Fanfic: O fantasma da Outra AYA finalizada | Tema: anahi e alfonso

Estaria ele sentindo remorsos por deixar o St. Anne sem um cirurgião para substituí-lo? Esperou que fosse anunciar seu novo emprego, mas o jantar prosseguia, sem que nada acontecesse. Depois de sobremesa, no entanto, quando o garçom já havia servido os licores, Alfonso olhou em volta e pediu a atenção de todos.

— Antes de passarmos à pista de dança, quero dizer uma coisa.

Annie sentiu uma pontada no coração; apertou as mãos e esperou.

Seu gesto não passou despercebido a Derrick, que sorriu e colocou a mão sobre a dela.

Poncho estava calado. Havia uma expressão momentânea de dor em seu rosto.

— Vamos, Alfonso, não vai fazer um discurso agora, não é? — Ucker provocou.

— Não vou fazer um discurso, mas quero me desculpar publicamente. Todos nós aqui somos amigos comuns, embora eu não deva esperar a amizade de nenhum de vocês, com talvez, uma única exceção. — Olhou para Celina, que lhe deu um sorriso. — Todos vocês são amigos íntimos da minha ótima colega, Anahí. Devo a ela um pedido de desculpas, e vou fazê-lo aqui e agora, na frente de todos. Quando cheguei ao Sta. Anne, tinha a idéia estúpida de que uma mulher bonita e atraente não podia ser também eficiente. Não é necessário dizer a vocês o quanto estava errado. Estava sendo perseguido por um fantasma criado por mim mesmo. Gostaria que vocês soubessem que esse fantasma está enterrado, e que me sinto muito triste por ter me tornado uma pessoa tão insuportável, especialmente para Anahí, que tanto lutou para me ajudar… e conseguiu.

Seguiu-se um curto silêncio, todos procurando algo para dizer. Ucker foi o primeiro:

— Bravo, doutor. Muito bem falado!

Derrick aprovou com a cabeça, enquanto os olhos de Celina mostravam um brilho intenso. Maite sorriu para Annie, do outro lado da mesa, e todos pareciam aguardar que ela dissesse alguma coisa.

— Eu…

Parou, desconcertada. Oh, que importava tudo que ele tinha dito? Ela o amava e não queria as suas desculpas. Ela queria…

— Por favor, Alfonso. Não há necessidade de desculpas. Todos nós cometemos erros e… — De repente, se sentiu sufocar. — Desculpem-me! — E saiu correndo para o toalete.

Por sorte, não havia ninguém lá. Afundou numa cadeira, e, cobrindo o rosto com as mãos, sentiu que aquele amor a estava destruindo. Como poderia suportar viver sem ele? Oh, Alfonso, Alfonso!

— Anahí…

O braço de Celina envolveu seus ombros, mas Annie reagiu a esse toque.

— Deixe-me sozinha, Celina, por favor!

A outra puxou uma cadeira e se sentou ao lado dela:

— Anahí, volte e participe da festa, por favor. Poncho tem mais alguma coisa a dizer para você.

— Já ouvi o suficiente. Você não percebe?

Havia uma imensa compreensão nos olhos da outra.

— Anahí, eu entendo, de verdade! Mas não fique triste. Você não é desse jeito. Justo você, que colocou de lado seus interesses pessoais para ajudar o homem que ama?

Annie olhou para ela de um modo duro, mas Celina continuou, calmamente.

— Sim, é isso mesmo. Mas você deve deixar que Poncho faça as coisas do seu jeito. Sentiu que devia desculpas a você e, para ele, o correto era pedi-las. Tente compreender e cooperar com ele, só mais um pouco. Ainda há algumas coisas que quer acertar com você.

Annie deu um longo suspiro.

— Só mais um pouco. Deixe Poncho partir feliz. Não permita que ele leve situações indefinidas para o seu novo emprego. Ou que carregue algum remorso que possa prejudicar sua vida nova, como aconteceu, quando ele veio para o St. Anne. Deve recomeçar em paz e renovado, sabendo que deixou para trás… amigos.

— Eu compreendo o que você quer dizer, Celina. Já estou pronta para voltar.

Todos tinham passado para o salão de danças e Ucker e Maite já estavam dançando, quando Annie e Celina chegaram à mesa que Derrick e Poncho ocupavam. Os dois homens se levantaram e Poncho, rapidamente, convidou Annie para dançar. Num momento de pânico, quase recusou. Mas, recuperando o controle, deu a mão a ele, com um sorriso.

Dançaram em silêncio e, antes que pudesse se dar conta do que estava acontecendo, Poncho a tinha levado para um grande terraço. O coração dela batia loucamente, enquanto a arrastava para um canto bastante sossegado. Olhou seriamente nos olhos dela.