que deixam agente à vontade, agradáveis e absolutamente honestas. Do meu tipo, como você diz. - Então, enquanto estava assim, bocejou, cobriu a boca com a mão e pediu desculpas. - Acho que estou um pouco cansada - disse. - Você não está cansado, Poncho? Este é o seu primeiro dia fora do hospital, você sabe.

- Gastei tantas horas deitado, nestas últimas semanas, que estou bem feliz por estar de pé.

- O harém parecia bastante aborrecido por você ter ido embora - ela comentou, rindo.

- Eu não vi o dr. Ponce pular de alegria - Poncho replicou. - Quando você apertou a mão dele, o pobre coitado parecia que ia explodir em lágrimas. - Ficou olhando para ela, enquanto falava. O completo desconhecimento que Annie evidenciava, sobre sua própria atração, fascinava-o. Ela era simples, sem truques, sem malícia. Apenas parecia suave e limpa, como uma flor da manhã, cheia de orvalho, ele refletiu, sorrindo da sua própria idéia poética.

E, de repente, estava incerto sobre si mesmo. Como ia conseguir não procurar por ela quando a desejava tanto? Desde já sentia vontade de tocar com os dedos o rosto macio, os anéis de cabelo, e duvidada de que conseguisse agüentar por muito tempo. Não seria fácil, tendo que conviver com ela no apartamento, funcionando como enfermeira impessoal, a amiga gentil. Não ia ser nada fácil.

- Eu gosto muito do dr. Ponce - Annie murmurou. - Ele é uma pessoa autêntica.

- Você se surpreenderia se eu dissesse que eu também gostei dele? - Poncho riu de leve. - Não fiquei com vontade de torcer o pescoço dele como eu tinha cada vez que o Robert olhava para você.

- Torcer o pescoço dele! Do dr. Ponce? - As palavras saíram aos borbotões e o rosto de Fay mostrou surpresa. - Eu não sou nada para você, Poncho, por que ia querer fazer uma coisa dessas?

- Você é apenas o mundo inteiro e cada momento que eu passarei na eternidade. - Sentou-se de repente, percebendo o que dissera. - Ignore isso, Annie. - Então falou secamente. - É como uma linha barata de um filme.

- Não barato! - De repente ela estava agarrando o braço dele. - Não barato, mas valioso demais, se o que disse é a verdade.

Um silêncio tenso seguiu suas palavras. Então, quase cegamente, Annie acercou-se dela... e no momento em que a alcançou, caíram por terra todas as resoluções de esconder o seu amor e a sua afeição.

- Não ia agüentar receber apenas piedade de você, - sussurrou - mas se você tem algo mais para me oferecer, minha querida, eu pego com as duas mãos... de joelhos.

- Poncho! - Ela segurou o rosto dele entre as mãos, incrédula ante tal felicidade. - Querido, você não tem que se ajoelhar. - Logo seus braços estavam à volta do pescoço dele, bem apertados. - Meu querido pirata, eu odiaria ver você de joelhos. - Riu tremulamente. - Não ia combinar com você!

- Você me chama de querido pirata, - retrucou ele, apertando-a convulsivamente - mas não se esqueça de que eu a magoei muito.

- Psiu! - Ela acariciou o cabelo negro, delicada na oferta do seu amor, apesar de sentir seu corpo pequeno pulsando de vida por estar tão perto dele. O estranho a quem ela tinha dito adeus na Inglaterra tinha partido. Ela, na verdade, nunca tinha conhecido aquele Poncho, mas este, este era diferente, estava dizendo a ela que a amava. - Nada que aconteceu antes deste momento tem importância - ela murmurou. - Isto é tudo o que importa, este amor que encontramos juntos.

- Mas você disse... você disse que só poderia ser feliz longe de mim... Quero sua felicidade, Annie. Não quero ser a causa de qualquer tristeza para você. - Apertou o rosto contra o dela, respirou o leve perfume que ela usava, sentiu-lhe as batidas fortes do coração. - Você é tão linda, tão doce! Como posso deixá-la ir embora?

- Eu não quero que você me deixe ir embora. - Uma risada rouca escapou de seus lábios. -Fui muito tola em dizer que só seria feliz longe de você. Eu não vivo, ou sinto, ou quero, quando estou longe de você. Sou um mero autômato sem a mola mestra. - Riu novamente. - Diga-me que não me quer só para ajudá-lo, meu querido pirata.

- Eu só a quero, meu anjo querido! - Vagarosamente, então, beijou-lhe os lábios, os lábios macios que ele não sentia há tantos e longos meses. Com alegria e encanto, ele entrou novamente no mundo suave e doce do amor de Annie. Quando finalmente levantou a cabeça e ela se aninhou junto a ele com um suspiro de contentamento, ele disse:

- Annie, sabe o que vou comprar para você?

- Você e seus presentes! - Ela riu contra o pescoço dele. - Amor, eu não quero presentes.

- Esse você vai querer. - Seus lábios pousaram na testa dela. - Vou comprar uma casa para você. Uma casa alegre e amiga, como a dos Ponces, com um jardim enorme. O que você acha?

Por um momento, ela engasgou e não conseguiu dizer nada. Agora sabia que ele a entendia e que verdadeiramente a amava. Agora sabia que não haveria nuvens negras sobre a casa que ele ia comprar para ela. Só haveria a luz do sol. Muito ternamente, beijou o rosto dele.

- Vou deixar você morar na casa comigo, se você quiser, meu amor! - disse ela.

FIM