Fanfic: O fantasma da Outra AYA finalizada | Tema: anahi e alfonso

CAPÍTULO XI

Annie olhou, incrédula, para a mulher.

— A senhora falou Estefânia Celina… Celina?

— Sim. Você é amiga dela?

— Bem, não amiga íntima — Annie respondeu, com cautela. — Sou a chefe da cirurgia e ela é uma de minhas enfermeiras. Nós a conhecemos apenas como enfermeira Celina.

Uma mulher mais jovem, sentada no carro, inclinou-se para a frente.

— Caroline, eu falei que Celina não queria que ninguém soubesse sobre seu título de nobreza. Ela não queria ser diferente das outras enfermeiras.

— Bobagem, Julia — a outra respondeu, com impaciência.

— Acho que não é bobagem nenhuma — Annie sorriu. — Ela realmente manteve segredo sobre isso, mas prometo não contar a ninguém.

Observou o carro imenso passar pelos portões do hospital. Não era de espantar que Celina agisse sempre de modo tão altivo, pensou, sentindo uma certa admiração pela moça. Não são muitas as pessoas que guardariam segredo sobre um título de nobreza. E, certamente, a maioria das garotas com seu nível social não teria escolhido a profissão de enfermeira. Ela podia, por exemplo, ter estudado medicina.

Pensar sobre a vida de Celina ajudou-a, por alguns minutos, a esquecer da noite anterior. A manhã estava ensolarada e agradável. O campo de golfe municipal, que ficava ao lado do hospital, estava mais verde do que nunca. Na rua havia pouco tráfego e no ar, paz e tranqüilidade.

Após ter andado algumas quadras, Annie voltou para o hospital. Na ala residencial havia uma pequena capela. As enfermeiras a chamavam de "o quarto do silêncio". Talvez, ficando lá por algum tempo, conseguisse um pouco de paz e também alguma inspiração para resolver os problemas que a atormentavam.

A capela estava vazia. Annie sentou-se num banco e fechou os olhos, sentindo-se completamente frustrada e desamparada. Peter ia ficar só mais uma semana no hospital. Ela o amava! Tentou esvaziar a mente das preocupações e ansiedades e, gradativamente, foi se sentindo mais calma e tranqüila.

A primeira atitude a tomar era livrar-se de todos os ressentimentos e mágoas. Era isso que fazia com que tomasse sempre aquela atitude de defesa, toda vez que falava com ele. Se pudesse se esquecer de seus sentimentos, talvez conseguisse conversar calmamente, em vez de ficar ferida e nervosa.

Percebeu, também, como tinha sido estúpida, ao alimentar a opinião de Alfonso de que era leviana. Nesse instante, notou com clareza que estava usando Ucker para provocar o outro. Não era honesto fazer isso com o amigo, e ainda por cima estava prejudicando sua amizade com Mai. Quanto a Alfonso, podia apenas rezar por uma oportunidade para provar que o passado tinha acabado, Ele estava preso a uma culpa que não era sua.

Sentindo as forças renovadas, bateu à porta de Maite e entrou.

— Oh, aí está você — disse, largando o livro que lia. — Eu não fazia idéia de onde você pudesse ter ido.

Anahí sentou-se na beirada da cama.

— Fui dar um passeio a pé.

— Está se sentindo melhor, esta manhã?

— Sim, tentei pôr meus pensamentos em ordem. Mai, resolvi parar de sair com Ucker e com Derrick.

— O que fez você tomar essa decisão? — perguntou, com surpresa.

— Bem, um dos motivos foi a conversa que tivemos outro dia. O outro é Alfonso Herrera. Sabe, não é fácil de explicar. De um lado, você estava certa. Derrick e eu não representávamos nada um para o outro; ou melhor, não existia nada, além de amizade entre nós. Bem, de qualquer modo, não aceitarei mais os convites dele.

— E com relação a Ucker?

— Não estou apaixonada por Ucker. Por isso…

— Mas ele está apaixonado por você… — Maite interrompeu, com uma certa dureza na voz — … e você sabe muito bem disso!

— Ucker apenas acha que está apaixonado por mim. E por essa razão, não sairei mais com ele. É a única coisa que posso fazer.

— É uma pena que não tenha pensado nisso antes — Maite falou, com ironia. — Mas como pode estar tão certa de que ele apenas imagina estar apaixonado por você?

Annie sentiu-se magoada pelo modo como Maite falou aquilo, mas estava determinada a não discutir.

— É apenas instinto, Mai. Eu e Ucker nos conhecemos há muito tempo e sempre gostamos da companhia um do outro. Uma amizade dessas pode levar ao amor; principalmente quando os dois estão precisando de afeto e compreensão. Até pouco tempo atrás, eu não estava segura de meus sentimentos.