Fanfic: O fantasma da Outra AYA finalizada | Tema: anahi e alfonso

Celina relaxou e encostou a cabeça no travesseiro.

— Para começar, quero dizer que conheço Poncho já há algum tempo. Sei que tipo de homem ele é, o que fez no passado e o que espera fazer no futuro. Em outras palavras, eu o conheço muito bem.

— Naturalmente, enfermeira.

Como ouvir tudo isso estava sendo doloroso! Saber que essa moça conhecia mais sobre Alfonso do que ela própria!

— Eu soube que você descobriu certas coisas a respeito dele. Coisas que ele não queria que ninguém por aqui soubesse. — Celina ficou em silêncio, por alguns instantes.

— Continue — Annie pediu, em voz baixa.

— Pessoalmente, não acho que você seja o tipo de pessoa que se intromete na vida dos outros, só por curiosidade. Acredito que queria ajudar Poncho, e por isso foi a Londres.

— Eu fui para lá com o único objetivo de participar de uma série de conferências.

Celina sorriu:

— E, por acaso, encontrou em Londres várias pessoas que conheciam Poncho? Não, não acredito.

Annie dominou a vontade de se levantar e sair do quarto. O que ela queria com aquela conversa?

— Estou sendo paciente, enfermeira. Afinal, o que, exatamente, está querendo dizer?

— Bem, é que não descobriu exatamente tudo sobre Poncho e talvez, eu contando o que falta, ajude você a compreender melhor a situação. Com certeza, sabe que ele esteve noivo da enfermeira-chefe do St. Chad e que ela se parece bastante com você. Também já deve saber que ela rompeu o noivado, depois da morte de um paciente, pela qual Poncho ainda se sente responsável, apesar da opinião contrária de vários médicos. O que não descobriu, porque só ele sabe, é que a enfermeira Giovanna distraiu sua atenção durante a operação. Não que isso tenha causado a morte do paciente, mas Poncho jamais conseguiu se perdoar. Foi a primeira vez, em toda sua carreira, que algo assim aconteceu. Tanto Jaime Camil, o assistente, quanto o anestesista afirmaram que o paciente, um homem de mais de cinqüenta anos, teve uma hemorragia cerebral repentina. Se não tivesse morrido durante a operação, com certeza iria morrer logo em seguida. Mas Poncho continua convencido de que a morte daquele homem tem ligação com ele e com sua paixão por Giovanna.

— Eu entendo — Annie falou, com voz quase inaudível.

— Uma coisa, porém, é certa. Não foi Giovana que terminou o noivado. Foi Poncho. Ele descobriu o quanto ela era superficial e frívola.

— Mas só descobriu isso depois do incidente?

— Sim. No começo do namoro, Giovanna fazia de tudo para ser agradável e charmosa. Foi apenas depois de tudo ter acontecido que ela mostrou como realmente era. Por isso, não é exatamente de você que Poncho não gosta, mas tudo está ainda tão vivo na sua mente! Ele tem medo. Medo de que, um dia, algo terrível possa acontecer de novo. Eu sei que isso é bobagem dele, mas… bem, você pode compreender, não é?

— Sim, é claro, exceto…

— Anahí… posso chamar você assim? Poncho, na verdade nunca culpou Giovanna. Ele simplesmente acha que a culpa é toda dele. Na época, estava perdidamente apaixonado por ela e, por isso, nunca se perdoou por ela ter tido o poder de distraí-lo, enquanto operava. Jaime, no entanto, afirmou que Poncho não falhou uma única vez, durante toda a operação. O problema é que Poncho devia estar tão envolvido por Giovanna que teve que lutar e se esforçar para ficar concentrado. É bem possível para uma mulher, mesmo em silêncio, atrair a atenção de um homem e distraí-lo de seu trabalho. Poncho, no entanto, tem deixado essa idéia dominá-lo completamente. Você é tão parecida com Giovanna, ele simplesmente não confia em si mesmo, ele…

— Eu entendo perfeitamente a situação, Celina, e agradeço muito por você me contar. Mas, aqui, não há o menor perigo de Alfonso ser distraído por mim, simplesmente porque ele não está apaixonado por mim, muito pelo contrário. Nesse caso…

— Anahí, Alfonso não odeia você. Só lhe contei toda a verdade, porque eu senti que você quer realmente ajudá-lo.

— Eu quero ajudar, e até já tentei, mas falhei. Ele… ele não suporta a idéia de que eu conheça seu passado. Tentei mostrar a ele que o compreendia, mas… — Annie levantou-se.

— Seja paciente com ele — Celina pediu e olhou para ela fixamente. — É difícil para ele, mas tenho certeza de que vai superar esse problema e de que você pode ajudar.

— Espero que você esteja certa!