Fanfic: O fantasma da Outra AYA finalizada | Tema: anahi e alfonso

Ela balançou a cabeça, sem olhar para ele.

— Não, obrigada, Alfonso.

— Por que não?

— Porque você está me convidando apenas por educação. Na verdade, não tem a menor vontade de dançar comigo.

— Acho que está completamente enganada a esse respeito — falou calmamente. — Mas tem todo o direito de recusar.

Annie olhou para ele, que estava sorrindo e estendendo a mão. Com o coração disparando, ela se levantou e foram para a pista.

Durante os primeiros maravilhosos minutos, esqueceu completamente tudo o que a rodeava, apenas consciente da sensação de estar nos braços de Alfonso, da sua proximidade e do calor de seu corpo.

— Foi muito gentil da sua parte visitar Celina — ele comentou.

— Não foi nada. Afinal de contas, ela é uma das enfermeiras da minha ala.

— Ela admira muito você, sabia?

— Acho que deve estranhar que alguém possa me admirar, quando você me consi…

Parou, horrorizada, ao perceber o que estava para dizer. O olhar de Alfonso porém, estava fixo em seu cabelo dourado, seus olhos azuis e em sua boca perfeita e macia.

— Acho que está enganada — falou, delicadamente. — É muito difícil não admirar uma pessoa como você, especialmente para um homem.

Annie apertou os lábios, com raiva e dor.

— Quando é que vai parar de me insultar, dr. Herrera?

— Insultar você? — arregalou os olhos. — Não tive a intenção de insultar você, mas sim, elogiar.

— Vindo de você, é difícil de acreditar.

Neste momento, Poncho sentiu um desejo louco de apertá-la nos braços e beijar aquela boca carnuda.

Quando todos resolveram partir, Annie se encontrou praticamente sem outra alternativa, a não ser voltar no carro dele.  Derrick convidou a dra. Dulce para ir com ele, Ucker e Maite, deixando os dois sozinhos.

Annie ficou aliviada ao pensar que, pelo menos, o hospital não ficava muito longe do Adelphi. Entrou no carro, sentindo-se cansada e derrotada. Apesar de ter prometido a si mesma e a Celina ser paciente e compreensiva com Alfonso, tinha respondido a ele de maneira agressiva, em vez de lembrar que estava atravessando uma fase difícil. Seu amor por ele não podia ser tão egoísta assim. Estava mais preocupada em não se magoar do que em ajudá-lo.

— Poncho… — falou, impulsivamente, sentindo-se logo acanhada.

Ele virou-se para ela, com surpresa, e ao fazer isso, o carro se descontrolou e foi parar no gramado do acostamento. Annie notou que o rosto dele empalideceu.

— Você ia falar alguma coisa? — perguntou, desligando o motor.

— Costuma desviar o carro desse modo, quando alguém fala com você? — perguntou, assustada.

— É que você me assustou. Estava distraído.

— Eu… eu sinto muito. Não tive intenção de…

Notou o rosto dele endurecer, enquanto uma expressão de raiva e medo surgia em seus olhos. De repente, puxou-a, com violência, e beijou-a.

Angústia e dor apoderaram-se dela e, com todas as forças, tentou se libertar de seus beijos.

— Alfonso, não. Oh, não, por favor…

Olhou para ela, com raiva.                 

— Espero que agora esteja satisfeita. Era o que queria, não era? Você, com suas palavras meigas e com seus olhos límpidos… Odeio e desprezo você!

— Alfonso, isso não é verdade. Você sabe que não é. Não é a mim que você odeia. Você…

— Não é? — ligou o motor e o carro deu um salto para a frente. — Queria nunca ter conhecido você, e quanto antes me afastar daqui, melhor.

Anahí cobriu o rosto com as mãos. Seus lábios ainda sentiam a pressão daquele beijo. Peter fixou os olhos na estrada e apertou a direção com força. Alcançou o carro de Derrick no portão do hospital e passou por eles com uma arrancada violenta. Parou na entrada da ala residencial e Annie desceu, sem dizer uma única palavra.

Com mãos trêmulas, tirou o vestido, enquanto uma onda de mal-estar se apoderava dela. Deitou-se na cama e começou a soluçar.

Ao passar pelo quarto de Anahí, Maite ouviu seu desespero. Assustada, entrou e fechou a porta.

— Annie! — pousou as mãos nos ombros da amiga, que tremiam. — O que há? Foi alguma coisa que eu fiz?

Anahí balançou a cabeça. Aquelas palavras a acalmaram um pouco, mas mesmo assim não conseguiu responder.

— Quer que eu vá buscar alguma coisa? Um drinque ou… — Maite ofereceu.