Fanfic: O fantasma da Outra AYA finalizada | Tema: anahi e alfonso

Por um momento, ela pensou que Alfonso não tivesse ouvido. Depois, ele disse, distraído:

— Sim, nós decidimos que deveríamos fazer alguma coisa para terminar com os rumores ridículos que estão circulando pelo hospital. Não me ocorreu que o fato de você voltar comigo de Londres causaria tanto falatório. — Olhou para ela. sério. — Faz alguma idéia de como começou?

— Se está querendo insinuar que fui eu que espalhei o boato, está muito enganado — falou, indignada. — Nós passamos por algumas enfermeiras, no portão do hospital, e é óbvio que nos viram. Não sei por que têm que ser tão tagarelas. Foi aí que todo o falatório começou.

Ele pegou outra chapa e ficou observando.

— Não me diga que quando era uma simples enfermeira, você não gostava de tagarelar? Ou melhor, ainda gosta?

— Não. Eu não gostava e continuo não gostando.

— É difícil de acreditar.

— Você acha tanta coisa difícil de acreditar, não é, Alfonso?

Ele ficou imóvel e a encarou.

— Como o quê, enfermeira? Vamos, fale!

Anahí espantou-se com as próprias palavras. Engoliu em seco, tomou coragem e disse:

— Como acreditar que todas as enfermeiras-chefe loiras são… são levianas e incompetentes.

Poncho apertou os lábios:

— Tem mais alguma coisa? Você se referiu a tantas coisas que, com certeza, há mais.

Annie hesitou. Mesmo antes de sentir que o amava, tinha decidido ajudá-lo. Agora, querendo ajudá-lo mais do que qualquer coisa no mundo, sentia-se incapaz. Impelida por uma força que não conseguia explicar, disse:

— Como também se recusar a acreditar que, muitas vezes, um paciente pode morrer sem que…

Parou, ao notar dor e agonia no rosto dele.

— Sem que… Vamos, enfermeira, continue!

— Sem que a culpa seja sua.

Foi até ela e segurou-a pelos ombros, com tanta força que teve vontade de chorar.

— Quem contou isso? — gritou, os olhos brilhando de fúria. — Quem contou? Vamos, responda! Foi Giovanna?

— Não, não foi Giovanna. Eu não vou contar quem foi. O mais importante é que você supere esse problema e não se deixe dominar por ele!

Alfonso soltou os ombros dela, com violência.

— Eu devia ter desconfiado — falou, com amargura. — Foi por isso que você foi a Londres, para bisbilhotar minha vida e poder ter alguma arma contra mim.

— Alfonso! Oh, Alfonso. Você não percebe que…

Ela parou, bruscamente, ao ver raiva e ódio estampados naqueles olhos. Em seguida, ele saiu, quase correndo.

Como uma boneca sem vida, Anahí sentou-se no carro de Ucker. A expressão de Alfonso continuava viva em sua mente. Oh, Alfonso, gemeu, em silêncio. Se pelo menos você soubesse o quanto eu o amo! Mas mesmo que soubesse, que diferença faria? Agora, estava noivo de Celina e ela com certeza conhecia seu passado. Annie imaginou quando e como Celina e Alfonso teriam se conhecido. Talvez, quando ainda era noivo de Giovanna.

Ucker olhou para ela, ansioso.

— Está com dor de cabeça, Annie?

— Um pouco.

— Você quer voltar?

— Não precisa, obrigado. O passeio no campo me fará bem.

— Espero que sim, mas se não melhorar, teremos que comprar algum remédio.

Ucker estava preocupado. Será que o fato de Herrera se opor a ela ainda a incomodava? Com certeza, não teriam viajado juntos de Londres, se não pudessem suportar a presença um do outro. Annie muitas vezes era um enigma. Se pelo menos soubesse o que sentia por ele, pensou.

"Parece gostar de sair comigo, tanto quanto com Derrick. Também não notei sinal nenhum de ciúme, quando soube que ia passear com Mai, hoje de manhã." É claro que Anahí não era do tipo ciumento e Maite era sua amiga. Mas, mesmo assim, teria sido gratificante se tivesse demonstrado um sinalzinho de ciúme. Ucker suspirou e virou-se para ela.

— Quer ir até o rio?

— Oh, não. Não no rio! — Ela respondeu, rapidamente, sentindo uma dor repentina, ao se lembrar do passeio a Richmond, com Alfonso.

— Pensei que você gostava do rio — ele franziu a testa, sem entender nada.