Fanfic: UM ADORÁVEL TIRANO - AyA ( Adaptada) { FINALIZADA} | Tema: Anahi e Alfonso

Anahi dirigiu-se rigidamente para a lareira. Agachou-se em frente ao fogo, rodeada por um silêncio tão intenso que até o farfalhar do seu vestido parecia alto. Encarou o resto avermelhado das achas queimadas, uma mão apertada contra o coração disparado.

O pânico foi vagarosamente desaparecendo e a calma, voltando, fez com que as coisas tomassem as perspectivas certas. Alfonso devia, voltar logo de sua caminhada noturna, sem se incomodar se ela havia se assustado ou não ao acordar sozinha, naquele silêncio tão grande. Um sorriso relutante apareceu em seus lábios. O amor que sentia por Alfonso não a fizera cega quanto aos seus defeitos. Ela sabia bem como ele era, um homem decidido, que seguia seu próprio caminho; estendendo a mão resolutamente para o que queria, rejeitando, sem um minuto de hesitação o que não queria. Superior e arrogantemente livre de medos tolos e de tolos preconceitos; não era nem gentil, nem paciente e seu mau gênio poderia criar um pequeno inferno para ela, se resolvesse provocá-lo.

Ainda assim ela o amava - e sob seu medo, nesse momento, repentinamente, nasceu palpitante em seus nervos, uma gratidão primitiva, de que estava esperando por ele, que usava seu anel, que pertencia a ele.

Então, lá fora na noite, de repente, escutou galhos se quebrando sob os pés de alguém, escutou passos se aproximarem e subirem os degraus da cabana. Ficou de pé vagarosamente, e a mão que segurava contra o coração sentiu-lhe as batidas loucas. Virou-se em direção à porta, olhando o trinco destravar, olhando a porta se abrir, olhando, como um pequeno pássaro hipnotizado, a chegada de Alfonso. O cabelo claro enrolado na testa, a gola do vestido de seda mostrando a garganta delicada, e sua boca muito doce e muito vulnerável, oferecendo amor e pedindo que ele compreendesse o seu receio.

Ele fechou a porta e aproximou-se dela, imensamente alto na obscuridade da sala, e Annie ficou presa, imóvel, hipnotizada pelos seus olhos atentos. Ao chegar perto, ele estendeu as mãos morenas e puxou-a para si. Com um pequeno suspiro aceitou o abraço possessivo, apertando seu rosto contra o dele.

- Onde você foi? - sussurrou. - Estava tudo tão quieto, tão quieto!

Ele segurou seu queixo com as mãos e levantou-o, estudando seu rosto, um leve sorriso brincando nos lábios. - Dei uma caminhada até a casa da sra. Pascoe, a mulher que vem para fazer a limpeza da cabana. Ela e o marido têm uma fazenda mais ou menos a um quilômetro abaixo daqui. Você ficou amedrontada, Anahi? Pensei que fosse dormir até eu voltar.

Ela agarrou-se aos ombros dele. - Eu não sabia o que pensar. Não sabia para onde você tinha ido.

- O sorriso dele ficou mais forte. - Pensou que eu tivesse fugido? Será que pareço um sujeito que foge da noiva na noite do casamento? - Ele a apertou mais e seus olhos, olhando dentro dos dela, eram muito negros, com pontos que brilhavam em suas profundezas. Annie sentiu-se fascinada por eles quando Alfonso baixou a cabeça para ela e depois perdeu-os quando o rosto dele se encostou ao dela. - Está com vergonha de mim, Anahi?

- Um pouquinho - ela confessou.

- Não tem que ter, você sabe, meu bem. - Seus lábios tocaram de leve o rosto dela. Então pegou-a no colo e, enquanto a carregava para fora da sala, Annie encostou sua face contra a garganta dele, sentindo seu riso macio vibrar sob apele. - Você pesa tanto como uma pena - ele murmurou. - Eu poderia usá-la como uma florzinha na minha lapela.

- Como um dos cravos de Maite? - perguntou ela, rindo contra a garganta dele. Maite bem que não gostara de vê-lo usando seus cravos, especialmente os amarelos, seus preferidos, mas ele os tinha colhido por mais de uma vez, levantando para Maite a sobrancelha insolente, quando ela reclamara ao ver um dos seus "queridos" enfeitando a lapela do irmão.

- Ai! - Seu riso ficou mais forte. - Não me repreenda na noite do meu casamento, amor.

Como resposta Annie deu-lhe um beijo.