Fanfic: O fantasma da Outra AYA finalizada | Tema: anahi e alfonso

— Eu gosto, mas hoje não, Ucker, por favor.

— Como quiser, querida. Que tal, então um passeio na floresta de Sherwood?

— Ótimo, adoraria!

Pararam num pequeno restaurante, para tomar café, e Ucker comprou aspirina para a dor de cabeça dela.

Quando chegaram no parque, Annie já estava se sentindo bem melhor. Ucker estacionou o carro e pegou sua mão, enquanto caminhavam por entre as árvores.

— Gostaria de ser Robin Hood e de que você fosse Marian — ele sorriu.

— Oh, Ucker… — por um momento, não sabia se chorava ou se ria. Ele olhou para o alto e observou os galhos frondosos das árvores. A calma e a tranqüilidade do lugar fora, aos poucos, tomando conta deles.

— Adoro a natureza — Ucker respirou fundo. — Deve ser maravilhoso viver no campo, poder ouvir os pássaros cantando logo cedo, admirar os raios do sol atravessando a folhagem…

— …e agüentar mosquitos e pernilongos durante o verão — ela complementou, esforçando-se para entrar na brincadeira.

— Hoje você não está nem um pouco romântica, Annie. Tenho certeza de que, numa hora dessas, Mai faria um comentário bem diferente. Você não está nos seus melhores dias.

Sentiu uma pontada de ciúme.

— Por que você não tenta com Mai, então?

Ucker jogou a cabeça para trás e riu.

— Ah! A mocinha está com ciúme!

— Não estou — falou, indignada.

Era absurdo. Estava claro que não era ciúme. Como podia ficar enciumada por causa de Ucker, se por dentro sentia-se imensamente apaixonada por Alfonso?

— É claro que está e eu estou achando ótimo! — Ucker sentou-se num tronco e puxou-a para si. — Annie, me dê um beijo!

— Que bobagem, Ucker.

— Então, me beijar é bobagem?

— Ucker, oh, Ucker… — abraçou-o, de repente, para se sentir protegida. Nesse instante, ele se inclinou e a beijou. Ao sentir os lábios tocarem sua boca, o coração de Annie desejou Alfonso, desesperadamente.

Ucker suspirou fundo e falou, com adoração:

— Annie, estou apaixonado por você! Acho que devemos ficar noivos, também.

Encarou-o, não sabendo se devia rir ou chorar. De repente, percebeu que estava rindo e chorando ao mesmo tempo.

— Ei, o que está acontecendo? — Segurou-a pelos ombros e depois lhe deu um lenço. — Tome, enxugue o rosto.

— Sinto muito, Ucker, não sei o que aconteceu comigo. Eu e você… bem, é tão…

— …tão engraçado?

— Não, Ucker. É que foi tudo tão de repente.

Olhou para ela, pensativo.         

— Alguma coisa está perturbando você. Nunca a vi se descontrolar dessa maneira. Bem, não vamos mais falar nesse assunto, está bem?

— Ucker, você é tão bom. Não sei mesmo o que está acontecendo comigo, nesses últimos dias.

É claro que ela sabia. A idéia de ficar noiva de Christopher e ter que encarar Alfonso foi a gota final para que se descontrolasse.

— Venha, que tal andarmos mais um pouco? — Ucker levantou-se. Annie sentiu-se reconfortada e protegida pela bondade dele. Quando voltaram para o hospital, estava bem melhor e com mais coragem para enfrentar a semana seguinte.

Segunda-feira era o dia de Alfonso operar, e durante todo o tempo Annie ficou emocionada e confusa em sua presença. Quando, de manhã cedo, ele entrou na sala de operação, ela já estava lá. Depois que desinfetou as mãos, Celina aproximou-se dele, para prender sua máscara. Annie ouviu Alfonso dizer, em voz baixa:

— Bom-dia, Celi — e depois, mais alguma coisa que não conseguiu entender.

Quando ele se juntou a ela, na mesa de operação, apenas seus olhos estavam visíveis, e Anahí notou uma expressão dura e agressiva. Cumprimentou-a com a cabeça e, então, esticou a mão, para receber o bisturi.

Durante toda a operação, manteve-se calado e não desviou a atenção do paciente nem uma vez.

Anahí servia café, depois da cirurgia, quando Alfonso foi chamado à recepção.

— Com licença! — disse, saindo apressado.

— Puxa — Ucker respirou. — Você pode dizer o que quiser, dra. Dulce, mas o ambiente na sala de operação anda muito carregado, ultimamente.