Fanfic: O fantasma da Outra AYA finalizada | Tema: anahi e alfonso

Foi almoçar no refeitório, apesar de não estar com muita fome. Ficou satisfeita de encontrar um lugar vazio ao lado de Maite. O murmúrio das conversas ajudava a diminuir a dor que sentia no coração. A dor que só os que encontraram e perderam o verdadeiro amor conhecem.

— Ainda nenhum sinal de um novo cirurgião para substituir o dr. Herrera, Manton? — perguntou Angelique.

— Não, que eu saiba.

— Não entendo qual é o problema daquele homem. Já era mais do que tempo de ter se acostumado com você.

Annie percebeu o olhar de Maite, que rapidamente mudou de assunto.

— Você vai sair esta tarde, Mai? — Annie perguntou, quando terminaram o almoço.

— Não. Dessa vez, vou dar uma de preguiçosa e sentar numa cadeira lá no gramado e ler um pouco. Te vejo na hora do chá.

Annie não viu Alfonso naquele dia. Na manhã seguinte, haveria uma lista grande de operações que os manteria ocupados e, a não ser que alguma coisa acontecesse para modificar os planos, Alfonso deixaria o hospital no sábado. Annie não sabia o que seria pior: a dor de vê-lo partir ou a agonia de continuar trabalhando com ele, sabendo que a odiava.

Por volta das duas e meia da tarde, Ucker apareceu, para tomar chá.

— Pensei que você estivesse de folga — comentou.

— Eu estou. Mas de que adianta estar de folga, quando você não está?

Sem responder, Annie preparou um pouco de chá e ofereceu a ele. Depois disse, calmamente:

— Ucker, você não deve se prender a mim desse modo. — Olhou-a, sério, mas ela continuou. — Mai, por exemplo, está desperdiçando uma tarde magnífica como esta, sentada lá no gramado. Por que não a leva para um passeio?

— O que está tentando fazer, Annie? Por acaso está querendo me dispensar?

— Ucker! Você gosta de Mai, não gosta? Então, o que há de extraordinário em vocês dois passarem a tarde juntos, em vez de ficarem cada um para um lado?

Ele olhou para ela e depois falou, sem entusiasmo.

— Está bem, vou convidar Mai para sair.

— Por favor, Ucker, não vá dizer que fui eu que sugeri — Annie advertiu, enquanto ele pegava o telefone.

Foi levar as xícaras até a cozinha e, quando voltou, Ucker não estava mais lá.

Annie fez suas tarefas, mecanicamente, durante o resto do dia, verificando se tudo estava em ordem.

Alfonso só apareceu na manhã seguinte. Vestiu o avental e as botas de borracha e cumprimentou-a, friamente.

— Bom-dia, dr. Herrera. Temos uma longa lista para hoje — comentou, tentando manter a voz firme.

Ele não respondeu. Alfonso observou seu rosto abatido e sentiu uma dor profunda. Nesse momento, a única coisa que conseguiu dizer foi:

— Se o senhor me desculpar, dr. Herrera, vou preparar os instrumentos.

Durante o intervalo para o café, comentou com Ucker:

— Aposto que você e Mai fizeram um passeio bem agradável, ontem à tarde.

Ela notou o olhar de surpresa de Alfonso.

— Sim, foi ótimo — Ucker falou, num tom provocador. A dra. Dulce riu e comentou.

— O que está acontecendo? Dedicando toda sua atenção a Derrick, Anahí?

Ucker deu um suspiro e Annie olhou rapidamente na direção de Alfonso, que sorria, zombeteiro.

— É um partido bem melhor, não acha, dra. Dulce? Sem querer menosprezar o dr. Uckermann, é claro! — ele comentou.

Ucker olhou para ele com raiva. Se pelo menos pudesse falar com Anahí em particular.

— Se isso interessa a vocês, não estou me dedicando a Derrick nem a ninguém, no momento.

— Procurando companhia nova, enfermeira? — brincou Poncho.

— Não, dr. Herrera. — Annie encarou-o. — De agora em diante, a única coisa a que me dedicarei será ao meu trabalho.

Uma expressão estranha surgiu nos olhos de Alfonso ao ouvir isso.

Quando a manhã estava quase acabando, ele foi chamado. Deixou a dra. Dulce terminando a operação e saiu apressado. O chamado parecia urgente. Mas voltou pouco depois, pálido de fúria.

— Enfermeira, posso dar uma palavra com você, em particular? — falou, controlando-se.

— Sim, claro.— Annie levantou os olhos, com espanto.

Ele foi para a sala de estar e fechou a porta, quando Annie entrou.

— Qual o problema, Alfonso? — seu coração batia, violentamente, diante da expressão de raiva, amargura e desprezo.

— Problema, enfermeira? Me admira muito você ficar parada aí e fazer essa pergunta!